Capítulo 15

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Donna e eu sentamos em nossas cadeiras enquanto esperávamos que minha titular do contrato passasse pela porta. A postura de Donna era rígida enquanto ela mantinha seu habitual véu preto. Angie sentou-se calmamente em seu colo. Enquanto observava a mulher notei a tensão que envolvia seus ombros, suas mãos agarravam a boneca em um aperto mortal. Uma batida na porta chamou minha atenção. Georgia correu até a porta e a abriu. Mãe Miranda, com suas vestes pretas e seis asas de corvo, entrou. Havia neve em seu cabelo platinado e na sua máscara dourada de pássaro. Me levantei e estendi a mão para ela. A alegria se apossou de seu rosto enquanto ela me cumprimentava. Sorri com meu charme comercial habitual.

— Fiquei tão feliz quando vi os licanos caírem pela minha janela! Então, você encontrou realmente a fonte de tudo isso? — Mãe Miranda disse entusiasmada.

— Exatamente como o contrato pedia. — Respondi com um sorriso de lobo. — E ainda queimei para garantir.

— E não ocorreu nenhum processo peculiar? — Ela perguntou.

— Me certifiquei disso.

— Certo, certo, quando Alex me disse que você era a melhor, ele obviamente nunca exclamou nem metade disso! Isso exige habilidade além da medida! — Dei de ombros levemente enquanto nós duas andávamos mais para dentro da sala. Donna esperou pacientemente para ser notada. E só foi recebida com um simples aceno de aprovação. A mão de Mãe Miranda se dirigiu a Donna como se ela fosse um quadro na sala. — Eu também ouvi da minha adorável filha que você queria ficar? Saiba que se realmente for o caso, você irá desfrutar de um estilo de vida mais comum depois de tal uma ação.

— Quero ficar, já que afinal de contas Lady Donna me fez uma oferta que não pude recusar.

— Tão parecida com a mãe. — Disse a mulher com máscara de corvo em um tom de aprovação. Sua cabeça virou-se para Donna e assentiu. — Muito bem. Você está realmente com uma boa pessoa. — Donna assentiu silenciosamente.

— Obrigada pela sua bênção, mãe Miranda. — Angie agradeceu num tom estático e mecânico. Senti uma carranca aparecer nas bordas dos meus lábios. Odiava ver Angie sem vida e excessivamente controlada. A boneca era praticamente humana às vezes. Ela merecia essa liberdade aos meus olhos. Engoli minha carranca e fiz meu sorriso brilhar novamente quando olhei para Mãe Miranda.

— Então, com quem eu assinaria esse contrato? — Perguntei.

— Ah, eu mandaria redigir o documento na próxima semana. Quero ter certeza de que você receberá o pagamento devido antes de fazer isso. Não seria certo se eu lhe devesse alguma coisa.

— Eu entendo.

— Perfeito, perfeito! Continue assim e posso até as considerar como uma família! — Mãe Miranda riu. Meus olhos lentamente seguiram para Donna. Nunca pensei ver alguém tão petrificado quanto ela. Inclinei minha cabeça de um lado para o outro.

— Enquanto Lady Donna permanecer no meu futuro, não me importo com o que você nos chama.

— Claro, claro. — Mãe Miranda acenou para nós duas. — Não posso apressar algo tão adorável quanto a sua amizade. — Engoli em seco o meu tom quando concordei.

— Estou feliz que você entenda. Você é tão gentil por me deixar ficar.

— Eu também fico feliz que você tenha percebido o esforço necessário para encontrar pessoas adequadas para realizar o trabalho. — Sua mão repousou em meu ombro e apertou suavemente. — Estou radiante agora. Espero que compartilhe do meu entusiasmo. — Apenas concordei com a cabeça. — Bem, terei seu contrato pronto até a próxima semana. — Sua atenção se voltou para Donna quando sua mão deixou meu ombro. — Donna, sei que foi algo repentino. Peço desculpas pelo incômodo causado. — A mulher apenas dispensou Mãe Miranda. Era como se estivesse agindo mecanicamente, como se fosse uma marionete presa por cordões invisíveis. Mãe Miranda acenou em agradecimento. — Bom, vou deixá-las a sós! Me avise se houver qualquer problema.

Brincando com a Mestre das BonecasOnde histórias criam vida. Descubra agora