Capítulo 19

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Era necessário preparar o jantar para a família, então optei por ficar e auxiliar na cozinha. Mindy não se importou. Em vez disso, ela parecia bastante grata por eu saber defumar carnes. Kiri permaneceu como âncora enquanto preparava os vegetais. Disseram-me que a carne era definitivamente bife de vaca, então meu estômago foi salvo de um segundo vômito. A carne fumegava no defumador enquanto eu ajudava a cortar os legumes. Os sons da gargalhada maníaca de Angie me fizeram estremecer.

— Aí está você! — Angie gritou de forma estridente enquanto corria para dentro da cozinha. Suas mãos puxaram minha perna enquanto eu terminava a batata que cortava em cubos. Olhei para seus olhos vidrados.

— Sim, Angie?

— Donna está realmente preocupada com você! Você não estava com os outros na enfermaria! Ela pensou que você foi roubada para limpeza. Então, ela me mandou te encontrar. — Sua cabeça girou. — Acho que a cozinha é mais legal do que limpar. — Um pequeno sorriso surgiu em meu rosto quando deixei a faca de lado.

— Perguntei se poderia ajudar.

— Por quê? Não é seu trabalho! Seu trabalho é fazer companhia para ela!

— Achei que ela estava bem sozinha. Além disso, eu estava me sentindo mal, então foi melhor ficar longe para recuperar o fôlego por um momento.

— Bem, já que tá melhor, volte! Ela não está feliz por você ter ido embora. — A boneca me puxou o máximo que pôde, mas não conseguiu fazer eu me mexer nem um centímetro. A diversão sangrou em meu rosto enquanto ela tentava com todas as suas forças. — Vamos! — Deixei que ela me arrastasse enquanto me despedia de Mindy e Kiri. Para minha surpresa, as duas sorriram calorosamente para mim enquanto acenavam com as facas para mim. Segui a boneca que caminhava pelo corredor. — Por que você está andando? — perguntei.

— As habilidades de Donna enfraqueceram depois que ela brincou com seus antigos companheiros de trabalho. — Balancei a cabeça.

— O que tinha de errado com você? Por que você estava doente? — Dei de ombros.

— Digamos que os nervos levaram a melhor sobre mim. — Essa foi a maneira mais simples de colocar isso.

— Oh, Donna ouve isso o tempo todo. — Angie virou-se para mim e ergueu os braços. Levantei uma sobrancelha para ela. — Vai logo, isso a ajuda. Vai ajudar você. — Franzi a testa. Tirando o coelho de pelúcia, lembro-me da última vez que segurei uma boneca. Peguei Angie com cuidado e segurei-a com força em meus braços. — Ei! Não tão apertado brutamontes! — Com o susto afrouxei o aperto.

— Desculpe. — murmurei. Surpreendentemente, ajudou. Há tensão que eu não havia notado estava lentamente se desfazendo enquanto o perfume floral de Angie invadia em meu nariz. Era bastante semelhante ao cheiro de Donna. Uma onda calma tomou conta de mim e me envolveu enquanto ela me guiava pelos corredores em direção à sala. No entanto, ao chegarmos perto de uma sala, paramos e Angie me guiou até uma porta próxima a ela. Abri a porta e entrei no local. Donna estava sentada em frente a Lady Dimitrescu com o véu afastado e uma taça de vinho na mão. Ambas as cabeças se voltaram para nos antes de relaxarem e acenarem. Fui até Donna e entreguei-lhe Angie.

— Você pode segurá-la por enquanto. Ela parece satisfeita, — disse Donna. — Sente-se. Parece que você viu um fantasma. — Assenti com a cabeça lentamente e me sentei ao lado dela. Os olhos dourados de Lady Dimitrescu me avaliaram enquanto ela tomava um gole de sua bebida. Fiquei sentada lá e inconscientemente segurei Angie com um pouco mais de força. Surpreendentemente, a boneca não reclamou.

— Existe uma razão para isso? Sério? Você não conseguiu encontrar nenhuma outra pessoa que lhe interessasse? Alguém sem licença para matar, talvez? — Donna encolheu os ombros.

Brincando com a Mestre das BonecasOnde histórias criam vida. Descubra agora