Capítulo 21

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— Uau! Isso é tão legal! — Angie saltou dos braços de Adrien enquanto caminhávamos até a fortaleza. Farelos de mofo estavam espalhados pelo chão em montes. Apenas presumi que fossem os corpos dos licanos mortos e se transformaram nisso quando faleceram por algum motivo óbvio que não era aparente para mim. Abri a porta dos fundos e todos nós entramos. O calor dos altos-fornos ainda acesos tomou conta de todos nós.

— Graças a Deus, continua quente aqui! — Adrien suspirou feliz.

— Vamos ter certeza de que os licanos estão realmente mortos por aqui. — Eu disse cautelosamente. Nós quatro nos dividimos em pares. Angie foi com Adrien para o primeiro andar enquanto Silent e eu escolhemos ir para o último andar. Demos uma olhada na sala de explosivos e vimos que nada realmente mudou lá dentro. Subimos para a próxima sala. Quando abri a porta, havia uma enorme pilha de mofo que ocupava a maior parte do chão da sala. Uma pilha de ouro estava perto dele. A porta do telhado estava aberta. Silent e eu entramos na sala e olhei em volta.

— Ei, importa-se de me ouvir por um momento? — Voltei-me para Silent. Pelo visto, seu interesse foi despertado pela maneira como ele acenou com a cabeça. — Então, estou um pouco perplexa aqui. — Ele se aproximou de mim enquanto eu pegava a foto e o esqueiro dos meus bolsos. — Lá naquele lugar onde você estava hospedado, havia um caderno naquela bancada de trabalho lá embaixo. E continha informações sobre... experiências passadas. Bem, um dos nomes se destacou. Mordecai Beneviento. Não sei quem ele realmente era, mas acho... acho que o matei. — As sobrancelhas de Silent franziram em confusão. — Ouça-me. No início, eu estava aqui para exterminar os licanos. Bem, aparentemente havia alguém os controlando. Adrien e eu o conhecíamos como o antigo jardineiro de Donna Beneviento. Mãe Miranda implantou cadou nele e o fez ficar longe. Não sei por que, e algo me diz que talvez eu deva descobrir. Mas, de qualquer forma, mãe Miranda nunca me disse que esse era meu verdadeiro alvo até depois de o crime ter sido consumado. Ela sabia exatamente quem eu gostaria realmente de perseguir, mas nunca me disse. Não entendo o porquê. Algo estranho está acontecendo aqui. Até o cara que matei nem me disse quem ele realmente era. E a única razão pela qual estou supondo que foi Mordecai e não o jardineiro é porque as anotações do caderno combinava com as habilidades desse cara. — Acendi a chama atrás da foto e Silent leu as palavras. Ele tirou o caderno de seu bolso e fez uma anotação para eu ler.

Ele deve ter sido uma ameaça para Eva.

— Mas como? Primeiro, Eva é um bebê. Segundo, se esta era a família de Donna, por que não contar a ela? — Silent encolheu os ombros. Ele bateu a caneta no bloco antes que uma ideia lhe surgisse em seus olhos.

E se fosse para controle?

— Controle? — O homem ergueu um dedo enquanto escrevia em seu papel.

Moreau me contou como mãe Miranda é uma ótima mãe, mas me pareceu uma manipulação traumatizante. E se essa fosse a maneira dela de manipular Donna? Pegando o que sobrou de sua família.

— Mas ela viu sua família falecer. Eu... eu vi a visão dela de sua família pendurada por laços. — Silent me lançou um olhar inexpressivo. Minhas sobrancelhas franziram quando seus olhos subiram e se voltaram para o papel. Ele ergueu o caderno um momento depois.

Tem certeza de que era o pai dela e não o jardineiro? Se aquele homem soubesse que o chamava jardineiro e não era, essa seria a única outra opção.

— Porém, isso não iria... — Minhas palavras foram sumindo quando meus olhos caíram. — Talvez seja possível para ela criar pesadelos como esse para Donna vivenciar. Mas então por que o pai não veio... espere. — Saí da sala com Silent em meus calcanhares. Entramos na sala cheia de explosivos e fomos até o mapa na parede oposta. Apontei para a zona "segura". — Ele deve ter sido ameaçado pela segurança dela se não tivesse ficado longe. — Me virei para Silent. — Certo? — Silent encolheu os ombros. Sua cabeça inclinou para o lado e passou por mim. Ele tirou lentamente o mapa da parede. Me virei. Abaixo dela havia uma nota menor. Minhas sobrancelhas franziram enquanto eu o agarrava.

Brincando com a Mestre das BonecasOnde histórias criam vida. Descubra agora