Sofazinho

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Cheguei 🥰

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Depois de jantarem nessa noite, a Marília fez a verificação de segurança como sempre, e esteve depois a falar com os colegas e saber como estava tudo.

A Maraisa apareceu entretanto do quarto.

Marília: Está tudo calmo, mas vamos ficar atentos para não sermos expostas novamente - sorriu

Maraisa: Está bem - sorriu e sentou-se no sofá - já acabaste o trabalho hoje?

Marília: Já - concordou

Maraisa: Podíamos ver um pouco de televisão, o que achas? - a loira concordou

Sentaram-se lado a lado no sofá, enquanto na televisão passava algum programa. Numa mesa de apoio ao lado do sofá o rádio com que a Marília andava sempre, volta e meia dava algum sinal, de comunicações entre eles.

Estavam tapadas com a mesma manta, apesar de afastadas. Depois de algum tempo ali, trocaram um olharam e aproximaram-se as duas do meio do sofá.

A Maraisa encostou a cabeça ao ombro da Marília, e ficou dentro do abraço dela, enquanto entrelaçava os dedos de uma das suas mãos com a da loira.

A cabeça da morena estava demasiado confusa, estarem ali, com toda a situação em volta delas, além de tudo o que havia mal resolvido entre elas, deixava-a com a cabeça a uma velocidade muito grande.

Maraisa: Marília - chamou a atenção dela

Marília: Sim? - falou baixo e deixou um beijo na cabeça dela

Maraisa: Porquê? - olhou para ela - porque é que acabaste tudo? Porque é que me deixaste? - fez uma pausa e a loira baixou o olhar - porque é que hoje me trataste com tanto amor?

A Marília tirou o braço que envolvia o corpo da Maraisa, e a morena sentou-se de frente para ela.

Marília: Eu não sei se vais entender - respirou fundo

Maraisa: Tenta explicar - falou baixo e segurou a mão dela

Marília: Poucos dias antes de terminar contigo eu recebi uma proposta, de uma missão no estrangeiro - começou por dizer - era algo em grande, com uma organização terrorista muito procurada, e nós tínhamos hipótese de a desmantelar - fez uma pausa

A Maraisa ouvia atentamente o que ela lhe estava a dizer.

Marília: Desde que escolhi esta profissão que sonhei com essa missão específica - contou - e de repente, eu vi-me na decisão mais difícil da minha vida - respirou fundo - eu não podia negar aquela missão, mas não queria que ficasses aqui sem saberes notícias, sem saberes se eu estava viva ou não, se estava bem, ter de me despedir de ti sem saber se te voltaria ver, ou obrigar-te a fazeres-me um velório, se o meu corpo voltasse

A Maraisa fechou os olhos com força e caíram algumas lágrimas. Imaginar aqueles cenários doeu-lhe.

Marília: Eu não queria que ficasses a sofrer sem notícias minhas, ou preocupada - disse depois

Maraisa: E porque é que não me disseste isto? Não tomamos esta decisão juntas? Não valia isso para ti?

Marília: Claro que valias - segurou a cara dela - e vales - sorriu - eu vejo o que as famílias sofrem, o que os maridos e mulheres dos meus colegas passam, e eu só te quis poupar a isso

Maraisa: Era uma decisão em que me devias ter ouvido - tirou as mãos dela da sua cara - não devias ter tomado essa decisão por mim

Marília: Eu sei, desculpa - fez uma pausa - acho que preferia que me odiasses por te deixar, do que a viveres numa preocupação constante, ou com a dor da minha morte

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