Sem forças

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Boa noite 😮‍💨

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A Marília e o agente Brown estavam no fim do segundo dia a caminhar pelo deserto. Os passos eram cada vez mais arrastados.

Ambos já tinham tido momentos em que o sol, o calor, e algum desespero tinha estado a tomar conta da situação.

Apoiaram-se um ao outro. Caminharam lado a lado.

Agente Brown: Marília - chamou-a

Quando ela olhou para trás ele deixou-se cair no chão.

Marília: Brown, fica comigo - segurou-se a cabeça aflita

Agente Brown: Deixa-me aqui e continua - disse com a voz mais sumida

Marília: Eu não te vou deixar homem, estamos juntos até ao fim - disse enquanto tirava o seu cantil de água - bebe

Agente Brown: Essa água vai fazer-te falta - tinha a voz bastante baixa

Marília: Para de ser teimoso, eu não te vou deixar - disse-lhe séria - bebe

Ele bebeu um gole de água. Depois ela tirou um snack da mochila e deu-lhe a comer. Já não tinham quase comida, e muito pouca água, mas não fazia parte da índole da Marília deixar um colega para trás.

Ficaram algum tempo parados. A Marília começou a fazer contas de cabeça e se tivessem na direção certa, talvez não demorassem muito a chegar à base.

A dúvida era, será que estavam na direção certa?

Marília: Brown, vamos andar mais um pouco? - chamou-o - Brown?

Ele estava sem sentidos, o corpo completamente mole. Ela mediu-lhe a pulsação e percebeu que estava vivo, mas fraco.

Marília: Merda - deu um murro na areia

Obrigou-se a não entrar em desespero.

Marília: Muito bem, vamos a isto - respirou fundo

A loira pôs-se em pé, ajustou a mochila, pegou no corpo do colega e colocou-o nas suas costas. Pôs os braços dele em volta do seu pescoço, e arrastou-o.

O caminho era agora bem mais lento. Começava também ela a sentir-se bastante fraca.

Estava a tentar manter-se consciente quando num dos auricular, que continuava a ter nos ouvidos, ouviu uma interferência.

Parecia ouvir algumas vozes, mas nenhuma a falar diretamente com ela. Além disso, tentou falar mas ninguém a ouvia.

Parou um pouco. Estava exausta. Pousou o corpo do colega. Mediu-lhe os dados vitais e percebeu que continuava bastante fraco.

Ficou em pé e olhou em volta. Ao fundo, à frente, pareceu ver-lhe algumas construções. Algo parecido com uma base militar.

Marília: Será? - abriu um pequeno sorriso

Tentou acordar o colega, mas não conseguiu. Continuava sem sentidos. Voltou a carregar o corpo dele.

Estava cansada, suada e desidratada.

No seu íntimo ela só desejava que fosse a base deles e não uma base de algum grupo terrorista, porque se assim fosse, era o seu fim. Dos dois.

Foi-se aproximando e percebeu os portões dessa base abrirem.

Agora era a hora da verdade, em que ou eram recebidos por um grupo rival que poderia fazer-lhes de tudo, ou poderiam ser recebidos pelo seu grupo.

Viu um grupo aproximar-se a correr. Tentou manter-se desperta.

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