As cold as Ice - {traduzido}

10 capítulo

Racional

Ice pov;

Depois de alguns dias, Avery pareceu voltar a ser ele mesmo. Ele não estava mais suando ou com náuseas. Ele finalmente estava dormindo durante a noite e ficando acordado durante o dia. Embora tenha sido aí que seus desejos começaram; e eu pude ver os desejos estampados em seu rosto.

Ele começou a roer as unhas, estalar os nós dos dedos, morder o lábio e arrancar a pele dos dedos. Eu pude ver que ficou especialmente ruim durante a noite. No entanto, ele parecia estar resistindo aos impulsos.

Sentamos em uma lanchonete à moda antiga, com garfos e facas dispostos à nossa frente. A música ecoava pela lanchonete, mas era surpreendentemente agradável de ouvir. Avery estava sentado à minha frente, com muito pouca energia. Ele não tinha comido hoje, o que nos levou a onde estamos agora.

- Alguma coisa que eu possa trazer para vocês, meninos? - A garçonete perguntou com um tom educado e um sorriso caloroso. Eu odiava meu trabalho no meu restaurante. Ser gentil com as pessoas depois de algumas horas se torna exaustivo.

- Vou querer um bife com batatas fritas - anunciei antes de olhar para Avery, que apenas olhou para o cardápio. - Eu quero asas de frango com batatas fritas e um milk-shake, de preferência de chocolate - Ele falou rapidamente, seu corpo ficando mais relaxado enquanto falava.

Houve silêncio por um tempo, pois nenhum de nós sabia o que dizer.

- O que há de errado com você, você tem agido de forma estranha ultimamente? - Avery admitiu enquanto colocava batatas fritas na boca.

Desde que conheci Ace, fiquei me perguntando quem ele era. Se o que fiz por ele naquela noite voltasse para me incomodar mais tarde. Nunca fui a pessoa mais racional; Avery sabia quando algo estava errado e algo estava definitivamente errado agora. Eu não gostava das pessoas que estávamos nos tornando, mas não tínhamos escolha. Acho que esse sempre foi o caminho que estávamos destinados a trilhar.

- Nada, estou bem - balancei a cabeça, tentando distraí-lo, apontando que ele só tinha onze asas de frango em vez de doze.

- Não vou ficar com você por muito mais tempo, eu juro. Só estou tentando conseguir um emprego! - Ele disse, pensando que ele era o motivo da minha ansiedade. - Avery, estou bem se você ficar comigo. Eu não dou a mínima para Josephine e as outras crianças, honestamente. - afirmei, revirando os olhos ao pensar neles.

Acho que parte de mim sabia o que o futuro nos reservava.

- Termine de comer e podemos ir embora - eu pronunciei, olhando pela janela. Avery apenas assentiu, parecendo derrotado por não conseguir descobrir o que estava acontecendo de errado comigo. Ele não precisava saber.

Eu ainda tinha dificuldade para comer. Eu havia ganhado peso, mas ainda era mais magro do que a média das pessoas. Nunca usei mangas curtas e sempre usei um suéter. Meu prato geralmente estava meio vazio, eu nunca conseguia terminar tudo. Josephine me arrastou ao médico no ano passado, contra minha vontade. Ela não queria me levar, mas não tinha escolha, senão eu morreria de fome. Em vez de me ajudar, ela apenas me insultou enquanto estávamos sentados na sala de espera do hospital, se perguntando por que eu estava morrendo de fome. Eu não estava fazendo isso intencionalmente, ou talvez estivesse. Eu cresci sem comida na maioria dos dias. Eu estava hesitante em comer porque meu estado mental não era saudável. Eu estava muito deprimido e isolado, não tinha ninguém, então não via sentido em comer. A solidão é uma doença em si.

Só quando o médico me disse que eu morreria foi que comecei a comer de novo... Tudo porque sabia que Avery eventualmente precisaria de mim novamente.

Então agora eu tento comer, ainda fico doente e ainda resisto, mas tento e isso é o mais importante. Nunca contei a Avery sobre minhas dificuldades com a alimentação. Principalmente porque sinto que ele se culparia.