33 capítulo

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Preparodo

Ice pov;

Eu estava no meu quarto com Dante, assistindo a um filme. Ele falou que estava começando a não gostar de Sofia porque ela estava chamando muita atenção de Ace. Mais como se ela não estivesse dando nada a Dante. Bloqueei suas divagações focando na TV.

- Você está ao menos ouvindo? - Dante zombou.

- Sim, sim, nós não gostamos de Sofia, eu entendi. - Murmurei, colocando mais pipoca na boca.

- Você não entende. - Ele suspirou.

- Sim - eu disse, minha atenção voltando para a TV quando um momento realmente intenso aconteceu no filme. Eu podia ouvir a voz dele no fundo da minha mente, mas não estava preocupado. Dante não machucaria uma mosca e certamente não machucaria Sofia. Além disso, tenho certeza de que Ace o mataria se tentasse.

Eu não falava com Sofia desde o dia em que a encontrei no meu quarto. Eu não a tinha visto e não sabia se seria estranho. Eu meio que não gostava dela, mas não era mais ódio. Eu tinha desistido de odiar a garota sem motivo, mas assim que deixo minha vingança passar, Dante começa a sua. Essa garota não conseguia fazer uma pausa entre nós três e eu senti um pouco de pena dela.

De qualquer forma, eu tinha negócios a fazer.

Fiquei de pé e saí da sala, esquecendo completamente que Dante estava falando comigo.

Me virei e voltei para a sala antes de dizer: - Eu não acho que você deveria odiar a garota, ela está dando o seu melhor.

Fui até o escritório de Ace, onde o vi sentado em sua mesa, como sempre. É como se ele estivesse colado em um só lugar, sem nunca se mover. Seu cabelo era loiro escuro, me lembrava folhas caídas e marrons, que você encontraria no chão. Foi irônico porque estamos entrando no inverno em breve.

Ele soltou um gemido, se encostando  na cadeira. Seu cabelo desgrenhado e sua barba começando a crescer.

- Não posso mais fazer essa merda - ele disse, balançando a cabeça.

Assenti, me sentando em frente de sua mesa.

- O que você quer? - Ele perguntou, esperando pela minha resposta.

- Tem algum trabalho para eu fazer - Eu o questionei, na esperança de preencher meu tempo com alguma coisa.

- Se eu tivesse alguma coisa pra você fazer agora, você acha que estaria cuidando da papelada? - Ele ergueu a sobrancelha para mim. Ele tem um bom argumento.

- Você está sempre colado na sua mesa, vamos fazer alguma coisa então - sorri maliciosamente, pensando na primeira coisa que me veio à mente.

- O que você está pensando? - Ele disse, e acho que despertei seu interesse.

- Quando foi a última vez que você pilotou de moto? - Eu sorri.

Ace e eu acabamos ido dar uma volta. Estávamos vestidos de couro, com nossos capacetes. O capacete de Ace era preto com um desenho de caveira na frente; foi demais. O meu era branco, porque era o sobressalente de Ace, caso o crânio dele quebrasse.

Ganhei velocidade quando viramos uma esquina, ultrapassando a moto de Ace em segundos. Eu podia ouvir o vento passando pela minha cabeça enquanto pilotava contra o vento. Ace morava nas montanhas, então sempre ventava bastante, exceto no verão. Observei a moto de Ace quase levantar do chão quando ele passou voando por mim. Aquele homem realmente não tinha medo da morte. Ele estava brincando com Deus. Destemido.

- Calma - murmurei ao microfone, o que nos permitiu falar um com o outro.

- Para que você possa me ultrapassar, claro que não. Isso é o que você ganha por tentar se exibir - ele murmurou, com o microfone abafado, mas eu ainda conseguia entender o que ele estava dizendo.

- Eles vão me dar uma surra se você voltar morto. Eles vão me matar! - Eu gritei e ele respondeu com uma risada, saindo na próxima saída.

Paramos em um posto de gasolina e eu sentei na minha moto, esperando Ace abastecer. Ele se aproximou de mim, tirando o capacete. Levantei a tampa de plástico transparente que protegia meus olhos para que eu pudesse falar com ele. Não me preocupei em tirar o capacete inteiro.

- Está tão quente nesse capacete - ele falou, e foi então que percebi que seu cabelo estava encharcado de suor.

- Prefiro sofrer - sorri, jogando a cabeça para trás antes de cair da moto.

Ace começou a rir incontrolavelmente enquanto eu me levantava. Como é que caí e a moto ficou em pé? Eu sei que tomei posição, mas isso nem faz sentido.

- Essa foi a merda mais engraçada que vi você fazer a semana toda - ele riu, segurando o peito. Olhei para ele, esperando que ele terminasse de rir enquanto eu tirava a poeira da minha jaqueta.

- Eu sou um idiota. - Suspirei, rindo com ele.

- Você é. - Ele concordou.

Nós dois ficamos em silêncio e percebi que o sol estava se pondo. Ace estava olhando para longe, parecia que algo o estava incomodando.

- O que está errado? - Eu perguntei, sabendo que com Ace, não faz sentido rodeios.

- Meu pai não aparece há algum tempo. Estou rezando para que ele esteja morto de alguma forma - ele murmurou, seus olhos permanecendo no pôr do sol.

- Não temos essa sorte, Ace - afirmei, verificando meu celular quando recebi uma notificação.

- Ah, merda - eu disse, colocando meu celular de volta no bolso.

- O que aconteceu? - Ace perguntou, uma ruga entre as sobrancelhas.

- Nada, Deja sabe que eu a bloqueei - murmurei, revirando os olhos.

- Caramba - Ace disse, fazendo uma careta.

- Eu continuo fodendo com ela. Ela é a única garota que eu já gostei, mas não posso arrastá-la para tudo isso. Ela vai acabar morta por minha causa. - Afirmei, roendo as unhas enquanto falava.

- Sim - Ace parou, pensando em sua própria situação. Eu gostaria de poder ajudá-lo com o pai, mas isso depende inteiramente dele. Ele tem força para matá-lo com as próprias mãos, mas não o faz. Não sei o que o está impedindo. Não muito mais depois que ele assassinou Denice, isso é certo.

- Você acha que ele teria coragem suficiente para voltar? - Ace perguntou, sua preocupação estampada em seu rosto.

- Você acha que poderia enfrentá-lo se ele voltasse? - Respondi sua pergunta com outra pergunta, o fazendo pensar sobre a situação.

Eu não tinha certeza se Kai voltaria, não seria surpresa para mim ou para qualquer um de nós se ele voltasse, mas teríamos que estar preparados. E se ele não vier até nós, teremos que ir até ele.

As cold as Ice - {traduzido}Onde histórias criam vida. Descubra agora