Anônimo? (parte 2 - final)

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Depois de alguns minutos andando Erick finalmente chega a Rua Ridch 429. A Rua era escura e deserta, e parecia até fria aquela noite. Erick continua andando até finalmente avistar uma figura escura nas sombras. Ele se aproxima da figura e percebe ser um homem, ele pensa
— "Talvez esse seja aquela pessoa das mensagens.. Por que será que ele não quis revelar sua identidade mas me pediu para encontrá-lo?... Estranho..."

Erick cutuca o ombro do estranho antes de falar
— Eh.. Olá, eu sou Erick Lantrow.. Você seria aquela pessoa que me mandou mensagem?
O homem se vira para trás antes de tirar o capuz de seu moletom. Erick se sente um pouco confuso com a sensação familiar que sente quando tenta enxergar o rosto do homem no escuro e neblina da rua. O homem então começa a falar, e Erick arregala os olhos ao ouvir sua voz.
Olá, Erick. Se lembra de mim, querido?

Erick sente uma onda de indignação e ódio ao ver quem era a pessoa que escondia sua identidade antes.
— Você... VOCÊ?! OQUE ESTÁ FAZENDO AQUI?! NÃO TINHA IDO EMBORA DE ESTOCOLMO? POR QUE VOLTOU, HEIN?!

O homem ri ao ver como o temperamento de Erick não mudou muito desde que ele era pequeno.
— Ora, isso são modos de tratar seu querido tio, Erick? Pare de gritar.
O homem deu um sorriso gentil claramente falso enquanto enfiava as mãos nos bolsos de seu moletom.
— Seu.. Seu bastardo falso! Não deveria nem ser considerado como meu tio! Onde já se viu me abandonar em uma cidade grande e sumir?!
Erick exclamou, sentindo seu coração apertado e como se estivesse tentando engolir uma pedra três vezes maior que sua garganta.

O tio de Erick continua sorrindo, mas não tenta esconder nem um pouco a falsidade estampada em seu rosto.
— Oh, meu querido sobrinho.. Eu não quis te magoar, eu estava apenas-
Erick interrompe seu tio antes de começar a falar novamente.

— Não quis me magoar?... Não. Quis. Me.. Magoar?! Você é mesmo um filha da p-....!
Erick se interrompe, sentindo que qualquer outra palavra que saisse de sua boca poderia fazê-lo derramar lágrimas. Então ele respirou fundo antes de se acalmar, não queria parecer vulnerável em uma situação dessas em frente a pessoa que ele tanto odeia. Ele cruza os braços e fecha os olhos com força antes de olhar para seu tio novamente.
— Então, oque você quer, Kyle? Se voltou até aqui com certeza não foi apenas para falar comigo.
— Kyle? Vamos lá, me chame de titio. Igual fazia quando tinha nove aninhos. Aquecia meu coração, sabia?

Erick range os dentes e serra os punhos com força.
Nem que me paguem eu te chamo de tio de novo. Anda logo, canalha, desenbucha.

O tio de Erick parece diminuir um pouco seu sorriso ao ver como Erick parecia ao lembrar do passado. Mas decidiu parar de insistir e começou a falar.
— Tudo bem.. Você está certo, Erick.. Então... Como você deve saber, cresci como cobrador de aluguel. Se lembra?.. Então fiquei sabendo que você tentou roubar a coroa do Rei Arthur, estou certo?
— Sim, está certo. Mas oque isso tudo tem haver com oque você quer?

O tio de Erick suspira um pouco antes de continuar.
— Eu estava pensando se.. Bem... Você pudesse me ajudar a matar o Rei Arthur... Oque.. Acha?

Erick arregala os olhos e parece indignado de novo.
Matar.. O Rei Arthur?
Erick gargalha com a proposta de seu tio.
— Você.. Você está brincando, né? Você sabe muito bem que eu não mato pessoas. No máximo desmaio algumas para conseguir oque quero, mas eu nunca vou matar alguém. Muito menos te ajudar a fazer isso.

O sorriso do tio de Erick desaparece completa quando ele ouve Erick gargalhar de sua oferta.
— Não.. Espera.. O-o que?.. Ma-mas Erick-..
— Não, mas Erick nada! Se você quer matar alguém vá e mate! Não me envolva em seus problemas. Além disso, eu trabalho sozinho.

O tio de Erick se irrita ao ser rejeitado de tal forma. Ele cresce o peito tentando intimidar Erick e retruca.
— Escuta aqui garoto. Eu sou o seu tio! Mesmo que eu não possa te obrigar a aceitar minha oferta, você deve pelo menos ter um pouco de respeito comigo, pirralho!

Erick levanta uma sobrancelha e sorri arrogantemente. Ele não se intimida com seu tio e o confronta como se ele fosse do seu tamanho.
— Oque? Você quer falar de respeito comigo? De respeito? Tem certeza? Primeiramente coloque-se no seu lugar. Você não foi nenhum tio incrível para merecer meu respeito ou palavras de carinho saindo de minha boca. Depois, você já ouviu aquele ditado? "Você colhe oque planta"? Extamente, se quisesse meu respeito deveria ter respeitado eu e meu pai e ter baixado um pouco mais sua bola! NA GERAÇÃO DO MEU PAI NESSA FAMÍLIA NÃO TEM NENHUM PALHAÇO FAZENDO PALHAÇADAS PARA VOCÊ TIRAR SARRO E RIR! ME ESCUTOU OU SERÁ PRECISO EU REPETIR DE UM JEITO QUE VOCÊ JÁ DEVIA TER VISTO A MUITO TEMPO?!

O tio de Erick murcha o peito e parece magoado com as palavras de seu sobrinho.
— Você.. Você me odeia, Erick?...
Ele recua um pouco olhando para Erick com um olhar meio triste em seu rosto

Erick ri e sorri mais ainda.
— Se eu te odeio?... Eu te odeio com toda minha raiva! Te desprezo com todas as minhas forças! Por mim você poderia sumir da minha frente agora mesmo antes que minha mão "acidentalmente" vá parar no meio dá sua cara!

O tio de Erick se sente ameaçado pelo jeito como Erick grita com ele, ele se sente um pouco assustado com oque pode acontecer se permanecer ali. Mas ele não pôde deixar de sussurrar para Erick antes de ir embora dali.
— Tudo bem, eu não quero mais sua ajuda, ignorante. Eu só vou falar mais uma coisa... Eu vou matar esse tal de Rei Arthur, e logo em seguida, vou te matar também. Foda-se se você é meu parente ou não. Que os jogos comecem, querido sobrinho. Vamos ver quem sairá vivo desse jogo.

Erick não parece se incomodar com as palavras de seu tio. Assim que seu tio desaparece por completo, Erick começa a se encolher segurando seu joelhos enquanto se agacha, lágrimas dolorosas escorrendo de seu olhos enquanto aquela sensação de ter uma pedra intala em sua garganta volta. Ele tenta enxugar um pouco as lágrimas enquanto murmura aos prantos.
Desgraçado... Por que você não some de uma vez da minha vida, lixo ambulante?...

Coroa Vermelha - Tudo pelo dinheiroOnde histórias criam vida. Descubra agora