𝐂apitúlo 24

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O mal pelo mal

    𝐎 homem me olhava um pouco afoito. Como se qualquer ato de ameaça pudesse irrita-lo. Ele se levantou e puxou minha mão indo para a cozinha enquanto os outros ficaram quietos na sala.

── Jake... ─ o chamo.
   
── O que esse filho da puta pensa que está fazendo? Ele tocou em você? Ele tem atração pela morte? ─ o homem esbreveja roucamente como se estivesse falando consigo mesmo.

── Jake. ─ o chamo novamente.

── Eu juro por tudo que é sagrado nesse mundo que eu vou por minhas mãos nele... ─ ele aperta os punhos rangendo os dentes e se vira me olhando. ── Ele fez mais alguma coisa?

── Jake. Ele não fez nada demais. Ele só tá tentando me atrair pro lado oposto do que condena ele. ─ puxo as mãos do moreno relaxando suas mãos.

── Desculpa. Eu não consigo pensar com toda essa raiva... ─ ele passou as mãos no rosto frustadamente. ── Eu não quero parecer possesso. Mas ouvir o jeito que ele estava falando com você... os flertes descarados...

Seu maxilar ficou evidentemente marcado sobre a face, e seus olhos azuis escureceram diante do pensamento que o incomodava. Era um pouco excitante vê-lo assim, mas respirei fundo tentando me recompor para poder consola-lo dessa situação.

── Amor, esta tudo bem sentir ciúmes... ─ ele me corta nervoso.

── Não é ciúmes. É cuidado! ─ ele levantou um pouco a voz ganindo.

── Não ergue a voz pra mim Jake, eu estou falando com você numa boa. E espero que entenda, que o Alan está tentando mexer com sua cabeça. Logo você, o que tem que ser mais esperto e cético dada a sua situação. ─ seguro seu rosto acariciando com o dedão sentido a aspereza de sua barba oculta.

Ele respirou fundo se acalmando, e o seu peito se tornou suave ao sua respiração se acalmar. Ele me puxou pra ele me abraçando enquanto segurava minha nuca colocando meu rosto sob o seu peito. Eu ouvia o seu coração batendo rapidamente, mas se estabilizando quando o homem respirava fundo sentindo o aroma do meu cabelo. Ele deposita um beijo no topo da minha cabeça e se afasta.

── Eu amo você S/n. Eu amo tanto que sou capaz de destruir o mundo inteiro por você. ─ ele sussurra aproximando os lábios dos meus. ── Meu coração é bom, mas o meu gênio é ruim. Eu meio que prefiro viver pela paz por que o meu outro lado é horrível. E eu não quero jamais que você veja ele.

Ele deposita selinhos repetidamente e delicadamente contra minha boca enquanto sinto sua respiração ficando mais forte e intensa. No momento que me preparo para abrir caminho para sua boca, ele se afasta lambendo os lábios enquanto alonga o pescoço com uma mecha de seu cabelo caindo acima de seu olho.

Jake mordeu os lábios, seus olhos escurecendo enquanto entrava em seu modo sério novamente. Ele se virou e caminhou de volta para a sala, comigo logo atrás. Ao entrarmos, todos na sala pareciam estranhamente interessados no chão, disfarçando como se não tivessem ouvido uma única palavra da nossa conversa. A tensão no ar era palpável para todos ali no ambiente.

O homem pegou o notebook e se sentou em uma poltrona, seus dedos deslizando rapidamente pelo teclado com uma destreza impressionante. Fiquei ao seu lado, observando-o. Ele era realmente bom nisso. Após alguns minutos de silêncio, ele finalmente falou, sem tirar os olhos da tela.

── Eu tenho um plano. ─ disse Jake, sua voz baixa, mas firme.

Todos na sala pararam o que estavam fazendo e levantaram os olhos, atentos. Ele continuou digitando, sem perder o ritmo dos dedos e do assunto.

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