𝐂apitúlo 34

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O bem nem sempre vence

    𝐎lhei para Lilly e Jessy com um desespero evidente em meus olhos. Lory se levantou, gaguejando enquanto me encarava assustada.

── Calma! Eu não vou te machucar. Não foi eu quem matei o Adam... ─ tentei acalma-la pra não chamar atenção. ── Foi o seu marido...

── Não... você não vai trazer esse homem de volta pra minha vida. Saia daqui! ─ ela fala respirando fundo colocando a mão no peito. ── Vá... embora...

No mesmo instante, Lory cai no chão, respirando fortemente com as mãos no peito a maneira que os enfermeiros chegam correndo para socorre-la. Dou um passo pra trás, petrificada com a cena que se desenrolava diante dos meus olhos.

── S/n, vamos embora! ─ Jessy sussurrou, tentando me puxar.

Começo a me afastar aos poucos, até que a voz de um homem nos impede abruptamente.

── Ei vocês! Venha aqui! ─ um homem de meia idade se aproxima correndo enquanto os enfermeiros levam Lory para dentro em cima da maca.

── Aí caralho, fudeu. ─ falo sem graça começando a tremer.

── Isso por que o Jake falou pra gente não colocar nada em risco! ─ Lilly esbraveja.

── Vocês são parentes da senhora Gilberts? ─ ele ajusta os óculos enquanto ofega.

── S-sim! ─ gaguejo nervosa.

Ele nos olha afoito por um momento e em seguida um enfermeiro corre a seu encontro sussurrando algo e depois sai. Ele nos olha com dó, e balança a cabeça negativamente enquanto seus lábios formam uma linha reta.

── Eu sinto muito. Senhora Gilberts acabou de sofrer um ataque do coração e veio a óbito... ─ ele tira os óculos secando o suor.

Meu coração começou a bater fortemente, Jessy abaixou a cabeça e Lilly suspirou andando de um lado para o outro.

── Vocês falaram alguma coisa que pode ter arrecadado o ataque de pânico dela?

Olhei para o homem, afetada o bastante para responde-lo.

── Não. Foi do nada. ─ Lilly respondeu friamente.

Olhei para a loira vendo o gelo em seus olhos. De forma apática ela finge não se importar.

── Vamos chamar o ex marido dela que é responsável pela internação. ─ ele se prepara pra sair, mas o impeço.

── Não precisa, nós o avisamos senhor...? ─ indago tentando parecer menos abalada.

── Roy. Fred Roy. Sou o diretor do hospital. ─ ele estende a mão segurando a minha e a massageando reconfortante.

── Você pode entregar as coisas dela? Não queremos que o ex marido e o filho tenham que recorrer essa dor. ─ Lilly se opõe.

Imediatamente lembro do seu filho e uma dor infernal de garganta se instala em meu pescoço enquanto tento segurar o choro.

── Claro. ─ ele acena pra que possamos segui-lo.

Continuo parada no lugar. Culpada demais pra andar.

── Vamos S/n! ─ Lilly me olha ansiosa.

── Eu matei ela. ─ falo parada. ── Eu matei ela! ─ repito, indignada querendo não acreditar enquanto dou um sorriso sem emoção.

── Larga de ser imbecil! Ela tinha problema genético de estresse. Isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. ─ a loira se aproximou e segurou o meu rosto firmemente. ── Não se preocupe com o filho dela. Pense que era melhor ela do que você morta naquela maca.

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