𝐂apitúlo 46

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Um dia antes do inferno

    𝐏arei por alguns momentos mordendo o próprio dedo enquanto continha uma risada. Jake levanta a cabeça dormindo e meio acordado e resmunga.

── O bebê? ─ ele fala roucamente.

Vou até a cama e me deito o colocando pra dormir novamente. Olho para o teto por mais alguns segundos e me viro voltando a dormir enquanto penso no que vi na sala. Só há uma pessoa solteira nesse chalé, do sexo masculino em específico. E Darkness é louco pela Lilly. Então só resta o William...

Pego no sono novamente e só acordo no outro dia com Jake saindo do banheiro escovando os dentes. Me espreguiço o vendo me encarar, e em seguida ele volta para o banheiro pra terminar sua rotina. Ele volta e se aproxima da cama se sentando colocando as mãos em minhas pernas.

── É amanhã. ─ ele fala, o tom de voz nervoso com o afirmamento. ── Passei a noite toda mesmo dormindo pra que tudo corra bem pra todos nós.

── E vai. Não precisa se preocupar com isso. ─ me sentei segurando suas mãos.

── Você acha que eu fui meio injusto com a Lilly? Com a coisa dela se mudar pro México? ─ ele me pergunta.

── Um pouco sim... você meio que tá fazendo a mesma coisa que ela. Não entendi o por que você achou coisa de outro mundo ela fazer o mesmo.

── Mas eu não fiquei bravo por isso. Longe disso, ela é adulta. Eu fiquei bravo por que ela decidiu isso desde o primeiro momento que eles ficaram, e se ela guardou desde aquele dia ela provavelmente iria guardar por mais dias se você não falasse que iríamos embora. Ela não precisa da minha permissão, mas ela é minha irmã e eu gostaria de saber pra onde ela iria... ─ diz ele resignado.

── Confesso que fiquei confusa com isso também, mas acho que depende muito sabe? Ela queria falar no momento certo. ─ acariciei sua bochecha.

── Não vejo a hora de começar minha vida com você S/n. ─ ele da um suspiro feliz sorrindo. ── Ver sua barriga crescer, ter nosso canto... longe de tudo!

── Eu também... ─ devolvi o sorriso e me inclinei o beijando.

── Escuta, você se levantou nessa madrugada? ─ ele me questiona se levantando. ── Ouvi uns barulhos vindo do andar debaixo...

Engoli em seco me lembrando da Jessy e do que só pode ser o William se pegando na sala. Engulo em seco adotando uma expressão confusa e o respondi despreocupada.

── Barulho? Eu? Não, não... ─ dei de ombros me levantando enquanto arrumava a cama. ── Você se levantou pra ver?

── Não, voltei a dormir. William disse que dormiria na sala pra fazer vigia caso algo acontecesse. ─ ele falou limpando seus óculos e os colocando.

Sei bem a vigia que ele estava planejando fazer. Depois de fazer minha rotina, começo a colocar nossas roupas na mala e pegar nossos pertences vendo Jake digitar algumas coisas no notebook do William.

── Vou ver se consigo um carro. É mais fácil pra viajarmos do que ir na van. ─ ele falou dizendo sozinho.

── Pra onde você comprou as passagens em falar nisso? Você não me disse pra onde estamos indo.

── É uma surpresa. ─ ele arrumou os óculos enquanto me olhava feliz. ── Além disso, ansiedade não faz bem para o bebê.

── Como se o resto da situação em que estamos fizesse né? ─ revirei os meus olhos rindo. ── Eu vou descer pra tomar café, você vem?

── Depois... ─ ele coçou a cabeça imerso no computador e bufei descendo as escadas.

Assim que as desci, ouvi movimentos a todo vapor enquanto todos recolhiam seus pertences e andavam pra lá e pra cá com malas e sacolas.

── Bom dia S/n! ─ William fala, e se aproxima fazendo um carinho na minha barriga. ── Dormiu bem?

── Ah, claro... ─ falei tentando não parecer estranha. ── E você? Dormiu bem sogro? ─ o encarei sorrindo.

── Ah, muito bem! ─ ele deu um sorriso passando o dedo no próprio bigode e caminhou até a cozinha.

Lilly veio em minha direção com um prato nas mãos vom torradas e cereal, ela estendeu em minha direção enquanto mastigava uma tira de bacon.

── Aqui. ─ ela me entrega. ── Pode se sentar e ficar de boa, nos arrumamos as coisas por aqui.

A agradeci e me sentei no sofá comendo enquanto a mesma voltou pra cozinha, olhei para a porta de vidro através do chalé e vi William fumando um charuto enquanto Jessy se aproximou com uma xícara de café o entregando. Ele sorriu pra ela e apertou o queixo dela antes da ruiva sair e voltar para dentro.

Fingi está focada no meu cereal vendo a ruiva se aproximar de mim com um sorriso.

── Você tá bem? ─ ela pergunta.

── Sim. ─ respondi o mínimo possível pra não abrir a boca e perguntar pra ela.

Ela me olhou estranho e pegou o próprio celular mexendo nele distraída. Sem conter mais minha curiosidade, deixo a comida de lado e me viro para a mulher falando o mais baixo que posso.

── Você e o William estão juntos? ─ perguntei pra mesma, fazendo-a arregalar os olhos.

── O que? ─ ela solta uma risada nervosa.

── Eu vi vocês dois essa madrugada. Juro que eu não estava espionando, mas vocês não foram exatamente silenciosos... ─ dei um sorriso divertido.

Ela ficou vermelha, virou o rosto para o outro lado mordendo os lábios envergonhada. Rapidamente eu tranquilizei a mesma, não tinha por que ela se sentir envergonhada por isso.

── Não precisa ficar com vergonha. Ninguém mais viu, e eu não contei pra ninguém também... ─ falei rindo.

── Obrigada... a gente meio que se aproximou de uns dias pra cá. Não é nada sério, mas eu gosto da forma que ele me faz se sentir. ─ ela diz me olhando.

── Eu sei, ele é um homem muito gentil. E muito bonito também, não te julgo nenhum pouco! ─ a ruiva me empurrou brincando e demos risada.

Jake desceu as escadas com nossas malas e as carregou pra fora enquanto Jessy e eu continuamos conversando.

── Mas eai, você vai voltar pra Duskwood ou vai vir comigo? ─ a questionei. ── Meu bebê não pode ficar sem madrinha né?

── Espera, é sério? ─ ela pergunta, os olhos brilhando de emoção. ── Você quer mesmo que eu seja madrinha?

── Sim! ─ sorri contente. ── Mas então, você vem comigo?

O sorriso da mulher vacilou um pouco, e ela me olhou um pouco triste.

── Gostaria de ir mas... Phil foi morar com nossa irmã em Colville depois que foi solto e eu gostaria de ir morar lá também. ─ ela fala com uma expressão triste. ── Mas não se preocupe, vou te visitar sempre que possível!

── Claro... ─ forcei um sorriso tentando não parecer triste. ── Vocês conseguiram pagar a fiança dele?

── Sim, fizemos um empréstimo. E agora vai levar um tempo pra pagarmos o banco. Mas o que importa é que ele está a salvo em casa! ─ ela suspira de maneira aliviada.

── Fico feliz! ─ me levanto pegando o prato e indo até a cozinha o lavar.

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