Becky Armstrong pov's
Acordei cedo, eram seis horas da manhã. Bufei, sentindo um enjoo avassalador e uma tontura forte, como se eu tivesse bebido na noite anterior e precisasse botar toda a bebida para fora agora.
Levantei e corri para o banheiro, colocando não a bebida, mas sim minha janta e os remédios.
Após aquietar meu estômago, dei descarga e levantei, apoiando na pia e lavando minha boca. Escovei meus dentes e passei enxaguante bucal, tentando ao máximo tirar aquele gosto horroroso da boca.
Eu odiava vomitar e odiava saber que isso era um dos sintomas causados pelo remédio que o doutor me receitou mês passado, culpa da minha odiada doença.
Suspirei. Cansada. Era o que eu estava, cansada. Cansada disso. Cansada de ter que tomar vários medicamentos, ter que ir todo mês para o hospital e passar com um médico, ter que ver a cara de pena de todos e, pior ainda, ninguém me dando uma esperança ou algo do tipo.
Tomei meu banho e me arrumei para ir em mais uma das consultas. Coloquei uma calça jeans, uma regata branca e peguei um casaco para se caso fizer frio. Coloquei meu all star e passei meu amado perfume – no qual sempre me lembrava a Freen.
Freen sempre me elogia, dizendo que eu estou cheirosa e sempre ressalta que ama meu cheiro. A primeira vez que nos abraçamos por muito tempo, ela me perguntou qual perfume eu usava e disse que eu não deveria mudá-lo nunca, que era uma marca registrada e aquele cheiro era meu.
Sorri brevemente. Era sempre ela o motivo dos meus sorrisos ultimamente e é por esse mesmo motivo que eu não a afastei de mim ainda.
Desde o começo eu pensei em afastá-la, não queria fazê-la sofrer e não queria sofrer.
Mas eu não consegui. Quando percebi, Freen já estava na minha vida. Já estávamos nos vendo todos os dias, saindo juntas, nos beijando, tratando-nos como se fossemos um casal. Eu amava tudo isso, de verdade. Amava seu toque, amava seu cheiro, sua voz, amava a forma que ela me tratava e como ela era incrível e o melhor ser humano existente.
E confesso que gostava de não termos um rótulo, isso diminuía a culpa que eu carregava por ainda não ter contado a ela sobre a doença. Nunca toquei no assunto e penso em nunca tocar. Não estamos namorando, ela então não precisa saber. Não estamos em um relacionamento sério, eu não devo satisfações da minha vida para ela, consequentemente, não preciso contar.
Era assim que eu lidava com a culpa.
Peguei meu celular quando ouvi o toque. Sorri boba ao ver seu contato na tela: "meu amor ♡".
Sabia muito bem que era bem emocionado da minha parte salvar dessa forma o contato, e que era hipocrisia, após eu dizer que não temos um relacionamento sério. Sabia disso, mas a vida tem dessas.
— Bom dia — atendi, fazendo minha melhor voz animada.
— Bom dia, gatinha. — Sorri sabendo que ela estava sorrindo. — Como está?
Eu simplesmente amo quando ela me chamava assim. Era tão fofo e tentador. Era gostoso a forma que ela pronunciava essa palavra, em seu sotaque, ficava incrível. Esse apelido era exclusivamente dela para usar exclusivamente comigo.
— Bem, e você?? Dormiu bem?
— Tô bem! Dormi sim. E você?
— Também.
— Liguei só pra te lembrar de beber água, comer direitinho, e se cuide, viu??
— Pode deixar! — falei com a voz de quem estava obedecendo alguma ordem e ouvi sua risada. — Você também, Freen.
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Em Busca da Cura - Freenbecky
Fanfiction𝙴𝚖 𝙱𝚞𝚜𝚌𝚊 𝚍𝚊 𝙲𝚞𝚛𝚊. 𝑵𝒂̃𝒐 𝒂𝒄𝒆𝒊𝒕𝒐 𝒂𝒅𝒂𝒑𝒕𝒂𝒄̧𝒐̃𝒆𝒔. Becky é uma mulher forte e batalhadora, mas que infelizmente foi diagnosticada com câncer. Em meio ao tratamento, ela conhece Freen, uma médica bem sucedida e atraente. As d...