Capítulo 08

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Becky Armstrong pov's

Recebi uma ligação de Freen, mas eu estava tomando banho e perdi as duas primeiras vezes em que ela ligou. Preocupada, assim que vi, retornei. Ela me atendeu logo no segundo toque.

— Oi, gatinha.

— Oi, meu bem. Aconteceu alguma coisa?

— Não. Te liguei porque queria te pedir um negócio.

— Desculpe não atender antes, estava no banho. Diga-me!

— Tá ocupada?

— Não.

— Consegue me encontrar na sorveteria daqui meia hora?

— Consigo, sim. Algum motivo específico?

— Teoricamente, sim. Mas lá você descobre. Te espero lá, tá?

— Tá bom então. Beijo.

— Beijo, até logo! — Desligou.

Estava confusa e curiosa. Me arrumei na velocidade da luz, querendo chegar o mais rápido possível para poder descobrir o que ela estava aprontando.

Cheguei na sorveteria e ela já estava lá, sentada em uma mesa distante de todos. Haviam 4 lugares na mesa.

— Oi, amor. — Me cumprimentou com um selar de lábios.

Sentei-me na cadeira ao seu lado e observei ela. Seu rosto estava rígido, parecia tensa. Ela batia o pé no chão e não estava com o mesmo olhar de sempre, havia incerteza e, talvez, uma tensão.

— Está tudo bem, Freen? — perguntei preocupada. — Você parece nervosa.

— Tô bem. Olha só... Eu meio que não vou ficar aqui. — Fiquei mais confusa ainda. — Te trouxe aqui a pedido de alguém. Que, inclusive, deve estar chegando, então eu vou indo. Só, por favor, não fique brava comigo ou algo do tipo. — Beijou minha boca.

— Por que eu ficaria? Quem é essa pessoa? Me diga o que está acontecendo, amor, eu estou confusa.

— Logo você entende. — Ela me olhou por cima dos ombros, para fora. — Nos vemos mais tarde. — Beijou minha testa e saiu.

Acompanhei com os olhos até ela entrar em seu carro e dar partida, saindo dali rapidamente. Eu estava confusa e tentava entender o que estava havendo.

Continuei ali por poucos minutos, até perceber que alguém se aproximava da minha mesa. Levantei o olhar a tempo de ver quem era, e, no mesmo instante, meu coração acelerou e eu me levantei rapidamente.

— Pai?! — Ele sorriu de braços abertos, se aproximando mais.

— Minha filha... — O abracei apertado, sentindo a retribuição.

Suspirei, sentido vontade de chorar. Eu estava abraçando o meu pai. Ele estava aqui, comigo. Um carinho se iniciou em minhas costas e senti um beijo em minha cabeça.

— Como você está, minha pequena? — Acariciou meu rosto, com lágrimas nos olhos.

— Eu tô bem, pai. — Sorri largo. — E o senhor? O que está fazendo aqui? Como? — Ele riu, me abraçando outra vez.

— Estou bem, querida, melhor agora perto de você. Me ligaram, falando de você.

— Quem? — Estreitei os olhos para ele, que sorriu sereno.

— Um passarinho verde me contou que você começou a fazer o tratamento e que estava com receio de me chamar para perto. Conversamos bastante e fizemos um acordo sobre o preço do seu tratamento, exames e medicamentos. Consegui um emprego aqui, com a ajuda desse passarinho verde, e consegui voltar.

Em Busca da Cura - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora