Capítulo 04

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Narradora pov's

Becky estava aguardando uma mensagem ou ligação de Freen, para confirmar ou cancelar o jantar que havia proposto. Já eram cinco e meia da tarde e nenhum sinal da doutora.

Ela começava a ficar ansiosa e impaciente, mesmo sabendo que a médica só sairá do hospital às 19h, queria a confirmação e, se possível, começar a preparar o jantar para as duas.

Enquanto Becky estava nessa angústia, Freen estava pensativa sobre o que iria decidir. Sabia que precisava conversar com a mais nova e também sabia que fugir da conversa não iria adiantar nada, provavelmente, pioraria; mas, por outro lado, queria ter seu tempo para processar o que acabara de descobrir.

No fim das contas, Freen decidiu ir nesse jantar. Pensou que, talvez, seria uma oportunidade para elas colocarem as cartas na mesa e abrirem o jogo sendo 100% sinceras uma com a outra. 

Precisavam conversar, tanto sobre o segredo que Becky carregava, quanto os sentimentos que elas tinham e como seria a relação daqui para frente. Querendo ou não, elas iriam se ver todo mês dentro do hospital, Freen iria cuidar da garota que estava apaixonada, e isso teoricamente não podia dentro das normas do hospital; mas elas não namoram e não existir nenhum grau de parentesco deixa aquela dúvida.

Freen saiu de casa, eram quase oito horas da noite. Tinha deixado uma mensagem no celular de Becky, avisando que chegaria na casa da mulher às oito e meia. A mais nova não escondeu a felicidade e deixou bem claro isso, enviando uma mensagem carinhosa, dizendo que estava feliz por isso e que estava a esperando.

Becky Armstrong pov's

Ouvi o interfone tocar e corri até ele, o atendendo. O porteiro avisava que Freen acabara de chegar; mandei liberar sua entrada.

A mesa estava arrumada, digna de um jantar romântico. Confesso que tinha caprichado, e não sabia exatamente se era apenas por eu querer muito a ver, se era como um pedido de desculpas por esconder isso dela, se era minha demonstração de amor hoje ou se era tudo isso junto.

A campainha tocou. Fui até a porta devagar, escondendo a minha ansiedade de vê-la e poder lhe dar um abraço. Abri devagar, aos poucos foi revelando uma Freen maravilhosamente maravilhosa.

Ela vestia uma calça preta, com uma camisa também preta e havia um sobretudo jogado em seus ombros. Não evitei o sorriso apaixonado.

— Oi. — Não sabia muito o que dizer. — Você tá linda, Freen. — Soltei a porta e lhe dei espaço.

Esperei, na verdade, um abraço ou um beijo. Não queria que ela entrasse sem me cumprimentar como sempre cumprimenta. Eu queria que ela me abraçasse, falasse que eu estava cheirosa e deixasse um mero selinho em minha boca, para só então, entrar.

— Cheirosa como sempre — falou me abraçando.

Soltei uma respiração de alívio e retribuí seu abraço na mesma intensidade, se não mais forte. Apoiei meu rosto em seu peito e ela encostou em minha cabeça, deixando um beijo ali. Sorri de lábios.

— Entra — sussurrei, a soltando.

Ela passou por mim e eu fechei a porta. Caminhamos até a cozinha, e, assim que ela avistou a mesa, deixou um lindo sorriso escapar. Me olhou de relance e eu sorri.

— Se um dia namorarmos — começou —, e a gente brigar, você vai fazer as pazes assim sempre? — Apontou.

Dei uma risada, antes de responder:

— Provavelmente. Te ganhar com a barriga.

— Perdição, não vou conseguir ficar brava nem dez minutos. — Sorri com a língua entre os dentes.

Em Busca da Cura - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora