𝙴𝚖 𝙱𝚞𝚜𝚌𝚊 𝚍𝚊 𝙲𝚞𝚛𝚊.
𝑵𝒂̃𝒐 𝒂𝒄𝒆𝒊𝒕𝒐 𝒂𝒅𝒂𝒑𝒕𝒂𝒄̧𝒐̃𝒆𝒔.
Becky é uma mulher forte e batalhadora, mas que infelizmente foi diagnosticada com câncer. Em meio ao tratamento, ela conhece Freen, uma médica bem sucedida e atraente. As d...
Hoje era dia de sessão de quimioterapia de Becky. E cheguei à conclusão de que odeio todos os dias que ela faz a quimio, pelo simples fato de que ela fica muito abalada. Ela sempre fica sem brilho, cabisbaixa, com lágrimas nos olhos, sem vontade nenhuma de sorrir. E eu ficava extremamente mal por vê-la assim.
Seu pai não pôde estar presente hoje, estava no trabalho. Mas, assim que ela saísse daqui e fosse para casa, ele estaria de volta e ficaria com ela o resto do dia. Isso era bom, eu estava com ela aqui e ele lá; minha menina estava sendo cuidada.
Estava aguardando ela em minha sala, revisando alguns relatórios. Minha equipe estava trabalhando no caso dela e eles iriam entrar em reunião com os outros médicos para falarem sobre a Leucemia em si. Eu não estarei presente nesta reunião, mas saberia de tudo depois.
Batidas na porta e ela foi aberta pela minha secretária, que deixou Becky entrar. Minha garota estava com o semblante triste e desanimado, sem seu brilho e seu sorriso encantador, sem os olhos brilhantes e a expressão serena.
Caminhei até a frente da minha mesa e encostei ali, esperando ela vir até mim. Depois de alguns segundos, parada no mesmo lugar e encarando o nada, eu consegui seu olhar. Ela suspirou e se aproximou, abrindo os braços.
— Como está hoje? — perguntei baixinho, a abraçando.
— Péssima. — Suspirei, deixando um beijo em seus cabelos. — Não quero mais, Freen, é horrível.
— Você precisa manter a confiança e a esperança, Bec.
— É difícil. — Sua voz embargou. — Tão difícil.
— Eu sei, meu amor — afirmei, doce. — Prometo que sei e te entendo. — Segurei seu rosto delicadamente. — Mas você é forte, guerreira e admirável. Conheço seu melhor lado e preciso que você se esforce para continuar com ele ativo.
— Eu tento. — Balancei a cabeça, limpando poucas lágrimas suas.
— Vai ficar tudo bem. Você vai ficar bem e sair dessa.
— Promete? — Meu coração se quebrou.
— Eu não posso — sussurrei com a voz falha.
Eu não podia. Tanto por não ter a certeza disso, e jamais quebraria uma promessa, quanto por não poder mesmo; é expressamente proibido fazer promessas durante qualquer tipo de tratamento.
Ela começou a chorar enquanto me abraçava. Suspirei, fazendo carinhos em seus cabelos e a apertando, tentando tranquilizá-la.
— Mas eu prometo que farei de tudo pra você ficar bem. Confie em mim e em si.
Depois de mais alguns minutos, fomos até a sala para iniciar a sessão. Fiz tudo como da primeira vez e me sentei em uma cadeira ao seu lado.
Ela buscou minha mão, entrelaçando nossos dedos. Dei um aperto e levei até os lábios, beijando. Iniciei um carinho em seus dedos, enquanto a observava.
Seu rosto virado para mim, ela me olhava nos olhos e eu conseguia ver a imensa tristeza que ela carregava.
— Seus olhos perdem a cor toda consulta.
— Você conhece dois lados meus. A Becky fora daqui e a Becky dentro. — Suspirei, fazendo um breve carinho em seu rosto, com minha mão vaga.
— E eu admiro e sou completamente apaixonada por todos os seus lados.
— Tenho medo de você me ver em um estado pior.
— Vou continuar perdidamente apaixonada por você.
— Estou perdendo peso, ficando cada vez mais fraca e sem brilho, e logo meu cabelo vai começar a cair. Eu não quero nem ver como estarei daqui a alguns meses e eu não sei se quero que você veja também. — Seus olhos estavam marejados.
— Você é linda de qualquer jeito, meu amor. — Beijei sua testa. — Eu vou continuar completamente apaixonada por você. Acredite em mim. Meus sentimentos, minha atração, minha paixão, meu amor por você só crescem. A cada dia que passa. E nada vai mudar nada disso. — Ela não respondeu. — Te falei na primeira sessão e vou repetir, é essencial que você mantenha sua autoestima.
— Ainda tenho ela.
— Pois trate de continuar tendo! Você é uma mulher maravilhosa, linda demais, perfeita. E nada vai mudar sua beleza. — Ela respirou fundo, deixando apenas uma lágrima escorrer, na qual eu logo limpei. — Eu amo você — falei no pé do seu ouvido. — Amo muito.
— Eu te amo.
Ficamos em completo silêncio por quarenta minutos. Faltava pouco para o fim da sessão e eu continuava acariciando sua mão e observando-a. Becky tinha os olhos fechados e a respiração acelerada.
— Você está sentindo alguma coisa?
— Tontura — alcancei uma garrafinha de água —, está doendo um pouco também.
— Bebe um pouco. — Lhe entreguei a garrafa e soltei sua mão. Ela obedeceu.
— Hoje vai ser pior que a primeira quando eu chegar em casa?
— É provável — respondi com pesar. — Cada sessão piora um pouco. — Acariciei suas sobrancelhas. — Eu sinto muito.
— Que merda, viu. Semana passada, eu estava extremamente feliz, vivendo minha vida normalmente. Hoje eu quero desviver.
— Para de falar assim! — Saiu como uma repreensão e ela me olhou quieta. — Por favor — murmurei. — Não me assuste com isso.
— Desculpa, amor. Não quis. Eu não vou fazer absolutamente nada. Eu prometo. — Deixei um beijo em seu rosto.
— Confie em mim, no final tudo vai ficar bem. Eu sinto.
Narradora pov's
Becky foi embora de Uber, encontrando seu pai te esperando na portaria de seu prédio. Ele a recebeu com um abraço e eles subiram.
O resto do dia, Becky foi cuidada pelo pai. Ele estava sempre ali ao seu lado, sendo atencioso e carinhoso, lhe dando total atenção.
A menina agradecia isso, a primeira vez foi horrível estar sozinha a primeira hora, estava feliz por ter seu pai ali. Não estava mais sozinha e isso já era motivo para se alegrar.
No final da noite, recebeu uma mensagem de Freen. Uma mensagem carinhosa que a tirou sorrisos.
E então a mais nova caiu no sono, após colocar seu celular para carregar. Seu pai passou em seu quarto para ver como a filha estava e sorriu ao vê-la dormindo. Deixou um beijo em sua testa e foi para seu quarto.
Enquanto isso, Freen estava em sua casa, estudando sobre a Leucemia. Ela queria achar alguma cura mais rápida e eficaz. Não queria ver sua namorada passar por sessões de quimioterapia todo mês, era horrível.
Desde que descobriu a doença de Becky, Freen passou a estudar mais sobre. Virava noites fazendo relatórios e revisando outros, conversando com sua equipe, pesquisando, estudando e anotando.
Ela estava confiante de que talvez conseguiria algo menos doloroso e mais rápido e prático. Só não tinha a certeza de que conseguiria a tempo de não ver sua garota sofrendo tanto.
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Oie, gente!! Desculpa a demora, aqui está tudo corrido demais e além disso, fiquei doente pra piorar tudo
