Me ajuda!

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Wednesday

Respiro fundo antes de pôr os pés dentro da prefeitura e caminho até a secretaria.

— Oi, o Gomes está? — pergunto, e a mulher me olha de cima a baixo.

— Sim! — diz, empinando o nariz.

— Preciso vê-lo agora. É uma emergência! — digo, olhando a mulher digitar no computador.

— Tem horário com o senhor Addams? — ela pergunta, examinando a tela.

— Não, mas eu já disse que é uma emergência. Pode, por favor, avisar que a Wednesday está aqui? — digo, já perdendo a paciência com a mulher.

— Sinto muito, senhora, mas não posso anunciá-la sem horário. O próprio me pediu isso.

— Eu vou entrar! — digo alto, e a mulher aperta o botão de segurança. Eu já sabia que logo o guarda apareceria.

— Algum problema? — Carlo entra no recinto. Ele trabalha aqui desde sempre e o conheço desde criança, quando vinha aqui e passava horas brincando naquela recepção e lhe fazendo companhia junto de Pugsley.

— Essa mulher quer entrar à força na sala do prefeito! — ela diz, com um tom tentando ser superior.

— Eu não estaria tentando entrar à força se você não fosse uma esnobe arrogante — digo, e Carlo me olha com os olhos arregalados.

— Pequena Addams!? — ele diz, surpreso.

— Oi, Carlo! — digo ao homem. — Carlo, é uma emergência. Preciso mesmo falar com ele! — O homem assente, e eu vou até a porta da sala. A mulher me olha desacreditada. Abro a porta, entrando e logo sendo notada.

— Oi! — digo, fechando a porta, e meu pai solta o charuto em um cinzeiro.

— Wednesday? — ele ergue uma sobrancelha.

— Deve estar surpreso, não é? — caminho até a frente da mesa dele. — Eu não estaria aqui se não fosse importante... Minha filha foi sequestrada hoje cedo. Eu preciso de ajuda! — falo com a voz embargada.

— Filha? — ele se surpreende com a notícia. — Eu... Deus! — Ele levanta e puxa uma cadeira para mim.

— Minha filha. É por ela que estou aqui. Você é o único que tem o poder para me ajudar. Eu imploro, Gomes, por favor. — digo, e ele me olhava e escutava atentamente.

— Se não for por mim, faça pela Enid. Eu sei o quanto você a considerava. Ela está sofrendo; levaram nossa filha — digo, desabando pela primeira vez desde que recebi a notícia.

Ele se aproximou de mim e tenta pôr a mão sobre meu ombro, mas desiste e se afasta.

— Eu vou ajudar! — Logo em seguida, ele pega o telefone para fazer uma ligação. E eu tento secar as lágrimas que insistiram em descer.

— Falei com uns contatos e eles já estão agindo! — Assinto e levanto.

— Obrigada!

— Wednesday, eu... vamos achá-la! — ele diz, e eu sinto que ele gostaria de falar algo mais, mas não falou.

Pego um papel e uma caneta e escrevo meu endereço.

— Eu moro aqui. Caso tenha alguma novidade, meu celular também está aqui — falo, pondo sobre o gabinete um papel.

Ele me olha antes de eu dar as costas e sair pela porta. Ao passar pela recepção, a secretária me para.

— Senhorita Addams, mil perdões. Eu não sabia que a senhorita era filha do senhor prefeito! — ela diz, e eu ergo uma sobrancelha.

Mal dou atenção e aceno para Carlo assim que passo por ele, saindo do prédio. Pego o celular para chamar um táxi e aproveito para ver as mil mensagens que Tyler mandou.

...

Sou deixada na porta de casa pelo táxi e dou uma nota de vinte ao motorista antes de correr em direção a Tyler.

— O que houve? — pergunto, e ele cerra a mandíbula nervosamente.

— Um cara ligou! — ele diz, falando baixo e olhando para trás para se certificar de que ninguém estava escutando.

— Eu atendi. Não sei como ele conseguiu o número da Enid, mas eu atendi e ela não viu — fala, mostrando o celular.

— O que ele falou? — pergunto, puxando a manga do casaco de Tyler até nos afastarmos da minha casa.

— Eu não respondi, apenas ouvi. Ele quer 2 milhões para entregar a Wendy. — Fico perplexa com o que ele disse.

— Se não pagar, ele vai tirá-la do país amanhã à noite! — Ponho as mãos sobre a cabeça e tento respirar.

— Calma, Wednesday, vamos dar um jeito! — Ele tenta me tranquilizar, o que não funciona.

— Eu não tenho esse dinheiro, Tyler! — falo para Tyler.

— Ele não precisa saber! — Respiro fundo. — Se levarmos o celular à polícia, podem rastrear! — ele diz, e eu assinto.

— Pode ser. Vamos agora! — digo, e ele assente, pegamos o carro dele e fomos para a delegacia novamente.

Beijos da Torry 😘

A filha do meu padrasto- WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora