Traga nossa filha!

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Wednesday

Ponho a jaqueta e pego as chaves do carro. Enid estava deitada no colo de Bianca enquanto chorava. Yoko, Bia, Divina e Eugene ficariam com ela; ela não tinha a mínima condição de ir até a delegacia.

Tyler e Pugsley viriam comigo para encontrar Esther na delegacia. Aproximo-me de Enid. Meu coração estava apertado por vê-la desmoronar daquele jeito. Eu não sei como eu mesma não estava naquela situação; talvez soubesse que tinha que ser forte por nós duas no momento.

— Meu amor, eu já vou! — digo, e ela ergue o olhar para mim.

— Traga nossa filha, Wednesday! — Um nó se formou em minha garganta.

— Eu vou trazer! — Olho para Bianca e todos estavam abalados.

— Nós cuidamos dela, pode ir! — Divina diz, pondo a mão em meu ombro. Assinto, beijo os cabelos de Enid e levanto-me, saindo com Tyler e meu irmão.

Pugsley dirigiu até a delegacia e, ao chegarmos lá, praticamente pulo para fora do carro e corro até o prédio. Ao entrar, vejo Esther sentada perto de um homem com um garotinho loiro.

— Esther! — falo, andando rápido até ela.

— Acho que já vou, sua família chegou. Boa sorte! — o homem diz a Esther e pega o garoto, saindo do prédio.

— Eu sinto muito, Wednesday, eu juro que sinto! — Ela chorava e eu a abraço. Sabia que ela deveria estar se sentindo culpada. Uma parte minha queria culpá-la, mas outra queria fazê-la sentir-se melhor.

— Não foi sua culpa! — digo, abraçando-a, e ela começa a chorar. Meus olhos ficam marejados. Eu havia a perdoado, não só por Wendy, mas por tudo.

— Vamos encontrá-la! — digo, afastando-me, e logo um policial aparece. Eu o conhecia.

— Henrique? — falo, e ele se aproxima.

— Oi, Wednesday, o que faz aqui? — Limpo os olhos e olho para o homem.

— Minha filha é Wendy Sinclair Addams! — Ele coça a nuca e limpa a garganta.

— Estamos procurando. As viaturas nas redondezas estão à procura dela e vendo as câmeras do parque. Vamos fazer o nosso máximo.

— Obrigada!

— Aconselho que vá para casa e leve a senhora. Ela está nervosa e sei que você deve estar também! — Ele põe a mão em meu ombro e respiro fundo.

— Fique atenta ao celular, alguém pode entrar em contato para pedir uma recompensa. — Assinto. Pug segura o braço de Esther para ajudá-la, e entrego as chaves a Tyler.

Espero os dois entrarem no carro e viro para falar com Tyler.

— Eu não posso voltar para casa e ficar de braços cruzados! — digo, e Tyler coça a nuca.

— Leve-os para minha casa. Eu acho que sei o que vou fazer! — digo, olhando para ele.

— Você não está bem, Wednesday. A Enid precisa de você agora!

— Ela me pediu para trazer nossa filha de volta, e é isso que eu vou fazer! — falo, e ele assente.

— O que você vai fazer? — Ele pergunta, olhando para mim com cautela.

— Vou falar com meu pai. Se alguém pode fazer algo nessa cidade, é ele! — Ele fica surpreso com minha resposta, mas levando em consideração a situação, isso não era nada.

— Vai, leva-os, e diz a Enid que eu só volto com a Wendy! — Ele assente e desce as escadas, entrando no carro. Começo a caminhar até a prefeitura. Ela é perto, então não precisei pegar um táxi.

Narrador

Longe dali, a ruiva estava sentada na mesa da sala da pequena casa aos pedaços.

— Ela parece com você! — diz a mulher ruiva, encarando a garota encolhida no sofá da sala, os olhando assustada.

— Não acho! — Ele diz, indiferente, e bate os dedos sobre a mesa de madeira, fazendo um barulho ecoar pelo cômodo.

— Quando vamos pedir o resgate? — ela pergunta.

— Amanhã. Eles têm que ficar desesperados um pouquinho! — Ele diz, levantando-se e se jogando na poltrona da sala, fazendo Wendy se encolher mais do outro lado do cômodo.

— Eu quero minhas mães! — Ela diz, com voz de choro.

— E eu quero muita grana. Não temos o que queremos sempre, filhota! — Ele diz, rindo com um sorriso amarelo no rosto.

— Se a riquinha da Addams concordar em nos dar uma boa grana, talvez você veja elas de novo! — A mulher diz, e o homem ri.

Enid

Eu estava há quase uma hora deitada na cama de Wendy, abraçada com o urso dela, Thing. Bianca e Yoko vinham de cinco em cinco minutos ver como eu estava, e Eugene me oferecia algo para comer ou beber de vez em quando, o que eu negava.

Ao lembrar que, há algumas horas atrás, eu tinha minha filha nos meus braços, meus olhos voltam a se encher de lágrimas. A porta do quarto é aberta por Divina outra vez.

— Eu não quero comer nada! — digo, virando-me.

— Não é isso, Nid. Sua mãe e os garotos voltaram! — ela diz, com a voz baixa. Levanto-me da cama, ainda com Thing nos braços, e corro para a sala.

Ao entrar, vejo minha mãe que, ao me ver, começa a vir em minha direção.

— Desculpa, filha, desculpa, Enid! — ela diz, passando os braços em volta do meu pescoço, e eu desabo novamente.

Meu olhar passa pela sala, indo ao encontro de Pugsley e depois de Tyler, mas não vejo Wednesday.

— Onde está a Wednesday? — pergunto a Tyler, e ele vem em minha direção.

— Ela disse que só voltava quando estivesse com a Wendy. Ela pediu para te dizer! — Assinto e sento no sofá, apertando Thing sobre o peito.

— Ela vai trazer a Wendy de volta, Enid! — Pugsley diz, sentando ao lado da loira e a abraçando.

— Eu sei que ela vai! — digo.

Beijos da Torry 😘

A filha do meu padrasto- WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora