Sextou

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Wednesday

A semana havia passado e nada de Pugsley e Eugene se reconciliarem. Meu irmão estava péssimo, e eu tinha que fazer algo a respeito.

Enid havia ido para o trabalho, e eu havia levado Wendy para a escola. Pugsley estava no sofá, pois só trabalharia na segunda-feira. Era sexta e o fim de semana estava batendo na porta.

— Vou fazer uma sessão de fotos e só volto mais tarde. Pode buscar a Wendy na escola se eu ou Enid não chegarmos a tempo? — pergunto, pegando a câmera e meu equipamento.

— Posso sim, avise a escola que vou buscar ela. E depois vou levá-la para tomar um sorvete!

— Tudo bem! — Saio, pego meu carro e começo a dirigir até a praia onde faria uma sessão de fotos. Era na cidade vizinha e levaria uma hora até lá.

Ligo meu celular no viva-voz em ligação para Divina.

— Alô?! — Uma voz sonolenta sai do outro lado da linha.

— Oi, Divi! — Digo, virando na rodovia.

— Oi, Wednesday. Por que está me ligando tão cedo? Algo de errado?

— Não, só preciso da sua ajuda com uma coisa!

— Fala, tô ouvindo.

— Sabe que meu irmão e o Eugene estão brigando, né?

— Sei sim, um saco isso, mas...

— Tenho um plano para ajudá-los! — Falo, prestando atenção na estrada.

— Hoje é sexta, faz tempo que não saímos com a galera como antigamente. Talvez o bar com karaokê, vou chamar os dois e eles vão ter que se acertar.

— Pugsley não vai querer ir se o Abelhinha for e vice-versa.

— Então não vamos falar que o outro vai. Enid vai arranjar uma babá para ficar com a Wendy e eu e Enid levamos o Pug. Trate de chamar o Tyler, o Eugene a Enid vai convencer.

— Certo, às sete está bom?

— Sim, tenho que desligar, estou na estrada. Tchau. — Desligo e prossigo viagem.

Enid

Termino de preparar uma papelada para entregar à secretaria antes do almoço e levanto para fazer um lanche na padaria ao lado e de quebra dar uma palavrinha com Eugene a pedido de Wednesday, que havia montado um plano e me contou antes de eu sair para trabalhar.

Minha parte era convencer Eugene a ir e encontrar uma babá para Wendy. Então saio da sala com os documentos em mãos e entrego à secretaria de Bia.

— Já acabou? — Bianca sai da sala com um sorriso.

— Já sim, vou fazer um lanche lá na Doces de Mel, quer vir?

— Bem que eu queria, tenho uma reunião. Manda um abraço pro Abelhinha.

— Divina falou a você? — Pergunto, e Bianca confirma.

— Vou levar o Tyler. Vejo vocês só à noite agora, tenho que ir. Espero mesmo que o plano dê certo e eles fiquem bem. — Bianca deseja sorte e vai para a sala de reuniões.

Saio do escritório atravessando a rua para chegar à padaria de Eugene e logo entro no local com o melhor cheirinho da cidade.

— Oi, Enid! — Sam, uma garçonete, me cumprimenta e eu aceno, indo até o balcão onde Eugene estava distraído.

— Oi, Zum-Zum! — Eugene olha para mim com um sorriso pequeno.

— Quando vai parar de me chamar assim? Eu sou adulto. Você deu esse apelido quando eu tinha dezessete anos, acho que estou velhinho agora. — Ergo uma sobrancelha.

— Você ainda é um pirralho na minha visão. Bom, vou querer o de sempre e uma palavrinha com você.

— Se for o assunto que eu imagino que seja, eu não tô afim, Enid!

— Não é, eu prometo! — Cruzo os dedos atrás de mim.

— Então tudo bem, senta na mesa sete que já vou com seu pedido.

Vou até a mesa ao lado da janela e sento esperando Eugene. Olho o cardápio decorado do lugar para passar o tempo e logo um prato com dois sonhos e um suco de laranja são postos em minha frente.

— O suco é por conta da casa! — Eugene diz, ajeitando os óculos e sentando em minha frente.

— Hoje à noite vamos ao bar do karaokê, quero ver você lá! — Digo.

— Eu não quero ver o Pugsley, sei que ele vai estar lá, Enid. O clima não tá legal.

— Ele não vai estar!

— Sério?

— Ele vai ficar em casa cuidando da Wendy para nós. Uma noite de folga para as mães é um evento único, vai lá, o pessoal todo vai estar!

— Tudo bem, eu vou! — Ele diz, e eu ataco meu lanche.

— Eugene!

— Oi?

— Sei que prometi não falar sobre, mas o Pug me contou o porquê de estarem brigando. — Ele franze as sobrancelhas e encara o porta-canudos.

— Contou que me acusou de estar traindo ele? — Pergunta, meio raivoso.

— Ele disse isso? — Pergunto, pois Pugsley não havia me contado isso, só que brigaram por ciúmes.

— Não com todas as palavras. Poxa, Enid, ele não confia em mim? — Encaro ele sem saber o que falar.

— Olha, posso dar minha opinião? Ciúmes é normal, mostra que você gosta da pessoa e tem medo de perdê-la. Isso significa que a ama. Claro, ciúmes em exagero é tóxico, mas acho que não seja o caso. O que disse quando ele falou a respeito de como se sentia?

— Que o Billy é só um colega de trabalho, meu funcionário, e que ele estava falando bobagem.

— Talvez ele estivesse apenas tentando falar que estava se sentindo mal com sua proximidade com o Billy.

— Achei que não íamos falar sobre o Pugsley! — Ele diz, levantando-se.

— Vocês têm que conversar!

— Não até ele admitir que exagerou e que o Billy não está dando em cima de mim. — Ele se levanta.

— Vai ser às sete, espero você lá, Abelhinha! — Ele assente, voltando ao balcão.

Beijos da Torry 😘

A filha do meu padrasto- WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora