Estranhos Wendy?

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Enid

Sei que falei que minha mãe não se aproximaria de Wendy tão cedo, mas as circunstâncias levaram a isso. Estamos no corredor esperando a diretora nos chamar. Estou nervosa com a lição que recebi sobre o que aconteceu e a única coisa que queria era ver minha filha.

— Senhora Addams! — Ergo o olhar para a professora de Wendy me chamando, e minha mãe me segue entrando na sala onde Wendy estava sentada na cadeira em frente à diretora.

— Filha! — Abro os braços, e Wendy corre da cadeira segurando em mim, e a coloco no colo.

— Bem, senhora, lhe chamamos porque algo grave aconteceu. Wendy estava conversando com um estranho pelas grades do parquinho, e por sorte o nosso vigia viu e se aproximou. Então a pessoa fugiu.

— Wendy, o que eu falei sobre falar com estranhos! — Digo, e Wendy me olha confusa.

— Ela disse que era minha tia! — Wendy fala com inocência.

— Não pode acreditar em estranhos, Wendy. Estamos entendidas? Se algo assim acontecer de novo, vá para junto da sua professora.

Minha filha assente, e agradeço à professora e à diretora, e elas me prometem que nada assim aconteceria outra vez. Saímos da sala acompanhadas da minha mãe e com Wendy nos braços.

— Quem é ela, mamãe? A moça do mercado? — Olho para minha mãe, que estava logo atrás com um sorriso para a pequena.

— Ela é... — Pensei em inventar algo, mas não havia porquê. Se minha mãe voltaria para minha vida em breve, Wendy saberia quem ela era e isso só a deixaria mais confusa com uma mentira.

— Ela é minha mãe! — Wendy olha para minha mãe com um rosto pensativo e as sobrancelhas franzidas.

— Qual o seu nome? — A pequena pergunta olhando para Esther.

— Esther! — Diz gentilmente.

— Eu sou Wendy! — Minha filha diz.

— Eu sei, querida. Bem... acho que Douglas chegou! — Ela diz quando chegamos na frente da escola. Viemos andando do parque até aqui porque a preocupação não me deixou esperar um táxi, e era apenas uma quadra da escola.

— Quer uma carona até em casa? — Penso em negar, mas eu estava com Wendy e morava um pouco longe. Até Wednesday me buscar, ficaria tarde.

— Eu...

— Vamos, Enid! — Assinto e entro no carro no banco de trás com Wendy no colo, e Esther senta ao meu lado. O caminho até em casa foi tranquilo. Consequentemente, Esther descobriu onde eu morava, e Wendy fez amizade com ela rapidamente; até combinaram de tomar sorvete um dia quando eu deixasse.

— Tchau, Esther! — Wendy acena, e Esther manda um beijo para minha filha pela janela do carro.

— Vamos, Wendy! — Pego a mão dela, guiando-a até a porta que logo abro. Ela corre para brincar com Kiwi no tapete da sala.

A tarde passou rápido, e logo Wednesday voltou com Pugsley e uma mochila.

— Oi, amor! — Wednesday me dá um selinho e põe a mochila no sofá.

— Ah, oi! Oi, Pug! — Digo sentando no sofá.

— Enid, Pugsley vai passar uns dias aqui. Tem problema? — Wednesday pergunta, e eu nego. Pug era como meu próprio irmão.

— O que houve, pirralho? — Sempre o chamava assim, mesmo agora ele sendo adulto e maior que eu.

— Eu e Eugene brigamos outra vez! — Franzo as sobrancelhas. Eles eram muito unidos desde sempre e, de umas semanas para cá, viviam brigando.

— O que houve? — Aproveitei que Wendy estava no quarto para conversar com Pug enquanto Wednesday foi tomar banho.

— Tem um cara no trabalho dele, Billy. Ele claramente está com segundas intenções, mas o burro do Eugene não vê.

— Ciúmes? Pug, Eugene gosta de você de verdade. Acha que ele faria algo do tipo? — Pergunto, e ele encara os sapatos.

— Depois das brigas, sinceramente não sei! — Ele diz, e ponho a mão em seu ombro.

— Vai tomar um banho, vamos jantar e, quando estiver com a cabeça fria, vocês vão se resolver. Eu sei! — Levanto para ir até a cozinha preparar algo e vejo Pug levar a mochila para o quarto de hóspedes.

Após jantarmos, Pug e Wendy ficaram na sala vendo um filme. A pequena estava forçando Pugsley a ver pela milésima vez "Barbie a Princesa e a Popstar" e, como um bom tio, ele apenas se rendeu.

Ele prometeu que, quando ela dormisse, a colocaria na cama. Então, faço meu caminho até o quarto e fecho a porta. Wednesday estava deitada com um livro e logo me arrasto até seu lado.

— Oi! — Diz me abraçando.

— Oi! — Lhe dou um selinho.

— Como foi lá com sua mãe? — Ela pergunta, fechando o livro e pondo-o sobre a escrivaninha.

— Tudo bem. Ela meio que conheceu a Wendy! — Wednesday fica confusa.

— Aconteceu muita coisa! — Conto tudo e ela fica preocupada, mas disse que a diretora garantiu que não aconteceria outra vez e que conversei com Wendy a respeito.

— Ela gostou da minha mãe! — Digo brincando com as mãos de Wednesday.

— E como a Esther lidou com isso? — Rio e olho para Wed.

— Bem, ela até chamou Wendy para tomar um sorvete qualquer dia! — O rosto da morena parecia pensativo.

— O que foi, meu amor?

— Nada, só pensei que, se minha mãe tivesse a oportunidade de conhecer Wendy, sei lá, ela seria uma boa avó. — Um tom melancólico saiu na frase e fez meu coração apertar.

— Ela seria, com certeza! — Deito no ombro de Wed e acaricio seu braço.

— Vamos dormir, amanhã o dia vai ser cheio. — Ela diz, desligando o abajur do seu lado.

— Boa noite, Cara Mia!

— Boa noite, mi amor!

Beijos da Torry 😘

A filha do meu padrasto- WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora