𝘼 𝙨𝙚𝙧𝙥𝙚𝙣𝙩𝙚 𝙟𝙪𝙣𝙩𝙤 𝙖 𝙣𝙚𝙫𝙚 - 𝓞𝓫𝓪𝓷𝓪𝓲 𝓮 𝓐𝓰𝓪𝓻𝓲

Prestes a acontecer

— promete voltar com vida? _ pergunto olhando Matsuo. - promete não ser morta por um oni até eu voltar? _ ele rebate com uma pergunta. Dou risada da sua ação seguinte. - eu amo você, mesmo você não sendo minha irmã de sangue. _ ele diz me apertando em um abraço. - eu também. _ falo em um sussurro. - agora vá, até daqui uma semana. _ digo me soltando dele.

Vejo o garoto sair correndo pelas árvores até sair da minha vista.
— acha que ele se sairá bem? _ pergunto para Okamura, que ficou surpreso por eu ter conseguido notar ele. - claro que sim. Ele tem em quem se inspirar.

Volto para meu quarto para me trocar.
Hoje eu iria ficar o dia inteiro socando as árvores.

— preciso lembrar de cortar minhas unhas elas cresceram muito desde a última vez que precisei socar alguma coisa. _ falo vendo o sangue na palma da minha mão. E parando para a analisar, nela continha pequenas cicatrizes, principalmente nas pontas dos dedos.
Isso acontecia por causa do leque, eu posso não morrer usando a respiração da neve, mas isso não significa que eu não sofra alguns danos. O que mais requer força é os ventos com neve, se eu não ter a força necessária quem sairá voando será eu, então o principal para um usuário dessa respiração é a força, mas é óbvio que não é só a ventania que requer força.
A neve em si, em bastante quantidade fica pesada e até mesmo densa.

Já estava anoitecendo, logo eu sairia para caçar os onis.
— respiração das sombras, primeira forma: laços. _ eu falo me concentrando, mas quase nada acontece, apenas algumas sombras começam a se mexer. - é Matsuo, você tem muita habilidade, eu não faço nem ideia de como usar sua respiração. _ a princípio Matsuo criou essa respiração, pelo menos algumas formas.

— já está indo? _ ouço o senhor assim que saio do meu quarto. - já sim. A vila que tenho que ir fica longe daqui, então já vou indo, até logo mestre. _ digo acenando com a mão.

Corria pela mata mas algo em meu coração estava me apertando. Como se algo estivesse prestes a acontecer.
— por favor... não seja nada com Matsuo. _ eu estava rezando para que se algo fosse acontecer que acontecesse comigo.

Quando chego na vila já é possível ver as pessoas assustadas, muitas corriam com caras desconfiadas olhando para todos os lados.

Entro em em uma cafeteria e sento na última mesa dos fundos. Pra eu aguentar ficar acordada depois do dia inteiro treinando é só com café mesmo, um chá não resolveria.
— posso anotar seu pedido? _ ouço uma voz fina ao meu lado. - claro, quero um café forte preto e sem açúcar com algumas bolachas de coco por favor. _ falo olhando finalmente a atendente.
Uma criança? Ela tinha um odor forte, dois na verdade, era como se ela tentasse encobrir o outro cheiro. - logo trarei. _ ela diz fazendo reverência e sai.

Vejo de relance um homem entrar no local.
Ele tinha cabelo curto, usava um Hakama vermelho e uma máscara de demônio preta. Minimamente suspeito, mas não posso julgar tanto, afinal tem dias que eu saio igual.

— aqui está, bom proveito. _ uma mulher diferente me entrega o meu pedido, ela era mais agressiva que a criança.
Enquanto levava a xícara à boca sinto olhares me penetrando. Dou um pequeno gole no café e um sorriso se forma em meus lábios. ‐ pensava que vocês estavam sendo mais inteligentes que seus antepassados, mas vejo que me enganei. _ falo alto.

Uma cabeça rolava pelo chão da cafeteira.
— você acha mesmo que poderia ter acertado uma caçadora? _ perguntava para a cabeça que me olhava com raiva. - e o truquezinho barato de tentar esconder o seus cheiros também não funcionou.
_ agora eu andava até a criancinha e o homem que acabará de entrar. - respiração da neve, sétima forma: último floco! _ assim que as palavras foram ditas e minha katana foi encostada ao chão o local congelou. As pernas dos dois onis também, que as arrancaram para se livrar. Seus membros se regeneram rapidamente e logo vieram me atacar. - respiração da neve, décima forma: cristais de gelo! _ falo e lanço-os para os dois onis, que não conseguiram desviar. - oitava forma: congelamento. _ balanço o leque e ambos estavam congelados. Com um só golpe corto a cabeça dos dois. - está fácil demais.. _ assim que termino algo vem em minha direção, com um passo para trás desvio do quer que seja aquilo. -  uma MADEIRA? _ grito olhando para a parede que agora havia um buraco. - e de onde veio essa tem bem mais. _ escuto um sussurrar. E logo sinto galhos de árvores vindo em minha direção, mas não simples galhos, eles eram pontudos e afiados, e com a força que vinham era fácil de perfurar a pele de qualquer um.

Movimento minha espada para todos os lados, alguns galhos eram partidos ao meio já outros apenas voavam para longe.

Os ataques param e não sentia mais a presença dele. Ele fugiu.
— não se preocupe, irei lhe encontrar. _ falo indo em direção a porta e dando um chute, a fazendo se quebrar.

Já estava pela região já tinha quatro dias, já consegui matar 7 onis, mas infelizmente o que lançava galhos não.

— socorro!.. _ escuto um grito baixo vindo de uma das casas.

— achei você.. respiração da neve, segunda forma: nevasca. _ o vento com os gelos cortantes são lançados para o demônio, que ficou bem irritadinho pelo meu ataque, mas ele ainda era fraco então com um ataque seu pescoço foi cortado. - realmente estão criando novos onis, mas para que tantos? _ fico me perguntando mas um estalo da na minha mente. - oii! Onde você está?  _ grito em busca da voz que tinha ouvido.

Ouço grunhidos em baixo dos escombros que eu havia causado com a respiração.
Era uma mulher, parecia ter a minha idade.
A pego no colo e saio da casa.

Antes de conseguir sair totalmente da residência tropeço em algo. Antes de cair com a moça troco nossas posições, batendo as costas no chão. - mas que merda hein _ falo baixo. Sinto algo subindo minha perna, assim que olho consigo ver raízes grossas subindo cada vez mais.

Com um golpe não foi o suficiente para cortar as raízes, mas felizmente no segundo foi. Pego a moça novamente e começo a correr com ela. 

— eu ainda vou pegar você...e o seu irmãozinho de consideração . _ ouço algo falar no meu ouvido mas quando me vira não tinha ninguém.

Horas depois a mulher finalmente acordou. — olá, sou Agari, uma caçadora de onis, o monstro que havia lhe pegado era um deles. Gostaria de saber se posso lhe fazer algumas perguntas?  _ falo direta, ela tinha um olhar assustado em seu rosto. - eu... estava em casa terminando de lavar a louça da janta, quando aquilo me agarrou e começou a me machucar. _ sua voz estava trêmula. - certo.. tinha mais alguém na casa? _ vejo lágrimas se formarem em seu rosto. - s-sim.. minha irmã e a minha mãe... elas sumiram e quando eu tentei contestar aquele monstro ele disse que já havia as levado e que a próxima seria eu. _ ela dizia chorando - eu sinto muito não ter chegado a tempo de salvá-las. _ digo arrasada.. realmente foi culpa minha, se eu tivesse chegado mais cedo eu poderia ter ajudado as três. - tenho uma última pergunta... você sabe aonde esses ataques começaram? _ falo a olhando. - ouvi dizer que foi pela floresta. As pessoas eram achadas já sem vida, na maioria das vezes elas estavam com estacas de madeiras enfiadas pelo seus corpos.

Fiquei uma semana nessa vila e pelas vilas próximas, também apareceram mais alguns caçadores. Então espero que todos os onis tenham sido mortos.

— será que Matsuo já está em casa ou ainda não chegou? _ pergunto para eu mesma. Estava terminando de arrumar minhas coisas para ir embora

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E foi isso.
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