Adoção

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Sete anos se passaram; Gabriel Levnak mantinha Greta Akhenaten presa na sala de experimentos, mas ainda sim tomou suas decisões de que começará a fazer experimentos com a mesma. Em hipótese alguma ele negava água e comida, mas negava de que ela saísse dali até para fazer as higienes, mesmo ele tendo que limpar tudo depois, mas nunca trocou a roupa dela. Ela estava mais magra, pesava por cerca de 45 kg e sua pele está mais acabada e aparentemente mais velha, beirando aos 60 anos já que não estava mais hidratada e cuidada. Não era o suficiente para manter Greta com o seu formoso corpinho de antes. Ela estava na casa dos 30 a 40 anos, mas quem olhasse no seu estado atual, diria 60 pra mais. Suas roupas eram a mesma de sete anos atrás, Levnak não cuidava dela e nem se esforçava a se lembrar de levar comida de água. Ela fedia a merda e urina, estava toda suja e sua pele começou a apodrecer por conta da desidratação.

Gabriel ainda fazia experimentos com seus pacientes e ainda saía para buscar eles, como ele e sua ex esposa fazia antigamente para ir a caça.

Mattheo Scott iria ver uma moça na qual se interessou pela adoção do garoto, e ele não hesitou em passar três dias fora para conhecer ela melhor. A mulher tinha seus 27 anos e era infértil, havia perdido seu marido há um ano e meio em um acidente de moto e por fim se manteve sozinha.

Ela era linda, e quem veria realmente diria que a moça era a mãe de Mattheo, ela era ruiva, sua pele super banca cheia de pintinhas e seus olhos eram grandes e verdes.

Ela havia levado Mattheo para conhecer a cidade, conhecer parques e principalmente comidas legais e deliciosas que ele provavelmente nunca havia provado na vida.

- Sou Amélia Fernandes, muito prazer, mocinho. – disse a mulher, tentando agora descobrir sobre o garoto.

- Sou Mattheo. – ele sorriu simpático.

- Bom, Mattheo, você está gostando de hoje? – perguntou ela, simpática.

- Estou. Eu adorei comer essa nuvem comestível.

- Isso se chama algodão doce. - ela riu com a frase do garoto. – Mas podemos chamar de nuvem comestível, eu adorei.

- Também gostei de como ela é doce, me lembrarei de você toda vez que eu comer. – ele sorriu.

- Bom, podemos comer todas as vezes que você quiser, e juntos. O quê você acha?

- Pode ser. – ele sorriu meigo. – Você quer mesmo me adotar?

Essa pergunta soou um pouco estranha para a moça, já que ela não queria que ele pensasse que ele foi adotado, mesmo tendo quase oito anos de idade, era tão jovem para lidar e saber disso. Ela sorriu e tentou espantar o medo que começou a subir pela sua espinha, o medo de ele não querer ser adotado por ela e muito menos se darem bem como ela planejou.

- Sim. É meu sonho ter um companheiro. – ela sorriu.

- E você não pensa em se casar e ter filhos? – essa pergunta vindo de alguém tão pequeno assustou novamente ela.

- Bom... – ela pensa em como deve explicar isso para uma criança. – Eu já me casei uma vez, e então agora estou buscando um filho.

- Mas onde ele está?

- Ele foi morar no céu, mas ainda sim tento realizar um sonho que era nosso... – ela novamente encontra os olhos da criança e diz – e é achar você. – isso tirou um sorriso sincero e carinhoso de Mattheo, e também tirou no mesmo instante um peso das costas de Amélia, por pensar que ela jogou bem nessa frase para confortar bem ele.

- Você daria uma ótima mamãe. – ele diz e ela espera ele dizer mais alguma coisa. – Meus amigos iriam adorar ter uma mãe como você.

- E você? Não iria gostar?

- Eu estou sozinho há tanto tempo que me sinto até rejeitado, por mais que eu rejeitasse quem quer me adotar, mas sinto que até eles não estão prontos para ter uma criança com eles, imagina eu. Vários já se brigaram feio na minha frente então é por isso que eu raramente saio com pessoas que queiram me adotar. Normalmente penso que é melhor eles me visitarem no orfanato mesmo, assim a minha titia pode me proteger.

Amélia sentiu seu coração apertar bem forte naquele momento, mas o abraço que ela deu em Mattheo era bem mais. Ela viu e sentiu ali que não era só sobre adotar uma criança, e sim, a criança te adotar. Ela quem tinha que te escolher como um lar para ela, um conforto para ela e até mesmo um pontinho azul de segurança para ela, igual a titia do orfanato, que cuidam deles por amor mesmo e por isso é tão difícil alguma criança preferir sair de lá e arrumar uma família do que ficar sendo que lá é a primeira família deles. É lá onde o amor começa.

Mattheo se tremeu de frio e então Amélia soltou ele do abraço e convidou ele para voltar para a casa, afinal ele passaria três dias com ela. Chegando em casa, Amélia foi preparar o banho quentinho do garoto e então recebeu a ligação de Sra Rose, a titia do orfanato.

- Oi! Só vim perguntar se Mattheo vai passar os três dias mesmo contigo.

- Oi Rose! Ele vai sim. Ele amou conhecer o parque e combinamos de amanhã dar outro passeio legal pela cidade.

- Que ótimo, Senhorita Amélia, fico feliz que esteja se dando bem com ele. Ele raramente sai do orfanato ou aceita ficar na casa de alguém para conhecer mais coisas. Com certeza ele te escolherá.

- Você acha? – perguntou Amélia, insegura sobre a real decisão do garoto.

Amélia Fernandes era uma mulher bem conhecida no bairro onde morava, pois a mesma tinha tanta simpatia pelo próximo que isso encantava qualquer um. Mas depois da morte de seu marido Joseph Morgan de 32 anos em um acidente de moto para a ida ao trabalho, Amélia raramente saía de casa para curtir o dia e ir a um parque mais próximo. Diríamos que neste dia com Mattheo, ela realmente saiu de casa para ir a um parque depois de tanto tempo.

Mattheo tomava seu banho na banheira pensativo, ele por um lado queria ser adotado pela moça, mas pelo outro lado sentiria falta de seus amiguinhos do orfanato. Os três dias se passaram e Mattheo e Amélia realmente se divertiram bastante enquanto conheciam mais coisas sobre um ao outro. Mattheo disse que odeia morangos por achar eles muito azedos, e por incrível que pareça, Amélia também não gostava de morangos, mas por conta do azedo da fruta lhe causar aftas.

Mattheo voltou para o orfanato e foi direto brincar com seus amigos, enquanto Amélia tirava as coisas do garoto de dentro do carro e levado até a senhora Rose, que estava na porta de entrada do orfanato.

- Obrigada por cuidar dele. Saiba que hoje a noite irá acontecer a reunião sobre a adoção legal de Mattheo. E assim que ele decidir o quê quer, ligaremos para avisar sobre a decisão do mesmo.

Amélia assentiu e voltou para casa naquela noite, pensativa demais sobre o quê ele realmente vai escolher. Ela tinha um quadro seu e do seu marido em uma estante na cozinha, ela o pegou e conversou sozinha, como se ele pudesse ouvir.

- Ah, Joseph, você iria adorar conhecer ele. Ele é tão meigo e inteligente que isso me lembrou imediatamente de você.

Na manhã seguinte, às oito e meia da manhã , Amélia tinha medo daquele telefone tocar e receber um não, e logo o mesmo tocou, fazendo o som do toque ecoar pela sala.

- Alô?

- Amélia?

- Sim, sou eu.

- Aqui é a Margareth , do orfanato de Mattheo.

- Ah, sim! Margareth, algum retorno?

- Meus sentimentos, Amélia, Mattheo escolheu você! Meus parabéns.

Amélia quase pulou de alegria por Mattheo realmente escolher ela. Combinaram um horário pelo telefone para ir buscar Mattheo e assim encerrou a ligação. Ela pegou o porta retrato de seu marido e depositou um beijo na foto.

- Conseguimos, querido.

The Laboratory (Part I)Onde histórias criam vida. Descubra agora