Acusados

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Nove saiu correndo para sua casa quando de repente se esbarra com seu pai, Levnak. A menina sentiu seu coração pulsar forte dentro de seu peito, passando lentamente em sua cabeça sobre o quê seu pai faria com a garota assim que descobrir aonde ela estava e o que tinha acontecido. Suas mãos começaram a suar e sua respiração estava mais ofegante.

- Aconteceu algo, Nove? – perguntou Levnak, tirando a garota de seus devaneios.

- Eu só fui ao banheiro, papai. – respondeu, trêmula.

- Não foi isso o quê eu vi nas câmeras, Nove. – Levnak estava calmo, sabia que a garota com certeza iria conversar com os seus pacientes, de novo.

Kylie uma vez contou sim ao seu pai que Nove andava conversando com alguns pacientes, nada demais, eram conversas jogadas fora, mas Kylie se preocupava com a menor por tamanha inocência dela, já que Levnak vivia dizendo á elas que os presos são cruéis e doentes. Por isso, colocou câmeras para a segurança dela.

- Desculpa, papai. – pediu a garota.

- Vá para o seu quarto antes que eu faça algo para castiga-la. – ordenou o homem.

A garota saiu correndo rapidamente para seu quarto, deitou-se em sua cama e puxou as cobertas até sua cabeça, se escondendo. Seus olhos brilhavam por causa das lágrimas que insistiam em cair, pois aquela cena dela tocando a mulher morta e lembrando da sensação fria do toque em sua pele, fez um arrepio percorrer em sua espinha. Demorou para que ela se acalmasse, e assim pegou no sono.

Nove foi acordada de uma forma bruta, sentindo fortes puxadas em seus cabelos longos e castanhos. Ela caiu da cama e assistiu a sí própria sendo arrastada pelos corredores até sair da casa. Ela foi jogada rudemente contra a parede de uma das salas e forçou a visão para que pudesse enxergar o quê exatamente estava acontecendo. Ela estava na sala 11.

- Cara, não faça isso. Ela é a sua filha! – falou o ruivo – Tem que perdoá-la, ela não fez por mal ou por algo intencionalmente.

Gabriel não deu ouvidos ao garoto, mas essa frase ficou em sua cabeça. Levnak nunca perdoou ninguém depois do que Greta, a mulher que ele mais amava no mundo, partiu seu coração. Ele já tentou lutar contra seus pensamentos sobre castigar a menor, mas queria que pelo menos que ela pagasse o quê fez, que na cabeça do homem, foi ela quem matou Greta por conta da discussão mais cedo.

- Ela matou Greta. – disse o homem, retirando o corpo de sua ex mulher da cadeira sem vida e colocando em um canto da sala como se fosse um saco grande de lixo.

- Ela não matou ninguém. – defendeu o garoto -Tenho certeza de que  Nove não faria mal a uma mosca. – dito isso, Gabriel olhou furiosamente para a menina, que estava jogada no chão, aos choros. – Merda! – falou o ruivo, percebendo que deu a pequena e maldita brecha de que sabia o nome da menina, dando a entender de que ele já a conhece.

Levnak andou rapidamente até a garota, pegou-a pela cintura e prendeu a mesma na cadeira onde estava Greta. A menina não se movia, sabia que se tentasse algo contra o homem para sair dali, seu pai faria Deus sei lá o quê com ela. Poderia piorar ainda mais a situação.

Kylie imediatamente surgiu na porta, escondida, sabia que seu pai não soltaria sua irmã tão cedo dali. A mais velha se abaixou e ficou de butuca, e o quê ela acabou escutando, fez ela chorar e sair correndo de volta para casa.

- Então Greta era realmente a minha mãe. – falou consigo mesma.

Gabriel terminou de amarrar a menina na cadeira e saiu da sala dizendo que por sorte ele apenas os castigaria. Nove ficou um bom tempo olhando para baixo, em silêncio. Mattheo tentou fazer com que a garota o olhasse, mas ela nem sequer respondia.

The Laboratory (Part I)Onde histórias criam vida. Descubra agora