The Laboratory (Part I)

Histórias

Quando Kylie Levnak tinha seus sete anos, pedia por uma irmã ao seu ‘pai’, porém como ele não podia ter filhos, arrumou uma mulher que antes também era sua paciente e a fez se relacionar com outro homem, porém ela não aceitou, pois dizia estar apaixonada por Gabriel e que não o trocaria. Levnak pensou que achou o amor de sua vida, já que Greta Akhenaten não pensou duas vezes. A inseminação foi feita em Joice com os espermatozoides de outro paciente que já estava morto depois de usá-lo para isso.

Nove Laurentty nasceu com muita saúde, mas era a que mais ficava doente na família, puxando toda a atenção para ela, deixando a mais velha de lado. Kylie cresceu com um sentimento amargo de ciúmes pela irmã, o que com certeza afetou em sua vida futuramente por conta disso. Kylie queria sempre se sair melhor que Nove em tudo, em ter as melhores coisas que ela, as melhores falas, os melhores conteúdos para se tornar uma grande cientista que nem seu pai. Mas Nove nunca nem se importou com isso, não ligava para ela e nunca nem priorizou ser melhor em tudo, pois sabia que isso era desgastante no final de tudo e simplesmente deixou tudo para a sua irmã, já que via um grande esforço vindo da mesma.

Isso dava um potencial enorme para Nove, ser diferente e aceitar as coisas com facilidade. Kylie ainda possuía um sentimento de inveja pela sua irmã, mas aprendeu a não tentar afetar tanto da garota, mas ainda odiava o fato dela conseguir chamar atenção mesmo sem querer. Nove nunca nem sequer pegou ódio de sua irmã, ao contrário dela, apenas tentava compreender seu lado e fazia de tudo para confortá-la dizendo que não precisava se preocupar com isso pois ela achava cansativo Gabriel ficar tanto em cima dela por cobrança. Nove nunca seria igual a ele e igual a ninguém.

Mas é como se dizia; Naquele momento em que você se pega maltratando seu irmão mais novo com palavras, com coisas fáceis de resolver e percebe que a frase ‘’O oprimido se torna o opressor’’ é mais real do que parece.
Kylie acordou angustiada nesta manhã, pensando nas mentiras que contou ao seu pai da irmã mais nova. Gabriel serviu o café da manhã para sua filha e esposa, se sentou na mesa e brincou com a pequena faca em cima da mesa. Joice estava cabisbaixa, que dava um ar de que ambos se brigaram feio, mas era apenas um chute de Kylie.

- Sua mãe e eu conversamos. -  sua frase fez Kylie acordar de seus devaneios.

- Eu já disse; ela não é a minha mãe.

- Dá para você calar a boca e me escutar!? – gritou Levnak.

Ambas pularam no susto, mas Joice já estava preparada para o que estava por vir. Kylie havia dito que matou Nove e Mattheo, mas não sabia que isso afetou tanto a sua madrasta quanto seu pai. Eles queriam Nove e Mattheo vivos para testes, mas Kylie ignorou essa parte. Pensou em se salvar, mas mentiu para salvar sua irmã. Kylie arcará com as consequências.

- Amanhã as três da tarde você será presa por matar os pacientes e substituirá eles até uma das doses serem rejeitadas. – Levnak cortou seu pão com a faca e preparou a manteiga.

- M-mas eu fiz o que o senhor me pediu, pai. – Kylie já estava aos prantos, imaginando o que ele faria com ela.

- Você os matou, querida. Não era para mata-los. Você vai pagar com a sua pele. – disse Joice.

- Mas eu tentei me salvar! Eles iriam me matar! – o pânico em sua voz era nítido.

- O trato já está feito. E não adianta fugir, Kylie. Eu sei aonde te encontrar. – Gabriel estava com a voz calma e suave, assustando a garota mais ainda.

- Mãe, me ajuda! Eu sei que não deveria ter matado a Nove, mas por favor, tenha piedade. – Kylie pensou em inúmeras vezes naquele momento em contar a verdade, mas tinha medo de ainda ser punida por causa da mentira.