Capítulo Doze

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Renata foi a primeira a acordar estranhando o calor que vinha do corpo ao seu lado e demorou alguns segundos para lembrar de tudo que havia acontecido na noite anterior. Quando enfim criou coragem, sentou e virou-se na direção de Arabella, mas nada a preparou para aquela imagem. A jovem de bruços com os cabelos jogados sobre o travesseiro, o corpo descoberto e a camisa embolada na altura da cintura dando a visão da bunda dela com uma calcinha que ela deve ter pegado entre as coisas de Renata e que ficou tão pequena que mal cobria alguma coisa. A mulher sentiu seu sexo latejar com a cena.

Essas reações do próprio corpo ainda causavam estranhamento em Renata, ela olhava Arabella dormindo e se lembrava de como a jovem foi protetora na noite anterior, cuidando dela com doçura e ao mesmo tempo transitava naquela manhã como uma mulher altamente sensual. Renata sentia que estava cada dia mais envolvida com aquela menina mulher e o desejo de descobrir tudo que aquela relação podia oferecer. Ela sabia que precisaria lidar com os próprios preconceitos e com a dificuldade que teria em lidar com julgamento. Sua mente divagou tanto que não percebeu que Arabella tinha aberto os olhos e naquele momento admirava a mulher sentada diante dela.

− Será que existe alguma coisa melhor do que acordar e você ser a primeira visão do dia? – Arabella falou baixinho chamando atenção de Renata para si.

Renata corou por ver Arabella acordada e seminua sem que estivessem em um clima sexual. A jovem percebendo a timidez da mulher, se insinuou com um sorriso malicioso.

− Acho que melhor que ver você, seria sentir você... – Arabella ainda sem mudar de posição pegou a mão de Renata levando até os lábios e deixando um beijo.

Renata levou os toques para o rosto de Arabella em um carinho singelo e se aproximou deixando um selinho.

− Vamos levantar, mocinha. Acabei dormindo demais e já passa das 10h. Vou preparar um café em agradecimento pelo delicioso melado de leite que você fez para mim ontem.

− A enxaqueca passou?

− Estou totalmente recuperada. – Renata respondeu já saindo da cama em direção ao closet.

Arabella levantou e foi admirar a vista ainda mais bonita com o sol que fazia lá fora. A jovem não resistiu em abrir a porta e ir para a varanda sentir o vento gelado daquela manhã. Quando Renata saiu já vestida, sentiu o vento frio e mais uma vez ficou hipnotizada pela jovem que estava do lado de fora com os braços abertos como se não sentisse o frio que fazia e vestida apenas com a camisa de Renata.

− Bella, você vai acabar pegando uma gripe, está frio aqui fora. – Renata ralhou ao chegar perto da jovem.

− Estou encantada com esse lugar. Moro em Ouro Preto desde sempre, mas não me canso de admirar essa cidade. Daqui do alto fica tudo ainda mais bonito. – Arabella respondeu sem se importar com a bronca e puxou Renata pelo braço levando-a para um abraço.

As duas mulheres não conseguiam frear o desejo e dentro do carinho daquele abraço, os olhos se prenderam como vinha se tornando tão comum entre elas, a boca de Arabella buscou a de Renata encontrando os lábios entreabertos e o toque das línguas veio quente. Renata esticava o corpo na tentativa de que se tocassem por inteiro, já Arabella segurava a mulher pela nuca com as duas mãos, arranhando-a com as unhas em um movimento que Renata adorava, os braços da mais velha se apertaram em torno da cintura de Bella no desejo de prendê-la e sentir ainda mais o corpo contra o seu.

− Seu beijo é sem dúvida meu mais novo vício. – Arabella falou ainda dentro da boca de Renata antes de aprofundar o beijo novamente.

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