Capítulo Treze

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Zélia era muito observadora, tinha um carinho ímpar por Renata e a considerava uma verdadeira amiga, já Arabella ela conheceu ainda menina, criada sozinha pelo pai era o xodó da cidade. Admirava o fato dela ter se tornado uma mulher independente e sempre mantendo a doçura e gentileza da infância. Há algumas semanas ela vinha notando um comportamento diferente nas duas mulheres e pensando melhor, era mais que semanas, talvez meses. Zezé olhava da varanda as duas correndo com Amora pelo jardim e analisava as mudanças recentes em Renata. Ficou encucada e decidiu que ia observar mais de perto.

Renata e Bella cansaram de correr, não conseguiam acompanhar a energia de Amora. Sentadas na grama elas se olhavam enquanto a cachorrinha cheirava tudo ao redor.

— Ainda bem que as vacinas da Amora já estavam adiantadas, mas as próximas doses você terá que leva-la na clínica do meu pai. — Bella implicou com Renata. — Vou ter que te apresentar a ele com antecedência.

— Não sabia que você queria me apresentar seu pai. — Renata respondeu sorrindo.

— Sim e por enquanto só como amiga, mas só porque você prefere assim.

— Somos mais que amigas, mas ainda não temos uma definição. Como você poderia me apresentar se não fosse amiga?

— Podia dizer que você é minha crush. — Bella zombou.

— E o que exatamente isso significa?

— Como assim?! — Bella respondeu afetada colocando a mão no peito. — É o termo descolado que os jovens usam quando querem falar de alguém que estão saindo ou que gostariam de sair, Sra Villar.

— Você se aproveita do fato de eu não ser nem jovem, nem descolada para implicar comigo. — Renata retrucou fingindo estar zangada.

— Não fala isso, minha idosinha... — Bella respondeu abraçando a mulher pela cintura e a puxando mais para perto.

As duas sorriam juntas e abraçadas sem perceberem que estavam sendo observadas por Zélia.

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Os dias seguintes passaram em um ritmo leve, a aproximação delas era cada vez mais intensa, embora não tenham passado outra noite juntas ou transado novamente, a conexão emocional seguia crescente.

Naquela manhã de sábado Arabella tinha chegado ao casarão para passar o dia com Renata. Abriu mão do treino de boxe e chegou cedinho porque a mulher gostava de acordar cedo para, segundo ela, aproveitar o dia.

— Não sei que mania é essa de acordar cedo em pleno sábado. — As duas conversavam na cozinha enquanto Bella ensinava Renata a fazer um bolo de queijo. Iguaria mineira que a mais velha adorava.

— Para de reclamar, Bella. Minha companhia é tão ruim assim? — Renata dizia enquanto colocava o polvilho doce conforme indicado na receita.

— Como está dramática, Sra Villar. — Arabella largou a batedeira que estava usando e abraçou a mulher por trás apoiando o queixo em seu ombro. — Adoro esses momentos com você...

— Também adoro, mocinha e depois que esse bolo ficar pronto, vamos subir até os bordôs. Estou com saudades de caminhar por lá.

— Aquele lugar me traz ótimas recordações. — Arabella virou Renata de frente, a olhando com malícia e mordendo o lábio inferior. — Sua boca é tão linda...

Arabella olhava a boca de Renata com desejo e no segundo seguinte mergulhou naquele universo, nadando com a língua por cada canto da boca dela. Sem conseguir se conter, Bella a levantou pelas coxas, deixando-a sentada no balcão e se enfiou entre suas pernas. Renata enrolou as pernas na cintura de Bella e prendeu o corpo dela contra o seu. O beijo que já tinha começado quente estava maltratando de tesão, as unhas de Bella arranhando as costas de Renata por baixo da camisa enquanto a mais velha a segurava pela nuca com pressão. Os gemidos começaram a encher a cozinha...

Verbo BordôOnde histórias criam vida. Descubra agora