Era fim de tarde e os pés descalços pisavam as folhas vermelhas pelo chão, as lágrimas que já haviam secado, voltaram a encher os olhos da mulher que naquele momento se lembrava que sua menina havia deixado de ser sua, ela se lembrava exatamente das palavras que saíram de sua própria boca quando ela quebrou em vários pedacinhos a mulher que amava.
A saudade a dilacerava desesperadamente, ela também se sentia quebrada, só que ela sabia que não tinha escolha, não depois de tantas mentiras, não depois de tudo...
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus
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Verbo Bordô
RomanceUma cidade no interior de Minas Gerais. Uma mulher madura em busca de tranquilidade. Uma jovem em busca de felicidade. Assim começa a história de Renata Villar e Arabella Muniz. Duas mulheres muito diferentes e ao mesmo tempo completamente iguais. R...