Capítulo Onze

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− Eu não acredito nisso! Vocês já transaram duas vezes e só agora você me conta? – Leonor falava indignada com Renata ao telefone.

− Eu tive minha fase de confusão... Você sabe que eu sempre fui muito insegura quando se trata de sexo. Todo mundo sempre disse que eu era bonita e eu nunca discordei, mas uma vida toda sem ser feliz na cama e me envolver agora com uma garota com metade da minha idade?

− Renata, você sempre foi muito bem resolvida quando se trata de trabalho e como pessoa individualmente, mas quando se trata de ser amada, sempre foi um fiasco.

− Isso! Joga na minha cara.

− Rê, eu só quero que você veja as coisas de maneira mais simples. Já foi difícil admitir seu tesão pela Arabella primeiro por ela ser mulher, segundo por ela ser mais jovem, terceiro porque você se achava incapaz de sentir tesão...

− Estou tratando tudo isso com minha terapeuta. Não é simples mesmo, ainda não conseguimos sentar e conversar sobre o que está acontecendo e como iremos levar essa relação daqui para frente.

− Rê, como foi o sexo com ela? – Leonor perguntou mudando o rumo da conversa.

− Você quer mesmo detalhes? – Renata respondeu com timidez.

− Quero que você me fale o que sentiu. Como você se sente nos braços dessa menina, Rê?

− É diferente de tudo que já vivi, Leo. Com ela eu sinto tesão de verdade, me dá vontade de cometer as maiores loucuras. Ela me faz sentir tão desejada que perco até a timidez.

− E o que está te impedindo de se jogar?

− Não sei se tenho coragem de assumir uma mulher, além de tudo tão mais jovem. Não tenho certeza se é isso que eu quero só porque ela me deu o melhor sexo da minha vida. – Respondeu fazendo Leonor gargalhar.

− Renata, você não precisa pedir a menina em casamento. Por que não deixa as coisas acontecerem?

− Mas e se eu a magoar? Ela já disse que gosta de mim.

− Você também gosta dela e minha cara, Arabella é mais jovem que você, mas é uma mulher adulta. Ela sabe o que faz e se está investindo em você mesmo sabendo todos os seus dilemas, ela está fazendo isso consciente dos riscos que está correndo.

Renata ficaria refletindo longamente tudo que que ouviu da amiga.

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Bella tinha acabado de chegar do treino de boxe e estava com a mente e o corpo relaxados. Aquele sentimento novo a preenchia de uma forma que ela ainda não sabia definir. Ao mesmo tempo que ela tinha vontade de cuidar de Renata, de protege-la, ela sentia um desejo absurdo por ela. Elas tinham gostos em comum e assuntos que fluíam infinitamente, parecia que tinha tudo que sempre quis em uma única mulher. Ela estava perdida em seus devaneios quando sentiu o celular vibrar.

Renata: O que você acha de jantarmos hoje? Com esse climinha frio podemos acender a lareira.

Arabella: Está me convidando para um encontro romântico, Senhora Villar?

Renata sorriu diante da provocação. Se sentia bem por dominar seus medos convidando Bella para um encontro.

Renata: Talvez.

Arabella: Pode confirmar minha presença.

Renata: Te aguardo às 20h.

Antenor observava a filha sorridente olhando para o celular, ele ficava feliz em ver a jovem encontrando seu caminho. Sempre teve muito medo de não conseguir cria-la sozinho e certificou-se que não faltasse amor, compreensão e acolhimento. Ele tinha orgulho demais da mulher que ela se tornou e continuou por ali até que Bella deixou o celular de lado e percebeu que não estava sozinha.

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