Finney chegou em casa com um longo suspiro. Ele ficou encarando a porta por alguns segundos, refletindo sobre o dia no qual havia acabado de passar.
Após a saída no shopping, Robin acompanhou Finney até a parada de ônibus, no qual embarcou para chegar ao seu lar. A princípio, era só uma gentileza.
O problema foi que Robin selou os lábios na bochecha vermelha de Finney antes de acenar um "adeus" e sair correndo de volta para o estabelecimento.
Era por essa ação tão inesperada que Finney não conseguia entrar na própria casa. Ele estava com a mão no peito, sentindo a pressão que seu coração fazia contra seu corpo.
As gotas de suor de seu rosto começaram a cair no chão e Finney começou a pensar que era infarto. Ele nunca havia se sentido assim antes, tão nervoso e envergonhado, ou tão...
Tão intenso.
O dia inteiro foi reproduzido em sua mente, só que de forma acelerada. Ele começou a relembrar cada parte do encontro, desde o combo de sorvete de chiclete com sorvete de limão até ao fatídico ato que Robin cometeu para lhe deixar assim.
Naquele ponto, Finney já não conseguia encontrar argumentos que lhe ajudassem a discordar das palavras de Bruce.
"É óbvio que ele quer dar uns pegas em você, Finney."
E se Robin realmente quisesse? O que Finney deveria fazer? Recusar gentilmente, dizendo algo como: "ah, você nunca falou nada e talvez seja só paranoia, mas eu não quero te beijar."
Surgiu, no entanto, um novo obstáculo no caminho de Finney Blake: ele não queria dizer isso, sequer queria pensar. Porque, no fundo, ele queria provar um beijo.
Sim, era só um beijo, não precisava ser necessariamente de Robin! Ou precisava?
Finney balançou a cabeça negativamente e decidiu interromper seu transe, finalmente abrindo a porta e entrando em casa.
Sua irmã estava debruçada na mesa, balançando os pés e de cara emburrada enquanto seu pai cozinhava alguma coisa em uma frigideira.
— Finney! - Gwen soltou um gritinho e desapareceu com sua postura tão tediosa. Ela saiu da cadeira e correu até o irmão. — O que você fez hoje? Hein, hein?
Finney estava muito grato por sua irmã não se dar conta de sua inexistente vida romântica, porque ele não sabia o que faria se tivesse um "Bruce 2.0 em casa".
— Eu saí com um amigo. - Ele deu de ombros e atravessou a casa, acenando para seu pai quando este lhe olhou. — Aproveitei minha folga.
— Que amigo? - Gwen agarrou seu braço e começou a se arrastar no chão. — Você não tem amigos.
Seu pai bufou alto e segurou a risada, tirando um olhar sério de Finney e um arquear de sobrancelha. Que tipo de pai riria ao saber que seu filho era um fracassado socialmente falando?
— Isso não é verdade. O garoto que veio ontem aqui é meu amigo.
— Mas ele é do seu trabalho, vocês são obrigados a serem amigos! - Gwen contestou.
— Gwen, está na hora de você aprender a diferenciar colegas e amigos.
Gwen lhe soltou e deu de ombros, voltando para a mesa para aguardar pela janta. Finney balançou a cabeça e subiu as escadas, soltando um último aviso.
— Já desço para jantar!
××××
No dia seguinte, Finney acordou muito cedo. Era sexta-feira, o dia mais adorado pela população mundial, mas também era dia de aula - e Finney só estava de folga do trabalho.
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Entre Letras e Café
Fanfiction"A cafeteria Stagg's está com uma novidade imperdível! Escolha uma palavra qualquer e ganhe uma bebida baseada nela!" Finney Blake trabalhava como atendente daquele café e era notório que sua rotina, antes já cansativa, havia se tornado desgastante...