De três coisas Alyssa estava convicta. Primeira, ela tinha enlouquecido. Segunda, havia uma parte dela - e ela realmente não sabia o quão longe essa parte poderia ir - que gostava de toda a situação.
E terceira, ela estava muito ferrada, mas também...
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"O rosto dela é um mapa do mundo. Você pode ver, ela é uma linda garota. E tudo ao redor dela é um poço prata de luz. As pessoas ao redor dela sentem o quanto isso é bom. Isso te acalma. Ela deixa você na palma da mão. De repente eu vejo. Isso é o que eu quero ser. De repente eu vejo. Porque diabos isso significa tanto pra mim? Eu sinto como se estivesse andando pelo mundo".
Rolei de um lado para o outro umas cinco vezes até me dar conta de que não conseguiria dormir. Com pouca delicadeza joguei o edredom para o lado e me sentei sobre o colchão. Minhas mãos tatearam no escuro à procura de Bella, mas ela não estava em lugar nenhum. Franzi a testa. Aonde ela tinha ido parar? Será que eu tinha cochilado sem perceber?
Como se tivesse ouvido os meus questionamentos mentais o ambiente até então silencioso foi preenchido por um suspiro alto. Ainda no beliche cheguei perto da beirada e coloquei a cabeça para baixo. Mesmo no escuro consegui enxergar o corpo de Bella repousado em uma posição muito semelhante a de um bebê. Ela estava em sono profundo. E eu não sabia como isso podia ser possível... Não depois do que tínhamos conversado. Ou melhor, do que ela tinha me imposto sem maiores explicações. Literalmente jogando e saindo.
Por um lado, tinha sido um grande avanço da parte dela, e da minha também, se levarmos em conta que eu mais tinha medo da conversa do que realmente continuar em uma mentira fantasiosa. Eu queria saber a verdade, mas chegar perto dela como eu estava chegando me assustava, porque, eu já não tinha mais certeza do que encontraria. Se as respostas seriam assim tão simples como eu queria.
Deixei escapar um suspiro dramático, bem parecido com o de Bella instantes antes, e sentindo-me de repente tão claustrofóbica naquele quarto mediano, resolvi dar uma volta. Com muito cuidado, um cuidado realmente exagerado, desci as escadinhas e quando meus pés tocaram o carpete do quarto encarei de um lado para o outro. Apesar de escuro, eu consegui me virar até encontrar a mesa e depois a cadeira em que meu casaco jazia dobrado. Calcei as botas sem amarrá-las e saí para o corredor semi-iluminado. Por bem, Charlie achara melhor deixar algumas luzes ligadas pela casa durante a noite, desde que Bella tinha sofrido um acidente, dando de cara com a parede há pouco tempo. Nada de muito grave, mas ele insistiu que nossa segurança vinha primeiro, e, bom, eu não podia concordar mais.
Quando passava em frente ao quarto dele, por ironia do destino, a madeira rangeu abaixo dos meus pés. Trinquei os dentes e fechei os olhos, esperando ele aparecer ali com a cara toda amassada, possivelmente armado para o perigo eminente. Encostei a orelha na porta. Do outro lado, escutei um resmungo, e já preparava uma desculpa qualquer para estar andando como um fantasma em plena madrugada, quando do nada, um ronco alto se sobressaiu.
Obrigada aí cara de cima. Achei de bom tom agradecer a minha sorte. E mais confiante, me permiti acelerar o passo até o andar de baixo. Esse sim, bem escuro. Eu só tinha que chegar até a cozinha sem fazer nenhum barulho. Não era assim tão difícil.
