De três coisas Alyssa estava convicta. Primeira, ela tinha enlouquecido. Segunda, havia uma parte dela - e ela realmente não sabia o quão longe essa parte poderia ir - que gostava de toda a situação.
E terceira, ela estava muito ferrada, mas também...
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"Eu sei que você sofreu. Mas eu não quero que você esconda. É frio e sem amor. Eu não vou deixar que você seja negada. Calmamente eu vou fazer você se sentir pura. Confie em mim. Você pode ter certeza. Eu quero reconciliar a violência no seu coração. Eu quero reconhecer que a sua beleza não é só uma máscara. Eu quero exorcizar os demônios do seu passado. Eu quero satisfazer os desejos secretos do seu coração. Você engana seus amores dizendo que é cruel e divina. Você pode ser uma pecadora, mas sua inocência é minha. Me satisfaça. Me mostre como se faz. Me provoque. Você é única".
O tempo passava sempre muito devagar aos finais de semana. No domingo não foi diferente. Charlie deixou um bilhete na geladeira dizendo que tinha ido pescar com Olivia Mallory e Harry Clearwater.
Por algum motivo que desconheço eu acabei acordando cedo. Depois de perder metade do meu sábado em uma detenção sem graça era de se esperar que eu tirasse o atraso do meu sono e dormisse no mínimo até umas quatro da tarde, mas, não, eu acordei na hora do almoço com muita fome e um tédio gigantesco.
Eu achava que o clima de Forks só atingia Bella, mas ela parecia bem melhor de espírito do que eu. Como se Phoenix fosse uma lembrança distante... Assim como o sol. Mais um pouco disso e eu acabaria me internando em uma clínica psiquiátrica.
Bom, ajuda médica não podia ser assim tão ruim, afinal, eu não conseguia explicar as bizarrices na minha vida. Alguém nesse mundo devia ser capaz de me ajudar, senão eu mesma, algum profissional viria bem a calhar.
― Bella?
Como de praxe, a bebê foca já estava fora da cama. Ela colocava algo bem cheiroso para assar no forno quando eu entrei na cozinha toda descabelada, ainda de pijamas. Ao contrário de mim, a gêmea do bem estava devidamente vestida. Na verdade, muito bem vestida para quem tinha pretensão de ficar em casa em pleno domingo.
Como quase todos os finais de semana.
― 'Tá bonita.
Apesar do elogio, meus olhos estreitos deram o alerta. Ela sabia muito bem sobre o que eu estava falando e eu sabia muito bem que ela sabia que eu sabia das intenções dela.
― Vai me deixar sozinha para sair com o topetudo só porque o Charlie não está, né espertinha.
― Você vai sobreviver ― ela murmurou, ignorando por completo as insinuações contidas em cada uma das minhas palavras.
― Eu sei que vou, mas eu não quero ficar sozinha ― fiz biquinho como uma criancinha de quatro anos.
― Você não gostava tanto assim da minha companhia.
― Assim como você não gostava ou gosta de um monte de coisa em mim ― rebati sem me abalar, apesar de ter ficado curiosa sobre a forma com que ela se retraiu diante do que eu disse. ―, o que não quer dizer realmente que a gente se odeie, certo?
