41 • HER NAME IS ALICE

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"Se eu tivesse um mundo só meu tudo seria um absurdo

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"Se eu tivesse um mundo só meu tudo seria um absurdo. Nada seria o que é, porque tudo seria o que não é. Eu te convido para um mundo onde não existe tal coisa como o tempo. E cada criatura presta-se a mudar o seu estado de espírito. E a garota que perseguiu o coelho, bebeu o vinho e tomou a pílula. Trancou-se em um limbo para ver como realmente era a sensação. Por ficar fora de sua virtude ninguém poderá te machucar. Ou assim eles dizem. Seu nome é Alice. Ela rasteja para a janela através de formas e sombras. Alice. E mesmo que esteja sonhando, ela sabe. Às vezes a curiosidade pode matar a alma, mas deixa a dor. E cada gota de inocência é deixada dentro do cérebro dela. E, através do espelho, nós vemos, ela está dolorosamente retornando. Mas agora, cortem-lhe a cabeça, eu temo que todos estejam preocupados. Você vê, não existe um final real. É apenas o começo. Venha pra fora e jogue".


― Então, ― a pausa não foi intencional, mas acabou acrescentando toda uma dramaticidade que a fez rir. Sua risada doce e musical não me ofendeu, muito pelo contrário, me fez ter coragem para continuar com o raciocínio. ― eu estou morta? Você é um espírito ou algo do tipo?

― Não exatamente ― ela soltou de um jeito simples, me dando liberdade para conduzir a nossa conversa da forma mais natural possível e também cuidadosa.

Não sei dizer se fazia parte de alguma estratégia. De todo modo, a presença dela, apesar de uma grande surpresa, me fez sentir segura. Não demorou muito para eu perceber que com ela eu poderia falar sobre qualquer coisa. Na verdade, ela parecia esperar por isso.

Não com a ansiedade que emanava de mim, mas com uma paciência de outro mundo.

― Se eu não estou morta e você não é um espírito, então o que é isso?

O sorriso dela alargou, suas covinhas evidenciaram, e com muita classe ela abriu os braços indicando ao nosso redor.

Isso, minha querida Alyssa, é um meio termo. Você não está morta, mas também não está no mundo dos vivos, entende?

Acho que sim. Quis responder, porém, som algum saiu pela minha boca. Alice esperou como a perfeita companhia, a perfeita guia. Guia. A palavra brilhou na minha mente, os olhos dela piscaram em reconhecimento, como se já soubesse o que eu iria dizer em seguida.

― Então você é um anjo? Alguém que guia os perdidos e coisa do tipo?

O sorriso continuou ali, mas dessa vez a risada acabou sendo um pouco mais escandalosa. Como alguém podia ser tão perfeita eu não fazia ideia. Então, simplesmente fiquei parada, admirando feito uma maluca. Afinal, eu já tinha aceitado há muito tempo que só podia ser uma mesmo.

― Você é mais criativa do que isso, querida. E, não, você não tem nada de maluca. Vem, vamos dar uma volta.

Ela ergueu as mãos e sem nem pensar eu as aceitei. Sabia que podia confiar nela. Como? Sei lá. Eu apenas tinha o sentimento de que estávamos conectadas. No momento exato em que nossas mãos entrelaçaram o cenário ganhou vida e o tempo passou a trabalhar de uma maneira estranha. Não demos nem cinco passos, mas pareceu que tínhamos corrido. Não porque eu me senti cansada, mas pela forma como as imagens passaram por nós. Em grandes borrões.

TWILIGHT ZONE¹ | Jasper Hale ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora