Capítulo 12: Extra n°1

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–Aniki, Aniki! – disse um loiro de olhos cor de mel ao afastar-se de seu irmão e começando a chorar. – Tem uma aranha no braço!

–PORQUE NÃO FALOU ANTES, ZENITSU! – Gritou o tal irmão enquanto tirava o casaco e pisava a manga na qual a aranha estava.– Merda!

–Não diga palavras feias, Aniki. O vovô não gosta...

–Porque você não vai chatear outra pessoa, Zenitsu? Não vê que eu estou um pouco ocupado? Depois eu brinco com você!

–Tá... Eu vou... te deixar aqui então. – O loiro começou a afastar-se um bocado pela grande colina onde estavam, a família de Kaigaku tinha o hábito de ir passar férias nas montanhas numa casa de família.

Sem pensar duas vezes o loiro dexeu a colina por inteiro e passar a cerca que não devia passar, normalmente fazia-o com o seu irmão mais velho, Kaigaku, mas hoje ele iria sozinho.

Depois de andar por um longo bocado foi parar a uma pequena vila desgastada pelos anos, havia um grande cartaz de publicidade mesmo por detrás de uma das casas, com frases sobre votos e promessas de modernização à vila.

As pessoas andavam pelas ruas nos seus automóveis e a pé, umas ao telemóvel a reclamar da pouca rede, outras a conversar com os filhos e umas a apreciar as montras das lojas caras e antigas.

Zenitsu observava tudo como se fosse a primeira vez, não prestando atenção por onde ia, no final não deu muito bom resultado por ter ido contra alguém um pouco mais velho que ele, que por sua vez caiu em alguém igual – realmente igual – quando o de olhos cor de mel se levantou apenas observou as duas figuras à sua frente.

Eram exactamente iguais, parecia que o reflexo de um havia saído do espelho, as duas figuras olharam-no de cima a baixo, fazendo-o ainda mais nervoso do que estava e correr desesperadamente.

As figuras deram as mãos e correram atrás dele, consequentemente sem parar, provavelmente correriam a tarde toda se o garoto à dua frente não tivesse tropeçado e caído, logo a seguir começando a chorar.

Ambos entre olharam-se e largaram as mãos indo ajudar o garoto, que mais tarde se acalmou.

Quando repararam havia corrido atrás do mesmo por uma colina a cima, indo parar a território não acessível a quem não tinha autorização.

Kaigaku aproximou-se vendo os 3 ali sentados, reparou nos gémeos a conversar com Zenitsu, enquanto o outro apenas limpava as lágrimas.

–Quem são vocês? O que querem dele? – falou ao aproximar-se mais.

–Nós? – Disseram ambos apontando um para o outro.

–Não o papa.– Respondeu na ironia.

–Nada. – Disseram ambos, logo voltando a sua atenção para o loiro.

–Porque ele tá chorando mesmo?– Disse um.

–Tenta se lembrar, Muichiro, lembra o que a mamãe falou? Se sua situação piorar você vai ter que ficar no hopistal para análises diárias de novo.– Disse o outro.

–Q-Quem... são vocês?– perguntou o loiro.

–Eu sou o Tokito Muichiro.

–E eu Tokito Yuichiro Tokito. Você tá melhor?

–A-ah... sim... o que o Muichiro... tem?

–É só alguns problemas de memória, nada mais, de qualquer forma seria difícil uma criança da sua idade perceber.

–Não substime o Zenitsu! Ele já sabia a tabuada do 9 com 6 anos!

–Aniki!

–Vocês são irmãos?

–A-Ah... s-sim...

–Gente será que dá pra inverter a gravidade? – Perguntou Muichiro fazendo seu irmão bater na cara, e o Agatsuma e seu irmão confusos.

–A-Acho... que não...

–Que pena...

–Ei, se vocês brincassem connosco? – Perguntou Kaigaku sem segurar um sorriso matreiro.

–Não vejo porque não. – Respondeu Yuichiro.

–Vamos brincar ao quê?– Perguntou o outro Tokito.

–APANHADA! – Gritou o loiro entusiasmado, logo reparando que havia gritado. – S-se vocês quiserem c-claro.

Os gémeos e Kaigaku entre olharam-se e desataram a rir, riram como as crianças que são, sem noção do que viria, sem preocupações e dúvidas, eles estavam no seu próprio mundo, e nesse mundo... Não existia nem dor, nem tristeza... Era o paraíso. Mas nada dura para sempre.

Por Trás Da Raiva[Tanzen]Onde histórias criam vida. Descubra agora