Terceiro capítulo: Férias de 1995, pt.2 - Theodore Nott

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Theodore não aguentava mais. Estava em sua terceira semana de férias não só tediosas, mas temerosas em casa. Ele nunca tinha ido em sua casa propriamente, como parecia estar alocado na Mansão Malfoy, mas de qualquer forma Comensais iam em sua casa vez ou outra, incluindo o próprio Lucius, pai de Draco.

Ele até então havia ousado a pedir para ir para casa de Draco apenas uma vez, fracassando miseravelmente, porque seu pai somente virou as costas e disse: "Já deu dessa laia, Theodore. Agora são outros tempos."

Mas então ele não aguentava mais ficar preso em casa. Já havia lido todos os livros que tinha para ler, já tinha ido a todos os lugares do bairro e tinha a suspeita que se tentasse contato com Draco iriam interceptar Breu com as cartas.

Estava confinado sozinho em casa.

Theodore desceu as escadas de casa, até o escritório do pai onde a porta estava aberta, dando para ver o homem lendo algo com sua típica carranca para algo.

"Pai." Chamou, permanecendo na frente da porta, sem entrar.

Ouvindo o resmungo do pai que mal tinha o trabalho de abrir a boca, Theodore começou a dizer: "Precisa de algo da rua?"

Os olhos castanhos fitaram o filho.

"O que quer, Theodore?"

"Só saber se..."

"Se eu quisesse teria pedido. Desembucha."

"É que estou entediado..."

"E espera que eu faça o que?" Edgar apoiou o queixo na mão.

"Eu... Eu só..."

"É igual a sua mãe. Ela tinha a minha altura, mas parecia minúscula quando falava. Fale direito, seja direto, desembuche, não tenho o dia inteiro."

"Quero ir pra casa do Draco."

Edgar olhou fixamente para Theodore, como se analisasse cada palavra. Seus olhos penetrantes não deixavam transparecer emoção alguma, enquanto ele respondia com frieza: "E por que acha que minha resposta anterior será diferente agora?"

"Eu passei todas as últimas férias nele, por que não posso agora?"

"É estúpido ou o que?" Coçando o queixo, Edgar murmurra: "Merlin, meu filho é burro..."

"Todos sabem que eu e Draco somos amigos, não faz diferença. Quando seus amigos vem aqui em casa eles nem me vêem. Eles não saberão que estarei lá."

Edgar ergueu uma sobrancelha, seu olhar cortante fixo em Theodore. "Você realmente acha que é uma boa ideia associar-se a ele? Nunca fui com a cara deles, e agora que o Lorde das Trevas está de volta não quero você envolvido nisso."

"Mas..."

Edgar interrompeu Theodore com um gesto brusco. "Não me importa. Você vai ficar aqui. É uma ordem."

"Pai, mas..."

"Me perguntou se eu queria algo. Pois bem, quero que se cale e vá fazer algo dentro do perímetro do nosso bairro que não me envergonhe."

Theodore sentiu a frustração borbulhando dentro dele, mas sabia que desafiar o pai poderia trazer consequências indesejadas. Com um suspiro pesado, ele assentiu, derrotado. "Como quiser, pai."

Edgar voltou sua atenção para os papéis em sua mesa, dando as costas para Theodore.

Theodore virou-se e saiu do escritório, subindo as escadas com passos pesados. Sentiu a tensão no ar, a frustração acumulada tornando o ambiente ainda mais sufocante. Ele estava confinado, não apenas fisicamente, mas também pelas escolhas e expectativas de seu pai.

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