Quinto capítulo: Férias de 1995, pt.4 / A volta a Hogwarts

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"Falando em Comensais..." Sirius disse, olhando para Theodore. "Ainda não entendo o que um Nott esteja fazendo aqui."

"É claro que não entende." Narcisa sorri de forma irônica. "Só não é mais desprovido de inteligência que Bellatrix."

Sirius sorriu irônico de volta.

A trégua deles estava durando tempo demais.

"Você é mesmo uma prima adorável."

"Claro que sou." Narcisa manteve o queixo erguido. "Pois bem, já que não compreende, eu te elucido: Theo é da família. Simples assim."

"Diga isso para o pai dele que o deixou na sua casa semana passada."

"Sirius, onde quer chegar?" Remus perguntou, vendo os garotos confusos, e Nott até um pouco assustado.

"Quem garante que ele não está do lado do pai? Não era nem para ele ter conhecimento da Ordem, em primeira mão, muito menos..."

"Eu garanto." Narcisa disse firme.

"Ah, garante?"

"Eu... eu não estou do lado do meu pai."

"Theo não está." Draco confirmou. "Acha que eu não saberia que meu melhor amigo é a favor da pureza de sangue?"

"Pessoas podem muito bem..." Sirius começou a dizer, erguendo a voz e apoiando o braço na mesa, como se estivesse desafiando-os.

"Não venha falar sobre o quanto entende pessoas, Sirius." Narcisa o cortou. "Sempre foi cego e tolo, nunca enxergava o que se passava além da sua dor e do conto de fantasias em que viveu."

"E você que..."

"Regulus." E isso foi o suficiente para calar o irmão. "Ele te amava, corria atrás de você feito louco. Acha que eu queria passar seus aniversários com você em Hogwarts? Eu te chamava porque Regulus queria te ver enquanto você ignorava o pobre coitado que ficou com todo o fardo de ser o filho perfeito. Ele chorava porque você sequer olhava na cara dele, então não me venha com essa de entender as pessoas, seu estúpido."

Com a voz fraca, Sirius murchou a cara e disse: "Ele..." como se parte dele estivesse se esfriando subitamente.

"Talvez ele não tivesse morrido se você tivesse sido um irmão decente."

"Ele que se alistou..."

"ACHA QUE ELE QUIS? ACHA QUE ELE NÃO SOFREU NA MÃO DA SUA MÃE? Você é um idiota, então não me venha apontar o dedo pra cima do meu filho que nada a ver com o pai dele."

Em meio ao silêncio chocante, James sussurrou para que apenas ela ouvisse: "Narcisa, acho que o Sirius não estava falando do Draco."

No mesmo tom ela começou: "Eu não estava falando dele, estava falando do..." Então ela se tocou, e com urgência olhou para Theodore. Havia chamado Theo de filho...

Theodore sentiu o calor subir ao rosto quando Narcisa involuntariamente o chamou de filho. Apesar da vergonha, seus olhos revelaram uma surpresa alegre por ser reconhecido dessa forma. Quando os olhos de Narcisa se encontraram com os seus, Theodore desviou o olhar, mas um pequeno sorriso persistia nos lábios.

De maneira descontraída, Draco, percebendo a situação, deu um soquinho brincalhão no braço de Theodore que só ficou mais vermelho ainda.

"Certo..." O senhor Weasley tentou pensar em algo para dizer, mas sem conseguir pensar em algo.

Lilian suspirou fundo e disse então: "Não sei, e creio que não venha ao caso problemas familiares anteriores, mas... devemos confiar em Narcisa e nos meninos, tanto Theo, quanto Draco e até no Harry. Acho que por hoje está mais que ótimo, não? Já conseguiram entender o nosso propósito."

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