Capítulo 3

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Saí andando pelos corredores do meu bloco sem rumo, eu estava procurando na verdade alguém conhecido, alguém conhecido de verdade, para que pudesse me distrair com alguma conversa qualquer sobre um assunto que não me importava de verdade, mas que eu ia tentar fingir interesse apenas para sair do frenesi.

Foi nesse momento que eu lembrei de tirar meu celular do modo avião. Peguei o aparelho no meu bolso do jeans e comecei a configurar ele pra pegar rede. Quando isso aconteceu um monte de notificação de sms e caixa postal chegou pra mim, todas da minha psicóloga.

Além de ser incompetente ela era psicopata.

Foi olhando o celular que eu esbarrei com tudo em outro rapaz que também estava olhando o dele.

Quando meu olhar encontrou com o dele, vi que se tratava do rapaz misterioso do bar daquele dia. Eu encarei aqueles seus olhos verdes e ele me encarou, assustado.

A nossa troca de olhares foi longa e estávamos próximos, conseguia sentir nossa respiração batendo uma na outra. Um monte de coisa passava na minha cabeça, mas eu não conseguia não reparar que ele usava um casaco de moletom azul marinho, com o baque o capuz havia caído, revelando um cabelo castanho raspado nas laterais.

Ele era bonito, de um jeito meio suburbano e eu gosto disso, minha intuição dizia que algo bom poderia rolar entre a gente. Sei lá, só intuição mesmo. Enquanto nos encaramos percebi que seus olhos verdes têm pontinhos castanhos.

Talvez eu devesse dizer alguma coisa para quebrar o clima, não é? Estava uma parada estranha a gente se olhando há tanto tempo.

- Eu te conheço... Sei bem qual é a sua vibe, misterioso e tal, mas eu não caio nessa. – Foi o que eu disse, apontando meu dedo indicador pra ele.

O menino começou a rir.

Ele riu da minha cara!

- Infelizmente já caiu. – Depois disso ele simplesmente saiu andando. Ah não, não comigo. Eu não ia deixar.

Simplesmente saí correndo atrás dele, vi que ele pegou as escadas de incêndio pro andar de cima, então saí atrás dele, subi pelo elevador. Quando cheguei no andar vi que ele continuava subindo pela escada, indo em direção ao terraço.

Eu sabia que o terraço era fechado com uma porta de senha e tinham um sistema fodido de câmeras e alarmes. Confesso que fiquei com medo de ir com ele até lá, afinal se ele se ferrasse eu ia junto.

Mas aquilo não foi o suficiente pra mim, eu estava com raiva do que ele havia dito pra mim e confesso que fiquei bastante intrigada.

Caí em quê? O que ele quis dizer com aquilo? Que eu tinha cara de trouxa?

Chegamos até a porta e ela estava... aberta? Fiquei sem reação totalmente.

Confesso que sabia a história da porta e da segurança, porque uma vez tentei dar uma escapadinha da aula junto com meu ficante da época e a gente encontrou essa parafernália.

O vento batia forte nos nossos rostos e sacudia meus cabelos. Ele nem olhou para trás, parecia que ele sabia que eu estava ali. Ele tirou um notebook da mochila, e sentou no chão com ele.

Aí por enfim ele me olhou e disse:

- Você é mais curiosa do que eu imaginava, vai me espionar também?

***

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Stalker - ATO I [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora