12: oh, my good looking boy...

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Com a visão embaçada, o estômago embrulhando e o desesperado chegando a minha garganta, sou desperta do meu transe quando o celular que tinha em mãos cai no chão, causando um barulhoso ligeiramente estrondoso que me assusta.

Abro a porta do meu quarto, chegando às pressas ao quarto dos meus pais.

— Mãe... mãe, o Jaden.

Minha mãe levanta da cama num pulo, me alcançando.

— O Jaden...

— O que tem ele?

Só agora consigo colocar para fora o misto de sentimentos que me sugam a alma e acaba com toda a estrutura do meu coração. Eu choro e grito, sentindo o peso do mundo cair sobre as minhas costas, tanto que não consigo mais ficar de pé.

— Não... não... não...

— Filha, o que tem o Jaden? – Minha mãe pergunta preocupada, segurando o peso do meu corpo, afastando meus cabelos do rosto.

— Eu acho que ele está mort... – Antes que eu pudesse terminar a frase, vomito absolutamente tudo o que havia comido minutos antes.

— Oh meu Deus, Tom!

Vomito pela segunda vez consecutiva.

— Tom, liga pro DJ. Liga pro DJ agora! – Minha mãe fala, meu pai sai do quarto e escuto o barulho da chamada no viva voz. Um zumbido ensurdecedor surge em um de meus ouvidos, escuto de longe a voz da minha mãe mas era tarde demais, minha visão escurece e de repente não sinto mais nada.

♡♡♡

— Ela está acordando.

A consciência vai chegando pouco a pouco, junto a ela, as recordações do que eu quis muito que fosse um pesadelo assustador. Retiro o medidor de pressão do meu braço, me esforçando para me sentar na cama enquanto minha mãe fala comigo mas não consigo entender nada.

— ...Fica perto da Mapple Street? Entre a prefeitura e uma cafeteria? Sei, sei onde fica o hospital, estamos a caminho. – Meu pai diz ao telefone e desliga a chamada.

— Eu quero vê-lo. – Tento levantar mas mamãe me impede. — Eu quero vê-lo! Eu quero vê-lo agora!

— Se engana se acha que vou permitir que chegue nesse estado lá! Não percebe que não faz bem algum? Filha, ir desse jeito faz mal a você e a ele também. O que Jad precisa agora é de oração e amor.

— Ele não tinha que precisar de oração, ele tinha que estar bem, comigo! Por sua culpa está entre a vida e a morte e ainda quer me impedir de vê-lo sabendo que pode ser a última vez?

— Culpa minha? – Minha mãe franze o cenho, afrouxando o apertão em meus braços.

— Eu disse que eu não estava bem. Eu senti isso chegando. Se tivesse desmarcado aquela porra, Jaden nem teria saído de casa e nada disso teria acontecido!

— Okay, vamos parar por aí. Você está sendo injusta com sua mãe, minha filha. – Meu pai intervém.

— Deixa, Tom. Ela não está em sí.

— É claro que não estou em mim! Você me manda ter calma num momento merda desse! Por acaso estaria com essa voz mansa se fosse o meu pai?!

Mamãe nega com a cabeça. Solto uma risada e assinto com a cabeça, já imaginando qual seria a resposta. Seco as minhas lágrimas.

Enquanto minha mãe me ajudava a tomar banho, me limpando de minha própria sujeira, uma longa metragem rodava em minha cabeça.

A primeira vez que eu vi dois garotinhos gêmeos com um corte de cabelo engraçado brincando no parquinho em frente a minha casa. Eles desciam no escorregador de maneira desenfreada enquanto ajudavam uma menina não muito mais velha que os dois. Eu nunca contei o quanto queria ir lá e me juntar, até cair do balanço, entrar em desespero de maneira que nem minha mãe conseguia me acalmar e tudo se apaziguar quando um dos garotinhos se aproximou de mim e me entregou uma florzinha amarela, dizendo que era só um arranhão e que eu não precisava chorar.

𝘸𝘢𝘪𝘵𝘪𝘯𝘨 𝘳𝘰𝘰𝘮 - 𝘫𝘢𝘥𝘦𝘯 𝘸𝘢𝘭𝘵𝘰𝘯.Onde histórias criam vida. Descubra agora