22: "how I love beign a woman."

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[09/05/25]

"Mas você tem certeza de que não precisa de ajuda médica? Sadie, Covid é coisa séria, pessoas morreram por causa disso por anos. Se quiser eu te acompanho numa consulta, falto uns dias de aula, foda-se."

Minha amiga responde minha mensagem em seguida.

"S/a, pode ficar tranquila, eu estou bem!!"
"Essa noite realmente foi um susto, mas é porque também tenho bronquite, você sabe que eu nunca respirei bem."
"E pessoas morriam quando não existia vacina."

Solto o ar preso em meus pulmões, cruzando o corredor que dá para os armários.

"Ainda assim. Se cuida, pelo amor de Deus. Respeite o repouso e coma bem, não quero ter que ficar me preocupando em outra cidade, sabendo que não posso simplesmente chamar um uber e ir cuidar de você"

"Eu estou me cuidando, eu juro."

"É bom mesmo." – Após encerrar nossa conversa, deixo meu celular no bolso da calça jeans e guardo alguns livros em meu armário. O trancando em seguida.

Assim que passo pela porta que dá em direção ao refeitório, me arrepio com um vento frio que percorre por meu rosto e me apresso para chegar lá.

Comprei só um suco e uma barrinha de proteína, comi bem no café da manhã e sigo satisfeita.

Levanto o olhar quando vejo o Ale se sentar a minha frente e sorrio.

— Onde está todo mundo? – Ele pergunta, ajeitando sua bandeja a mesa.

— Hm... – Passo os olhos ao redor do campus, vejo Alma sozinha escutando música e fumando, é a única que consigo achar. — Alma está sendo... Alma. A Mencía gripou, Hunter está em casa e eu que te pergunto onde estão os meninos.

— Não tenho ideia. – Alessandro responde, mordendo uma maçã.

Passo a comer calada, sempre tirando fios de cabelo que grudam em meu gloss devido a ventania.

Entro no Instagram e vou rolando o feed, acabo por ver uma publicação de ontem do Ale, com uma bebêzinha no colo.

— Ei, quem é? – Pergunto maravilhada, curtindo a foto e mostrando a ele.

— Essa é a minha irmãzinha.

— Você tem irmãos?

— Eu tenho ela.

— Oh, ela é tão adorável. – Babo na foto. Eu tenho uma coisa com bebês que não consigo explicar. — Você deve sentir muita falta dela.

— Nem tanto porque a vejo todos os dias, sempre ligo pra casa e minha mãe nos coloca pra conversar. Ela está naquela fase de desenvolver a fala, é uma loucura. Ninguém além da minha mãe entende o que ela quer dizer.

Rio.

— Esse é o tipo de dom que toda mãe tem.

— Só espero que minha irmã seja um pouco mais calma que minha mãe, ela é tão barulhenta. – Ele ri.

— Eu achei que todo italiano era assim até te conhecer. Você carrega a paz de um monge budista.

— Eu vivi muitos anos nos Estados Unidos, envergonho minha nacionalidade completamente.

— Besteira. – Termino meu suco e olho nos olhos dele, seguindo a conversa.

— Aliás, onde você disse que morava mesmo? – Ele indaga.

— Na capital. Roma. – Respondo.

— Roma é linda. – Ele sorri brevemente. — O que tem de mais encantador lá são as igrejas.

𝘸𝘢𝘪𝘵𝘪𝘯𝘨 𝘳𝘰𝘰𝘮 - 𝘫𝘢𝘥𝘦𝘯 𝘸𝘢𝘭𝘵𝘰𝘯.Onde histórias criam vida. Descubra agora