08- sugar coated.

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[19/07/24]

Eu e Sadie voltamos a aquele barzinho que viemos na primeira vez, dessa vez, chamei a Jayla e estamos às três sentadas numa mesa, bebendo, dançado vez ou outra e conversando sobre a vida.

— A Nat não quis mesmo vir? – Pergunto a Jayla, que brinca com o canudo no copo, ergue as sobrancelhas e bebe um pouco de seu drink antes de me responder.

— Não. A gente meio que discutiu.

Eu e Sadie endireitamos a postura, esperando que ela passe a fofoca completa.

— Segundo ela, eu a forço a se encaixar "no meu mundo." – Jayla faz aspas com os dedos. — Ela basicamente disse que não consegue socializar com minhas amigas e não vai mais se esforçar a fazer coisas que ela não gosta só pra me agradar.

— Tradução: ela odeia a gente. – Sadie ri.

— Não acho que seja o caso. – Me pronuncio. — É verdade que somos bem diferentes, e pelo o que a Jayla contou, Natalie tem amigos homens. Eu já não tenho, se fosse o contrário também me sentiria fora da caixinha numa mesa com um monte de homem falando de esportes, garotas, mais esportes...

— Você tem o Jaden. Inclusive estão mais próximos que nunca e não parece odiar sair com o meu irmão. – Jayla profere.

Falando nisso...

— Bom, já que entramos no quesito homem, eu tenho que contar algo pra vocês. – Digo. — Eu meio que estou saindo com alguém, eu acho.

— Já? – Jayla arregala os olhos.

— Eu sei, é muito recente o meu término e as vezes também acho que estou indo com pressa, mas o buraco é mais embaixo. – Me justifico. — O que acontece é que... eu o conheço há muitos anos, nos reencontramos agora que eu voltei pros EUA e tudo mudou depois que ele assumiu seus sentimentos por mim. A verdade é que depois do Javon, eu achei que jamais seria capaz de me entregar pra alguém de novo, mas ele só faz o processo ser leve, fácil e natural.

— Ou seja, ele é entediante, te oferece um relacionamento entediante, você está machucada e procurando refúgio. Daí foi achar em um mané. – Jayla opina.

Abaixo a cabeça e rio.

— Nop, não é desse jeito.

— Eu aposto que é!

— Sadie, opine. – Olho para a minha outra amiga que esteve calada.

— Eu acho que... em parte a Jayla está certa, no sentido de ser recente e você estar enxergando esse relacionamento como uma luz no fim do túnel. O que é perigoso, já que você ainda ama o Javon e pode acabar ficando dependente emocionalmente desse outro cara só por ele te oferecer estabilidade. Mas... não acho que ele seja necessariamente um mané, o que você sente quando está com ele?

Boa pergunta.

— Eu acho que eu me sinto como eu mesma. – Respondo de imediato. — Não preciso colocar uma máscara e procurar agradá-lo o tempo todo, ele gosta de mim exatamente do jeito que eu sou. Além disso, ele é divertido, engraçado, bastante atípico, cuida de mim... e tem uns olhos... e um corpo...

— Tudo bem, deu. – Jayla me para por aí.

— O quê? Ele é um gostoso mesmo! Você quer que eu oculte a melhor parte? – Gargalho alto.

— Já que ele é esse partidão todo aí, então vai na fé, minha filha. - Sadie me estimula. Olho para Jayla, buscando também a aprovação dela.

— Você merece ser feliz e está visivelmente melhor com ele que com meu irmão, S/a. Então eu voto sim.

𝘸𝘢𝘪𝘵𝘪𝘯𝘨 𝘳𝘰𝘰𝘮 - 𝘫𝘢𝘥𝘦𝘯 𝘸𝘢𝘭𝘵𝘰𝘯.Onde histórias criam vida. Descubra agora