3•The end off Trio ternura.

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Oito horas em ponto e aquela lata velha que o Marreco,Cabeleira e Alicate chamavam de carro parou em frente á minha casa prestes a desmontar.

-Entra ai logo Malu, to ansioso para ficar rico logo - Cabeleira diz esfregando a mão igual uma criança.

Pô, eu sei que muitos julgam a vida do crime mas papo reto que poucas pessoas tão nela porque quer,ta ligado?
Geral aqui está roubando pelo descaso do governo.
pros filhos da putas engravatados era como se a gente nem existisse,isso aí revolta qualquer um mané.

-100 reais não deixa ninguém rico não Cabeleleira,deixa de ser maluco - Digo olhando para dentro do carro vendo todos os lugares ocupados - E eu vou aonde em? sentada no teto?

-Porra vai no colo do Bené ou do Dadinho,tantos faz, só entra nessa porra de carro logo caralho - Alicate fala com a sua calmaria de sempre.

Tomar no cu só me fodo nessa merda penso enquanto dou a volta no carro e sento no joelho do Dadinho, nunca na minha vida que eu iria sentar no colo do Bené.

-Porra vamos logo antes que meu pai acorde - Digo olhando para dentro de casa mesmo sabendo que eu viva ou não pouco importava para o meu pai.

Depois de uns 20 minutos naquela bomba de carro os meninos dizem que finalmente chegamos.

-Cade a minha arma Cabeleira?- digo assim que saímos do carro.

-Que arma oque garota se liga.
Vocês criancinhas vão ficar observando tudo e se os samango' aparecer é para vocês jogarem essa pedra naquele vidro,morô?

Nós tres assentimos observando eles entrarem no Motel.

-Porra mó' tiração isso aí em Dadinho,eles ficam com a parte divertida e nóis aqui - Falo depois de um silêncio merda de uns 20 minutos.

-Só de estar aqui com você vira o paraíso Maluzinha - Diz bené andando igual um trouxa para minha direção fazendo uma vozinha de retardado.

-Vai tomar no seu cú bené e da próxima vez que você fizer isso eu vou te encher de tiro - digo apontando o dedo na sua direção.

Nesse meio tempo de discussão não percebemos que o Dadinho tinha tido a ideia maravilhosa de atirar a pedra na direção da porra do vidro

-Que porra é essa Dadinho?tá louco porra - digo dando um daqueles gritos em forma de sussurro.

-Nóis que vai pegar o dinheiro todo enquanto aqueles filhos da puta se fodem.

Ele nem termina de falar e o trio ternura passa correndo por traz do motel.

-Cade a Malu caralho? - diz Cabeleira gritando olhando pros lados.

-Deixa ela pra lá Cabeleira ela deve ter fugido com o Dadinho e o Bené. - Alicate deduz enquanto puxa o Cabeleira pro carro.

Depois não tem nem o que dizer o Dadinho fez um banho de sangue no motel enquanto eu e o Bené pegávamos o dinheiro.

Bom,Eu posso dizer que o assalto do motel ficou conhecido como o mais violento da Cidade de deus.

Depois desse dia cada um do trio ternura ganhou um destino diferente.

O do Alicate foi se converter na igreja de novo.
Já o destino do Marreco ficou nas mãos do seu pai
E o Cabeleira? continuou malandro como sempre,mas dessa vez apaixonado por sua namorada Berenice.

Durante esse tempo eu,Dadinho e Bené demos nosso jeito de sobreviver na rua por um tempo, e eu posso dizer que o Trio de Deus tava tão forte como nunca.

Eu e Bené já não odiávamos um ao outro como sempre,na verdade mesmo nunca nos odiamos de verdade.

- Conta essa porra direito caralho - Pode passar o tempo que for e Dadinho nunca vai deixar esse jeito dele de lado.

-Tudo eu e a Malu só fica com as pernas pro ar - Bené fala sem tirar os olhos do dinheiro.

- Eu sou a mulher do grupo seu pau no cu - Digo tirando os óculos dele.
-Eu ainda fico gata de óculos? - pergunto olhando pra ele.

-Você fica linda de qualquer jeito cocota - Ele me respondeu enquanto eu coloco os óculos nele novamente.

Olho de relance e vejo o Dadinho revirando os olhos e fingindo vomitar

De repente uma voz do além surge tirando a pouca paz que tinha dentro do nosso castelo de tijolo

-Porra Dadinho ta chei' de grana né seu filho da puta. Achei que você tinha morrido no Motel - diz Marroco tirando um bolinho de dinheiro da mão de Bené.

-Porra Bené não da não,o dinheiro é nosso rapá' - O Dadinho fala começando a ficar bolado.

- Que seu dinheiro o que rapá - Diz Marreco dando um tapa na cara dele e virando as costas.

-Ae marreco leva essa arma aqui de presente.

Assim que o Dadinho diz isso eu soube que daria merda, e dito e feito.
Assim que o Marreco vira ele da um tio certeiro nele.

-Pau no cu do caralho - Diz dadinho voltando a olhar pro céu com um óculos de sol ridículo.

824 palavras

Azul da cor do mar • Bené fanfiction Onde histórias criam vida. Descubra agora