Simon fechou a porta do quartel com um suspiro pesado, as botas ecoando no piso de concreto enquanto ele caminhava em direção ao carro. Ele ainda estava se acostumando à nova rotina: malabarismo entre a rigidez militar e a fragilidade de um bebê. Sua filha, Lilian (Lily), era a coisa mais preciosa em sua vida, mas também a mais desafiadora. Ele prometera a si mesmo que seria um pai presente, o oposto de seu próprio pai, que era violento e distante.
Ao entrar no carro, Simon ajustou o retrovisor e viu o assento de bebê vazio, um lembrete constante de sua responsabilidade. Lily estava com a babá, mas ele não podia evitar a ansiedade que surgia toda vez que estava longe dela. A ex-mulher de Simon havia partido sem aviso, deixando Lily sob seus cuidados. Ele não sabia como alguém poderia abandonar uma criança tão adorável, mas também entendia que o papel de pai solteiro seria um desafio da porra.
De volta ao apartamento, Simon pegou Lily do berço. Ela o olhou com aqueles olhos grandes e inocentes, e ele sentiu uma pontada de medo misturada com um amor avassalador. "Eu vou fazer isso funcionar," ele murmurou, mais para si mesmo do que para ela. "Vou ser o pai que você merece."
Trocar fraldas, acalmar choros no meio da noite e lidar com as incertezas de ser pai de primeira viagem eram tarefas novas e intimidantes. Mas cada sorriso de Lily fazia valer a pena. Simon lembrava-se das palavras cruéis de seu próprio pai, dos golpes e das noites chorando sozinho, prometendo que nunca submeteria sua filha a esse tipo de sofrimento.
Ele sabia que ser militar o tornava rígido e às vezes distante, mas também sabia que tinha a capacidade de mudar.
Simon acordou com o som de Lily chorando. Ele olhou para o relógio no criado-mudo: 3:45 da manhã. Com um suspiro, ele se levantou, sentindo a exaustão pesar em cada músculo. Caminhou até o berço, onde Lily agitava os bracinhos, as lágrimas escorrendo pelo rosto corado.
"Está tudo bem, pequena", murmurou ele, pegando-a no colo. "Papai está aqui."
Ele tentou acalmá-la com uma mamadeira, mas Lily a empurrou, ainda chorando. Simon se lembrou de uma dica que lera em algum blog sobre paternidade: talvez ela precisasse de uma fralda nova. Ele a colocou no trocador e começou a tarefa desajeitadamente, sentindo-se mais como um soldado em campo de batalha do que um pai trocando fraldas.
"Vamos lá, Lily", ele disse, tentando manter a voz suave. "Vamos resolver isso rapidinho."
Enquanto trocava a fralda, Lily se acalmou um pouco, olhando para ele com aqueles olhos grandes e curiosos. Simon sorriu, sentindo um pouco do estresse se dissipar. Quando terminou, ele a segurou de volta nos braços e começou a balançá-la gentilmente, cantando uma canção de ninar que sua mãe costumava cantar para ele.
"Você é a coisa mais importante para mim, Lily", sussurrou, enquanto ela finalmente começava a fechar os olhos. "Eu vou fazer tudo que puder para te proteger e te fazer feliz."
Depois que Lily adormeceu, Simon a colocou de volta no berço e ficou ali por um momento, observando-a respirar calmamente. As dificuldades e desafios de ser pai solteiro, especialmente com sua bagagem emocional, eram imensos. Mas o amor que sentia por sua filha o impulsionava a ser um pouco melhor, e a tentar superar seus próprios medos e limitações.
4 anos depois...
Simon entrou em casa, sentindo o peso de um dia longo e estressante no quartel. Assim que abriu a porta, foi recebido por uma visão de caos: brinquedos espalhados pelo chão, papéis rasgados e até um pouco de tinta no sofá. Lily, agora com quatro anos, estava no meio da sala, cercada por seu pequeno reino de desordem.
"Lilian!" Simon exclamou, sua voz mais alta e mais dura do que ele pretendia. "O que porra você fez aqui?"
Lily olhou para ele com olhos grandes e assustados, segurando um pincel na mão. "Eu estava desenhando, papai", ela respondeu, a vozinha trêmula.
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𝙄𝙈𝘼𝙂𝙀𝙉𝙀𝙎 ~𝐃𝐈𝐕𝐄𝐑𝐒𝐎𝐒~
FanfictionApenas um lugarzinho para você ler imagines dos personagens que você gosta... 1- stranger things 🥇