Tudo que possuímos, é de alguma forma, nosso?
Ellie afundava em pensamentos sombrios, o sangue quente pulsando em suas veias como um lembrete constante da dor que a cercava. Ela era apenas uma variável, um peão no jogo cruel de seus pais, um erro a...
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Capítulo XI
1975
Para Adrian Mulciber, observar as pessoas de sua casa era um hábito muito comum entre os sonserinos, identificar aliados e inimigos, mas além daquilo, permitiu o ver a realidade de sua casa. Ellie costumava dizer que as pessoas não eram tão lineares quanto acreditavam ser, mas não havia muito que eles poderiam fazer naquele aspecto, apenas observar.
Era isso que ele fazia naquele momento, observando, Barty havia sido arrastado por Ellie para algum lugar, que sinceramente, Adrian não queria saber, mesmo que tivesse que ouvir Barty suspirando pela namorada depois – deuses, ele estava a namorando e ainda suspirava. Porém, ele não o julgava tanto, tendo seu próprio ponto de ruptura.
— Sozinho hoje, Mulciber? — Adrian desviou o olhar do centro da comunal, virando o rosto para Severus Snape – o favorito de seu irmão.
— Não comece, Snape, não sou meu irmão, não tenho inclinação para adoção de sucata. — Retrucou com um movimento simples, sua bengala estava na outra mão, sua varinha escondida na manga direita de seu uniforme.
— Como Jones. — Snape sibilou baixo, mas Adrian ouviu, ele tinha uma ótima audição, afinal, era sua infelicidade apenas quando se dividia dormitório com Barty e ele esquecia os feitiços silenciadores.
— Sua hipocrisia é surpreendente, Snape. — Adrian ergueu-se de sua cadeira, o solado da bengala tendo seu som consumido pelo feitiço silenciador do bruxo, enquanto Adrian Mulciber apenas observava Severus Snape. — Você ofende outros meio sangue, quando você é meio sangue, seu sangue não é melhor do que o sangue de qualquer outro meio sangue, mas só você importa, não é? — Ele se inclinou, perto. — Se acha que não sei que você foi a puta de meu irmão, você se engana e sinceramente, se espera algo, vai morrer na praia, Bruce jamais trocaria seu casamento com Nott, por você, afinal, não é a pureza de sangue que você preza?
Adrian afastou-se rapidamente, mantendo seus escudos altos, mas Snape não o atacou, mas o observou ir, com a expressão encoberta pelo rancor, o ódio que borbulhava a superfície de seu ser.
Enquanto Severus Snape chamuscar-se em seu rancor, Adrian saiu da comunal, caminhando entre os corredores, faltava um dia para o aniversário dos gêmeos Black's e ele tinha certeza de ter visto algumas horas atrás, Ellie Black amaldiçoando ferozmente seu gêmeo, Sirius Black.
— Parece que teremos outro 3 de novembro agitado, novamente. — Murmurou para si mesmo, lembrando que no terceiro ano, houve muitos confetes e Adrian lembrava-se de uma nuvem de confetes seguindo Ellie e Sirius por onde qualquer um dos dois ia, Sirius sorria e gritava em alegria, Ellie amaldiçoou todos os deuses que ela pudesse lembrar na época.
Pelo que ele sabia, fora Remus Lupin quem tirou a nuvem de confetes de Ellie, o melhor amigo dela, de fato. Ser amigo daquela garota era uma linha complicada, ele se via agora nela, não havia como evitar os Black's, não importava como, nem mesmo Dorcas, um ano abaixo deles, conseguia, com Regulus a mais em sua conta.
