Capítulo XII
1975
Abrir os olhos não foi algo muito agradável, principalmente com a luz do sol tocando seus olhos, ela perguntou-se a quanto tempo estava ali, lembrando-se do momento em que seus olhos se focaram em seus pais, nada agradável, Ellie diria, mas sua garganta doía bastante naquele momento. Falta de água, sua garganta ardia por isso, ela não conseguia se lembrar que hora do dia anterior ela bebeu alguma coisa.
Foco, Ellie Black, você precisa sair desta casa. — Ellie repreendeu-se em seus pensamentos, erguendo-se, observando a sala. — Tapeçaria, eu já achei você bonita, até entender que todos os galhos queimados, são pessoas que foram elas mesmas.
Suspirando, Ellie percebeu seus próprios ferimentos, marcas das maldições pungentes de Walburga, suas veias estavam saltadas, crucios, tinha esse efeito nela. Rasgando um pedaço da bainha da camiseta, ela enfaixou um ferimento mais largo no braço, um corte realmente cruel de sua mãe, erguendo-se logo depois, ela tateou as paredes, reconhecendo a magia da casa.
— Feliz 16 anos, Ellie Black. — Ela observou seu nome queimado, eles haviam mentido para Regulus, o que não era grande surpresa, eles o queimaram também, três cabeças queimadas, três adolescentes sem pais. — Uma bela família. — Ela pontuou, pensando em como poderia sair dali, sua varinha não estava com ela, maravilhoso.
Antes que Ellie pudesse pensar em algo a mais, a maçaneta girou, seus olhos cinzentos encontraram os mesmos olhos cinzentos de seu pai, o homem a encarou com indiferença, o clássico olhar que ele lhe deu, quando ela fugiu de casa aos 8 anos e como uma criança normal, brincou com os trouxas, mas isso foi um crime para seus pais. Naquela época, ela se perguntou se havia algum momento em que seus pais a amavam, até que a resposta se tornou clara como água.
Nunca.
— Vejo que está de pé. — Orion Black observou sua única filha, a única mulher nascida de seu sangue, a criança que ele nunca quis, mas que estava ali. — Ande. — Fora tudo que ele disse, virando-se e dando as costas para Ellie.
Grande pai do ano, realmente. — Ellie pensou, mas andou, era melhor saber o que eles realmente queriam, além de compreender como sair dali.
As paredes pareciam mais sombrias que antes, seu sangue gelou ao lembrar-se de quantas vezes aquelas paredes foram banhadas pelo seu sangue, sangue de Sirius ou Regulus, tudo marcado pela honra familiar, que levava cada Black antes deles a sua própria loucura. Endogamia, Emmeline comentou uma vez, que o excesso de casamentos entre familiares muito próximos, podia não só trazer problemas físicos, mas psicológicos, a loucura Black vinha disso. Trouxas pareciam ter muitos livros sobre o assunto, Ellie interessava-se muito quando Emmeline começava a lhe contar toda a gama do conhecimento que os trouxas possuíam, muito mais do que famílias como a de Ellie, acreditava sobre eles.
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Buried Underground | Barty Crouch Jr.
RomanceTudo que possuímos, é de alguma forma, nosso? Ellie afundava em pensamentos sombrios, o sangue quente pulsando em suas veias como um lembrete constante da dor que a cercava. Ela era apenas uma variável, um peão no jogo cruel de seus pais, um erro a...