Capítulo 2

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Acordar cedo é horrível. Todos concordamos que acordar cedo devia ser crime correto? Ou que as aulas deviam ser uma pouco mais tarde. 

Neste momento eram 6:30 e eu estava a lutar contra o sono para me levantar, as minhas aulas começavam às 8:00, o que para mim era demasiado cedo, mas a direção da escola é que sabe. Após muito esforço para me levantar fui tomar banho e vestir uma roupa simples para a escola. Desci para tomar o pequeno almoço e o meu irmão e a minha mãe já lá estavam.

- Bom dia donzela, a princesa decidiu acordar? Vai desejar um chá, café, limonada?- brincou o meu irmão, ele adorava brincar com a minha cara, até demais-

- Que engraçado Senhor Doutor Ethan, mas não sou eu que tenho de apanhar um comboio daqui a 20 minutos e ainda não terminou o pequeno almoço- eu dei um sorriso sem mostrar os dentes-

- O quê!?- ele pergunta e começa a correr para sair de casa o mais rápido possível-

Quando ele estava a abrir a porta eu disse enquanto contia o riso- Adeus, porta-te bem!- após ele fechar a porta, eu olhei pela janela e só nesse momento é que ele se lembrou de olhar para o telemóvel e ver as horas, que burro-

- AINDA FALTAM 40 MINUTOS!- ele gritou do lado de fora e eu comecei a rir muito- Mas eu já vou indo na mesma agora- ele diminuiu o tom de voz na segunda fala e eu ainda continuava a rir-

- Tu és malvada sabias Liv?- a minha mãe falou com um pequeno sorriso-

- Talvez só um pouquinho, mas esta valeu a pena, aposto que ele não se vai atrasar!

- Sim, tens razão- ela soltou uma risada- Agora apressa-te a comer para não te atrasares tu-

Fiz como a minha mãe disse e comi o que estava na mesa, algumas frutas e panquecas, adoro. Quando terminei fui lavar os dentes e calçar umas sapatilhas, após isso a minha mãe foi levar-me à escola.

- Bom dia de aulas meu amor, vai correr tudo bem- ela falou com o seu sorriso meigo e encantador, a minha mãe era uma fonte de paz e calma e eu amava isso-

- Obrigada mãe, adoro-te- despedi-me dela e saí do carro-

Mal passei pelo portão da escola encontrei Paige que estava à minha espera- Bom dia alegria, pronta para passar mais um dia no teu sítio favorito?

- Uii dá para ver a minha animação ao longe- eu respondi entrando na brincadeira dela-

- O teu amor pela escola é contagiante- ela falou soltando uma risada-

- Eu também acho- eu ri também-

- Pois é ontem nem te perguntei, como foi nas aulas? Foi o mesmo dos últimos anos?

- Tipo isso, como sempre nem a professora sabia o meu nome e a Amanda a fazer de tudo para mostrar que eu não sou nada de especial.

- Ai aquela vaca! Juro que ainda a vou assombrar à noite e puxar os seus pés. E como é que tu realmente pensas que não és especial? Não te podes deixar afetar pelo o que aquela bruxa diz.

- Tarde de mais.

- Cala-te!- eu deu-me uma chapada no braço com uma força considerável-

- Au?

- Mereceste. Mas continua aconteceu mais alguma coisa?

- Para além disso ela queria o meu lugar na sala. Aquele sempre foi o meu lugar e agora ela lembrou-se e quer sentar-se ali. E ela só não se sentou lá porque a professora disse que ela tinha de ter autorização, então muito provavelmente hoje eu já vou ter de ir para outro lugar.

- E tu aceitas isso sem mais nem menos? Aquele sempre foi o teu lugar e ela só o quer apenas para te incomodar com alguma coisa, ela é uma ratazana de esgoto!

- Paige tu sabes muito bem o "poder" que ela tem nesta escola, não quero arranjar problemas nem para mim nem para a minha mãe. Eu preciso mesmo de ter uma boa vida académica para conseguir um bom trabalho no futuro, não me posso dar ao luxo de arruinar isso por causa de uma moça idiota que não tem nada que fazer na vida porque tem pais que cagam dinheiro.

- Ai eu não quero saber do dinheiro dos pais delas, ela não pode fazer tudo o que quer.

- Acredita que pode Paige. Com dinheiro consegues quase tudo, os pais dela podiam ligar para todas as escolas desta região, ou até do país para se fosses expulsa não te deixarem entrar noutra escola tão facilmente.

- E então eu ia para a Itália, França, México, Canadá, sei lá, aqueles riquinhos que se fodam- quando ela acabou de falar não consegui conter o riso-

- Eu adoraria ser como tu Paige.

- Eu também adoraria.

Passado pouco tempo cada uma foi para a sua respetiva sala, eu odiava ficar longe da Paige, com ela eu não tinha tempo para pensar em muitas coisas, pois ela tem sempre alguma coisa para dizer, quando estou sem ela parece que tudo e todos me julgam, apesar de na cabeça deles eu ser "invisível". Não podem falar comigo porque sou todos os insultos que vocês podem imaginar. Não sei como a Paige tem coragem de se atrever a andar comigo nesta escola.

Entrei na sala e Amanda já estava no meu lugar a conversar com várias pessoas. Ela olhou para mim com um sorriso convencido na cara, mas eu só ignorei e fui para uma mesa no canto da sala que quase ninguém ligava. Quando me sentei comecei a ouvir a conversa que eles estavam a ter, isso é errado? É, mas ninguém se importa.

- Não sei porquê eu nunca soube o nome daquela menina, até ontem nem me lembrava que ela era da nossa turma- falou um rapaz loiro-

- E nem é para saberes, nunca ouviste os rumores? Se nunca ouviste eu informo-te!- falou Amanda irritada. Quando percebi que a conversa não seria muito agradável eu parei de prestar atenção e só fiquei a fazer uns rabiscos no meu caderno até o professor chegar-

As aulas passaram bastante devagar, eu estava quase a dormir em pé, então quando a campainha tocou no fim da minha última aula do dia eu apenas disparei pela porta fora. Quando eu cheguei à saída da escola encontrei Paige. Hoje eu iria dormir na casa dela já que era sexta feira e como era o início das aulas não tínhamos nada para fazer.

Nós entramos no carro e lá dentro estava o pai e a mãe da Paige, o Sr. e a Sra. Tomlinson. Eles eram muito simpáticos e bem dispostos, tal como a Paige, eles sempre me trataram como uma filha e eu e a Paige amávamos isso. Eles eram muito amigos da minha mãe e do meu "pai" pois eles tinha andado todos na mesma escola, então a minha mãe tinha muita confiança neles.

- Boa tarde Sr. e Sra. Tomlinson!- eu cumprimentei-os ao chegar-

- Boa tarde meninas. Já te disse que não precisas de nos chamar Senhores dona Olívia, trata-nos por Helena e Victor apenas, querida, por favor já nos conheces à anos.

- Eu sei, mas eu acho que é do hábito- eu ri meio envergonhada eu não conseguia tratar adultos pelo nome, na minha cabeça não faz sentido.

- Eu concordo com a Helena, então vais dormir a minha casa e vais me chamar de Senhor? Nada disso aqui somos todos família- falou o pai da Paige com o seu tom de pai brincalhão de sempre-

- Senhorita Liv, é para nos divertirmos muito hoje estás a ouvir-me? Nada de pensar em coisas exteriores. Vamos fazer uma direta daquelas!

- Vocês vão o quê?- perguntou o pai da Paige olhando-nos pelo retrovisor-

- Deixa as meninas se divertirem, elas têm de aproveitar agora que não têm muito trabalho, não é meninas?- a mãe da Paige perguntou virando a cabeça ligeiramente para o lado para nos conseguir ver e nós concordamos com ela-

Eu iria adorar um pouco de paz sem pensar na escola ou noutras coisas, falando assim nem parece que acabei de chegar de férias, pois já estou a ficar morta como se tivesse passado um ano inteiro. A escola era tão aborrecida!

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Gente, não estou com muitas esperanças desta história, mas vou continuara escrever.

Eu sou invisível?Onde histórias criam vida. Descubra agora