Capítulo 4

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Infelizmente a segunda feira tinha chegado, o pior dia da semana. O fim de semana tinha sido tão bom que eu não tinha vontade nenhuma de voltar para a escola. Como eu tinha ficado em casa da Paige eu estava a ir juntamente com ela para a escola. Quando chegámos despedimo-nos dos pais delas e saímos do carro.

- Odeio ter de passar por aquele amontoado de gente logo à entrada da escola- reclamei eu-

- Eu sei, reclamas disso desde que entraste nesta escola- ela brincou-

- E com razão, acho que vou começar a chegar atrasada à escola só para não apanhar esta confusão.

Nós entrámos na confusão e Paige estava a conter um pouco o riso por causa das expressões de desgosto que eu fazia. Quando finalmente conseguimos sair dali eu senti-me muito melhor.

- Respirar ar fresco- eu falei enquanto respirava profundamente e Paige ria da minha cara- Por que é que te ris sempre?

- É engraçado como tu és esquisita ao toque das outras pessoas, como é que tu namoraste?- ela interrogou-me a rir-se ainda-

- Eu só não gosto quando são desconhecidos.

- Ah certo, assim faz mais sentido- ela falou num tom irónico na mesma.

Quando a campainha tocou eu e Paige fomos cada uma para a sua sala, como fazíamos sempre. Após alguns segundos eu cheguei à porta da minha sala e estavam todos em grupos a conversar, quando eu entrei ninguém se quer olhou ou deu importância à minha presença. Eu devia de estar contente, pois se não ligavam para a minha existência também não me julgavam, ou é exatamente o contrário?

Apenas me limitei a sentar na minha cadeira que não estava lá, muito provavelmente por estar a ser utilizada por outra pessoa para se sentar ao lado do seu grupo, então puxei uma cadeira que ainda estava no seu lugar e coloquei-a na minha mesa. Comecei a ler o livro que tinha requisitado na biblioteca enquanto ouvia todos os meus colegas a falar entre si. Eu com certeza parecia uma esquisitoide isolada, que humilhante. Que raiva da Amanda por ter posto a minha vida assim! Mesmo sem olhar para ela podia apostar que ela estava a sentir muito superior ao ver-me naquela situação e a gabar-se disso aos seus amigos.

A professora chegou e todos começaram a arrumar as suas cadeiras fazendo um grande barulho que me fez esboçar uma careta espontânea- Menina aí do fundo, já que está tão desocupada pode ajudar-me com o sumário?- eu sabia que aquela professora não tinha gostado muito de mim logo no primeiro dia. Eu olhei um pouco confusa para ela, eu não sabia o que fazer, ter de ficar na frente deles todos é uma das piores coisas que e podia acontecer e logo no início do ano. Isto é apenas a 2ª semana de aulas!- Não me ouviu!? Venha cá à frente e escreva o sumário!- falou a senhora de mais ou menos uns 50 anos num tom mais stressado-

Eu levantei-me receosa, a sentir a minha barriga a dar voltas, podia sentir os olhares de toda a gente nas minhas costas. Agora era uma boa altura para ignorarem a minha existência seus idiotas. Pude ouvir os risos de Amanda que me irritaram profundamente. Peguei na caneta que estava na mão da professora à minha frente e escrevi a porra do sumário o mais rápido que pude e saí rapidamente da frente da sala. Percebi que sempre que apanhava alguém a olhar para mim eles desviavam o olhar, outros nem o faziam mesmo, o que neste momento agradecia.

Este dia está a ser horrível, preferia que todos desaparecessem de uma vez e que me deixassem viver a vida sem estes constrangimentos! Interrompi os meus pensamentos que já estavam a ir longe demais e apenas respirei fundo e prestei atenção ao que a professora à minha frente estava a dizer.

O sinal tocou e agora nós teríamos educação física a melhor parte do dia. Quando estava a sair da porta da sala senti um empurrão que quase me fez cair ao chão.

Eu sou invisível?Onde histórias criam vida. Descubra agora