- Não. Nem começa - disse Raniele, alto e firme, enquanto corria ao lado de Yuri no gramado do estádio. Seus passos sincronizados batiam na grama, aquecendo para a partida iminente. A iluminação intensa do estádio projetava sombras longas, alongando os corpos dos jogadores pelo campo.- Por favor, cara, nunca te pedi nada - insistiu Yuri, com o suor escorrendo pela testa enquanto lutava para acompanhar o ritmo de Raniele. Este último resmungou, os olhos semicerrados contra a luz incômoda.
- Você quer que eu vá até o fim do mundo só pra ver o Paraguai jogar? - Raniele riu, uma gargalhada que ecoou pelo campo quase vazio. Yuri apenas assentiu, uma expressão que misturava esperança e desespero no rosto. - Você sabe que seu namoradinho é reserva, né? E que provavelmente não vai jogar, certo?
- Raniele, por favor - Yuri parou ao alcançar a linha lateral, os pulmões ardendo com o esforço. Raniele também desacelerou, respirando fundo, enquanto lançava um olhar para a torcida do Internacional, que começava a encher as arquibancadas com suas cores vermelhas e brancas.
- Yuri, não dá - suspirou o meia, retomando a corrida para se juntar aos demais jogadores, que estavam finalizando o aquecimento. Yuri ficou mais um instante, lamentando, enquanto ouvia a torcida adversária vaiar seus movimentos. Apesar disso, ainda havia algumas vozes que gritavam seu nome em apoio, misturadas à multidão.
Resignado, Yuri retornou ao grupo, que já formava uma fila para sair do campo. Caminhavam devagar de volta ao vestiário, onde alguns jogadores do Internacional passavam para cumprimentar os do Corinthians, especialmente os que tinham história no clube gaúcho.
- Se alguém aí quiser assistir a um jogo do Paraguai na Copa América, o Yuri está oferecendo convite! - gritou Raniele ao entrar no vestiário, provocando risos.
- Vou chamar o irmão do Romero - resmungou o centroavante, revirando os olhos. Yuri tirou a camisa suada e a jogou no cesto. - Alguém se anima a apoiar nosso 11 no campeonato?
- Ninguém liga pra isso - Matheuzinho respondeu de longe, sorrindo.
- Yo estoy - a voz do argentino no vestiário se destacou, provocando risos. - Quiero ver a mi Argentina salir campeona. E, quem sabe, ganhar do nosso filho, o Brasil... mas acho que o Brasil nem chega à final.
- Vai começar, Rodrigo? - bufou Raniele, lançando um olhar de advertência para o argentino, que respondeu com um sorriso sarcástico.
- Dá pra vocês se concentrarem no Corinthians agora? - a voz de Gustavo Henrique se impôs, alta, chamando a atenção de todos. - Vamos ouvir o Antônio, depois vocês falam de Copa América.
Com Fagner lesionado, Raniele, o meia número 14, foi escolhido para usar a braçadeira de capitão. No entanto, a liderança em campo precisava ser compartilhada; ele sabia que não podia carregar o time sozinho.
Os jogadores se reuniram em um círculo no vestiário, trocando olhares firmes e respirando fundo. Raniele deu um passo à frente, pronto para falar, mas hesitou. Sentiu um aperto encorajador no ombro dado por Rodrigo, e isso o fez continuar.
- Estamos fora de casa, mas vamos mostrar pra esses caras quem manda aqui! - declarou, a voz carregada de convicção. - Não importa onde jogamos, é a nossa camisa que impõe respeito. Vamos lutar por essa vitória, precisamos dela. Ainda mais com nosso maior rival fora de São Paulo. Vamos lembrar a eles que somos o Corinthians. Aqui, no Rio Grande do Sul, em qualquer lugar.
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Algo loco- Raniele & Garro ⚣
FanfictionComo é deixar tudo para trás por alguém? Como é abandonar todos os seus preconceitos para viver de uma nova maneira? Como é experimentar algo verdadeiramente louco? Ou melhor, algo completamente 'loco. É melhor viver um vazio ou uma paixão proibida...