Capítulo 54 - Albus Dumbledore

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Aqueles malditos olhos cor de âmbar, como um animal feroz encurralando sua presa, ao se segurar na madeira de proteção da arquibancada, sentindo que estava revirando o fundo de minha alma e sussurrando ao meu ouvido, 'maldito', havia caído como um tolo. Uma criança que se recusava a baixar sua guarda, desde que momento ela havia descoberto? Onde eu havia errado?

"Errou no momento que acreditou que poderia controlar o destino" - Ouviu claramente a voz da garota ecoando dentro de sua cabeça, sua aura maligna rodeava cada linha de pensamento do velho diretor, onde não havia escapatória, Alyssa estava acordada.

Sua visão se tornou escura no mesmo momento, seus dedos tocavam em algo rígido e gelado, como metal, podia ouvir sussurros tão próximos, mas ao mesmo tempo tão longe que seu coração disparava, não sabia dizer quanto tempo aquilo durou, mas ao ter sua visão estabelecida, via Augusta Longbottom, a matriarca o apunhalava com os olhos, cada pedaço de seu corpo sentia a dor.

Olhando para o campo, Alyssa estava com um sorriso de orelha a orelha, segurando uma cartola, como Pietro faria, saiu saltitando com o ovo dourado embaixo de seu braço.

- Que espetáculo! Achei que seria uma loucura permitir que ambos participassem, mas veja Dumbledore! Que espetáculo a garota nos deu! - Bartô Crouch apertava em animação seus dedos, os deixando com a ponta branca.

- Claro, que adorável...

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Tocando em Abel, Dumbledore o direcionou para longe da garota, que agora era rodeada de seus queridos, guiando o caminho para uma parte mais isolada, onde os demais juízes se reuniam, enchendo suas barrigas de vinho e carne, Abel se sentou em uma cadeira mais ao meio dos demais.

Limpando o suor que escorria em sua face, Moody ergueu uma taça com água - Essas crianças não deixam de nos surpreender, não?

Dando um sorriso amarelo, aceitou a taça - Não esperaria menos de um Merlin - Se aproximando um pouco mais do homem, quase em sussurro - Me diga Moody, Alyssa estava estranha esses últimos dias?

- Não que me lembre, a garota parecia normal como sempre.

Alisando sua barba suavemente - Como padrinho dela, achei que ela poderia se abrir com você em certos momentos.

Um sutil arregalar do único olho bom e um gole em seu cantil de prata - Exato, sou padrinho, mas a garota não diz uma única palavra a mim.

Dado por vencido, só lhe restaria aguardar o cair da noite.

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Usando suas vestes de uma seda tingida de roxo, deitava-se na cama em forma de se acalantar do dia corrido - Boa noite senhorita Merlin.

- Boas noites Albus Dumbledore - De cabeça para baixo, andando pelo teto do quarto, suas lâminas cortavam sutilmente o ar em volta, reluzindo o brilho da loucura - Que de fato me trouxe aqui, seria apenas para acertar esse débito que está em seu nome... dos vários que tem.

- Não me digo surpreso de sua presença, mas se me permite, como?

Descendo lentamente, como se houvesse fios lhe segurando, girava até ficar cara a cara com o velho homem deitado, que tinha seu corpo preso a cama por vinhas e raízes, onde flores de Alyssum surgiam aos poucos, exalando um suave perfume intoxicante - Desde quando nos unimos! Neville me pertence! ELE É O MEU AMOR, O MEU MUNDO! NUNCA QUE ELE ELEVARIA SUAS MÃOS A MIM! - Segurou o rosto de Dumbledore, afundando suas unhas que iam se alongando - Meu amor... somente meu... e você ousou a machucá-lo... oh céus... céus... aos setes céus que ainda existem... - Seu rosto sumia, deixando apenas os olhos e uma pequena lágrima que surgia como uma tatuagem - Oh... meu pobre a amado Neville... o tanto que sofreu em sua própria mente.

Eclipse - Neville Longbottom e Alyssa MerlinOnde histórias criam vida. Descubra agora