Capítulo 51 - Contratos mágicos não são fáceis de quebrar

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O zumbido retirava toda  sua atenção, ela via Dumbledore ficar em sua frente e de Harry enquanto discutia algo com Madame Maxime e Igor Karkaroff. Kalel a puxava para um canto enquanto a envolvia em seus braços, a apertava com tanta força que quebraria se fosse de vidro. Sussurrava em seu ouvido algo, ‘ficará tudo bem meu amor, titio vai lhe proteger’.

Em seu rosto, o medo estampado, Kalel estava a ponto de um colapso nervoso, Alyssa aos poucos focava sua visão no mesmo, se aconchegou no abraço de seu tio  - Está tudo bem... – Sentiu os braços afrouxar, Kalel afundou seu rosto em seu ombro, ela escutava seu coração batendo desesperado – Estarei bem titio – Sussurrou ao mais velho.

- Lysa... como isso pode acontecer? Eu estive presente em quase tudo... por qualquer deus que exista... não posso permitir isso, você tem só 13 anos.

- 14.

Kalel olhou um momento para a garota e arregalou os olhos – Misericórdia, eu esqueci do seu aniversário! – A abraçou mais forte e lhe encheu de beijos na testa, arrancando uma  leve risada da menor, que atraiu a atenção dos presentes – Me peça qualquer coisa, lhe darei!

- Apenas fique comigo hoje titio...

Kalel a aconchegou em seu colo, podia sentir o medo que sua amada sobrinha estava escondendo.

Um toque suave tirava Alyssa do seu transe, erguendo seu olhar, Dumbledore a chamava – Alyssa, me diga, você e Harry não planejaram nada disso, correto?

- É impressionante o fato de adultos com seus cérebros formados acreditarem que dois adolescentes estavam ansiosos para participarem de um torneio que pode acabar com suas vidas, Harry Potter, o marcado, e Alyssa, o último Merlin, receba inteligência – Revirou os olhos.

Maxine, com sua altura e sotaque carregado, retrucou -  Garota sem educação, poderia ter sido muito bem alterada!

- Como? Me diga se acredita firmemente que fizemos algo!

- Sua...

-  Se atreva a chamar ela do que penso, que Beauxbatons irá ter penalidade! -  Kalel avançou para frente de Alyssa.

Harry se aproximou da mesma quando a conversa estava se alterando novamente e sussurrou – Quem poderia ter sido? Eu sei que não foi você e muito menos eu.

- Harry... ainda tem dúvida? O fato é que agora devemos descobrir quem fez isso, se depender deles... Estamos perdidos.

Um vaso era quebrado, os outros campeões correram para o lado de Harry e Alyssa – Um absurdo! Hogwarts terá três campeões! – Karkaroff berrava – Eu exijo que isso seja modificado!

- Não tem nada que possa ser feito! – Crouch desviava dos cacos – É um contrato mágico.

- Tem um Merlin aqui, não podem fazer tudo? – Esbravejou.

- Se a gente pudesse, não existiria só eu...  barba de bode velho.

Um silêncio mortal se instaurou na sala, Karkaroff olhou para Alyssa – Hunf... – Pegou Viktor e saiu da sala, seguido por Maxine que levou sua campeã, Fleur.  Restando apenas os juízes, os professores e Kalel, Dumbledore soltou um suspiro.

- Isso tem que ser investigado o mais rápido possível, apenas magia profana poderia alterar os resultados.

- Os menores devem sair,  isso  não é conversa para eles – Snape se pronunciava pela primeira vez, apenas observando tudo – Vão.

Harry que nunca obedecia, acenou e levou Alyssa com ele, Cedrico seguindo ambos logo atrás. Ao passar por Moody, Alyssa sentiu um leve rosnado querendo sair de sua boca. O salão já estava vazio, apenas Hermione os aguardava.

- Por favor, me conte tudo.

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Ao entrarem na comunal, todos se viravam para Alyssa e Harry, muitos com olhares de curiosidade e outros com olhares julgadores. Ron estava perto de seus irmãos, com a boca em um escárnio, deu meia volta e foi direto para o dormitório.

-  Não temos nada a declarar, se é o que esperam – Alyssa quebrou o silêncio, segurando firmemente a mão de Harry, soltou um suspiro – Enfim, acreditem nas teorias que irão ser contadas por agora.

Soltou-se de Harry, dando uma breve olhada para Hermione ia saindo – Para onde vai? – A morena segurou seu braço.

- Fique aqui e dê suporte a Harry, preciso resolver isso – Não dando tempo para a mesma responder, deixou todos para trás.

Breve o inverno chegaria, o vento frio batia em se rosto, não existia nenhum aluno no corredor, apenas o barulho de seu saltinho de sua bota e o crepitar das tochas. O caminho era conhecido, sua mente estava vazia, apenas ia no automático. Ao entrar em sua sala, tudo ao seu redor escurecia, a lareira apagava, deixando para trás o rastro da fumaça, tudo ao seu redor ia se contorcendo.

As cortinas antes de veludo, derretiam como ouro  misturado ao sangue, as cadeiras feitas da mais cara madeira apodrecia, seus passos se tornavam  pesados, como se usasse sapatos de ferro, não aguentou seu próprio peso, caiu no chão.

Soltou toda a angústia que estava em seu peito, seu cachecol se enrolava ao seu corpo, seu choro se tornava mais e mais alto, flores de Alyssum surgiam, de varias cores, suas raízes de aparência frágil penetravam em cada objeto e os quebrava, envelhecia, dominava. Raízes se enrolavam em seu pescoço e iam se apertando, lhe sufocando

As puxava em desespero, seu pulmão estava ficando sem ar – S-socorro... – Fora a única palavra que pronunciava, a vista ia escurecendo aos poucos.

A luz que entrava pela janela estava forte demais para si, mesmo que fosse noite, confortável e quente, aqueles braços que  a envolviam, onde uma mão segurava seu rosto enxugando suas lágrimas. Aqueles lindos olhos verdes, por vezes azuis, já não sabia,  a fitava com tanto amor e carinho, com toques de preocupação, a aconchega em seu colo.

- Meu amor... – Tão doce e triste, as lágrimas de Alyssa começaram a sair novamente – Não chore minha rosa, eu não vou sair daqui.

- Eu vou falhar, eu errei.

- Não vai, está tudo bem – Beijou sua testa.

- Nev...

A trazendo para perto de seu rosto, juntou seus lábios ao dela, suas mãos a apertavam com o medo de a perder novamente – Eu preciso da minha Alyssa... – Olhando para aquele céu que enraizou em seus olhos, Neville sentia sua dor – A minha Alyssa...

Suspirando profundamente, fechou seus olhos, tudo ao seu redor voltava ao normal, as raízes apodrecia e as flores murcharam, em seu pescoço apenas a marca vermelha da pressão que teve. Olhando diretamente para Neville, se aconchegou em seu colo – Foi nosso laço?

- Não, não precisamos disso, não é? – Segurando em seu queixo, a fez olhar diretamente para ele, beijou a ponta de seu nariz – Está melhor?

Acenou levemente enquanto fechava seus  olhos – Eu não sei como isso aconteceu, na realidade tenho uma suspeita, mas tudo está confuso em minha mente, eu sei que Harry não pôs seu nome e nem o meu, preciso saber quem pegou naquela taça, todos! Fazer a linha do tempo, quem esteve com ela no ministério e...

Neville silenciava novamente Alyssa com mais um beijo, segurando sua cintura com firmeza. Beijando lentamente, respirava cada vez mais pesado, passando de seus lábios para seu pescoço, fazendo soltar um pequeno gemido. A ajeitando em seu colo, a pôs sentada, seus braços seguravam firmemente contra seu corpo, dando breves pausas para respirar.

Se aventurando a usar novamente a língua, envolvia com calma cada movimento, deixando escapar murmúrios de excitação. A lareira voltando a crepitar, esquentando a sala, aumentava o fogo que existia em ambos, Alyssa retirava gentilmente o cachecol de Neville e puxava o zíper de seu casaco.

- Eu poderia deixar ambos se amassarem, mas preciso que venha comigo agora, Aly.

Ambos arregalaram seus olhos, Draco estava sentado bebendo um pouco de água – Venha, seu tio que chama.

Imediatamente a garota pula do colo de Neville, se arrumando, seu rosto estava corado – Onde ele está? – Limpava sua boca.

- Com Snape.

Apenas acenando, foi saindo da sala. Draco olhou para Neville e riu – Espera pelo menos isso ai dormir de novo antes de sair... Não estão novos demais para isso? Esperar pelo menos completarem a  maior idade.

Neville tinha as bochechas em carne viva de tão envergonhado – E... Desculpa...

Segurando a risada, Draco apenas foi em direção à porta – Ela acabou de fazer 14, eu sei que dá um fogo na gente, mas não é o momento.

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Entrando nos aposentos de Snape, viu ambos discutindo sobre o que fazer – Suspeitos?

Kalel correu para a garota – Não temos noção, pode ter sido qualquer um, ou a taça pode ter sido enfeitiçada antes de vim para cá, porém é impossível, eu fiquei responsável pela organização e manejo.

- Então foi dentro da escola, quem teve acesso a ela antes de ser apresentado a todos?

- Todos que estão envolvidos com o torneio.

- Quem quer que tenha feito isso, sabe muito bem sobre os Merlins, especialmente sua ‘alergia’ a magia negra, o maior ponto é como conseguiu por nossos nomes e com nossa caligrafia, temos algum traidor dentro da escola.

Snape virou duas doses de Whisky de fogo – Deve ter uma forma de retirar ambos, mal completaram 14 anos, por decência deveria ter alguma cláusula que os removesse sem problemas.

- Já te disse que não há, era totalmente seguro, menores de 17 anos não participarem, contratos mágicos não são fáceis de quebrar.

- Existe alguma regra que implica com uso de magia bruta? Karkaroff tem razão em  dizer que Merlins podem fazer tudo, eu poderia tentar algo, ao menos nas provas... Sendo direta, roubar – Ambos olham com curiosidade – Os responsáveis e professores saberão antes sobre as  provas, correto? Posso ir antes no  local e ir colocando algumas, digamos, facilidades, assim Harry pode sair ileso e chegarmos no final bem.

- Tem certeza? Tem falhas demais no seu plano – Pontuou Kalel.

- Já falharam em nos proteger... Harry é um laço meu, é minha obrigação proteger ele a todos custo e agora será a obrigação de ambos descobrir quem foi.

Kalel e Snape se olharam – Temos um  suspeito, mas não podemos fazer nada no momento – Snape se sentava em sua poltrona.

- Já é um começo, e Dumbledore? O que ele está fazendo?

- Uma equipe de aurores foram chamados, logo estarão aqui, isso vai chamar atenção indesejada, esteja preparada para os ataques da imprensa.

Se dado por vencida, suspirou ao relaxar os ombros, olhando para seu reflexo no espelho, Alyssa arrumou seu cabelo e saiu dos aposentos.

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Deitada em sua cama, revirava de um lado para outro, sentiu um par de braços envolver seu corpo e um nariz gelado tocar sua nuca – Mione...

Fungando baixinho, sussurrou – Eu não quero acreditar que foram vocês dois...

- E não foi, nunca seria irresponsável a esse nível.

Sentindo o abraço se aperta mais, ambas adormeceram, assim como era no início e seria para o fim da sua eternidade.

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Murmúrios e falações sobre o ocorrido enchiam os corredores, Harry tentou falar com Ron durante o café, mas o ruivo o ignorou indo embora. O gêmeos animados, esmagaram Alyssa sentando um em cada lado delas – Então minha princesa, passou a perna na gente, vai contar  como fizeram isso? – Fred piscou para ela.

- Foi bem difícil, tive que usar toda minha magia de Merlin e por meu nome com do Harry, já que a gente não tem tanta atenção assim – Fazia uma cara séria.

- Impressionante – George batia palmas – Seria chato se fosse apenas engomadinho do Cedric – Revirava seus olhos.

A mesa da Lufa-Lufa estava toda fechada, os olhares de ódio e raiva levados a Alyssa e Harry, por retirarem seu momento de glória – Será que em algum momento eles param?

- Duvido, são bem orgulhosos quando querem.

Enfiando um pedaço de bolo na boca, olhou para o teto, nunca havia reparado naquele lustre. Sua atenção voltou para a mesa dos professores onde Kalel e os demais juízes estavam, ficariam em Hogwarts por alguns dias. Sua face se contorceu ao ver Abel ao lado de Dumbledore, conversavam sobre algo, o velho teve sua atenção tomada pelos olhos dourados, os pelos de seu corpo se arrepiaram, era a imagem perfeita de Tessye o encarando, com as mesmas vestes da Grifinória, o nojo estampado em seus lábios curvados.

Demônio’, Alyssa profanava pequenas maldições a Abel.

Com uma colher, Dumbledore chamava a atenção para si – Por favor, os campeões se dirijam à sala aqui atrás – Olhei para Hermione sinalizado para que fosse encontrar Harry.

Boa sorte minha rosa’ – Neville sussurrou sutilmente quando Alyssa passou por ele, recebendo um sorriso tímido.

Os responsáveis já estavam aguardando a chegada do demais, Viktor se distraia com um jogo de xadrez, Fleur trançava seu longo cabelo e Cedric parecia mais nervoso do que nunca. Sentando-se em uma poltrona, logo viu uma cabeleira bagunçada e branca – Sr. Olivaras – Indo até o mesmo se curvou – Como vai? Muitas luas sem lhe ver.

Dando seu melhor sorriso, segurou a mão da menor – Como é bom vê-la com saúde, senhorita Merlin.

- O que lhe traz aqui?

- Logo saberá, tenha calma.

Assentindo, voltou ao seu lugar. Pouco tempo depois Harry entrou correndo, de cabelo bagunçado e uma marca em seu olho – Mas... – O moreno apenas negou e ficou ao lado da garota.

- Agradeço que todos tenham vindo, devido as atuais circunstâncias, medidas foram tomadas, porém peço que entreguem suas varinhas ao Sr.Olivaras – Vendo que todos os  jovens obedeceram, continuou -  Todas serão analisadas e devolvidas... A entrada de Harry e Alyssa é válida e não há possibilidades de os tirar se ambos não se desclassificar ou se machucar – uma vaia foi escutada do demais – Serão três provas no decorrer dos meses e cada um poderá ter um tutor para seu auxílio.

- Serei de minha menina – Proclamou Maxine.

- Serei de meu campeão – Karkaroff estufou peito.

Se olharam os campeões de Hogwarts – A gente...vai dividir? – Harry ergueu uma sobrancelha.

Moody tomou um gole de sua bebida do cantil – Ficarei responsável pelo Potter – Alyssa estranhou, mas aceitou, viu que Harry se arrepiou um pouco e riu baixo.

Helga logo foi para perto de Cedric – Bem, o pai de Cedric já sabe do ocorrido e que seu filho foi escolhido, logo estará na escola, creio que ele mesmo será o encarregado – Cedric apenas assentiu, relaxando um pouco.

Alyssa olhou para os adultos – E eu?

- Serei seu encarregado – Abel se levantou da cadeira que estava nos fundos.

- Prefiro ser comandada pelo diabo do que esse velho filho de uma puta.

Dumbledore arregalou os olhos, Harry se virou para não gargalhar, os demais pareciam em choque – Senhorita Merlin, tenha modos! – Minerva parecia segurar o riso.

O rosto de Abel se avermelhou – Se não me acha bom, quem então cuidará de você... Inha neta? – Sua voz carregava o nojo.

- Eu – Snape e Kalel falaram ao mesmo tempo.

- Sou o tio dela, posso cuidar e auxiliar.

- Sou o professor, Alyssa é minha melhor aluna, me daria gosto em ser seu tutor... Kalel.

Dumbledore esperava uma resposta de Alyssa – Bem... Acho que – ‘ele’ – meu tio...

- Perfeito, todos  os  tutores foram escolhidos, logo mais receberão a data da primeira prova – Olivaras retornava indicando que estava tudo nos conformes, devolvendo cada um – Podem ir.

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Casa dos Longbottom – 2 e 45 da manhã

Neville agarrava sua avó com força chorando e poder vê-la novamente – Desculpa, me desculpa vovó, eu devia saber que era uma armadilha – Soluçava em se colo.

Augusta não continha as lágrimas – Tudo bem eu Neville, Dumbledore é astuto, mas estamos aqui agora.

Enxugando suas lágrimas, sorria um pouco – E agora, o que faremos, vai ficar o tempo todo aqui como se não tivesse acontecido nada?

- Meu amado Colibri... Dumbledore terá o que merece, ele está até calmo, tudo indo conforme meu plano, a queda dele será magnifica – Alyssa arrancava algumas pétalas de flores do vaso – Por isso te trouxe aqui hoje, vamos deixar tudo organizado para a primeira prova

O brilho em seus olhos se assemelhava a de Pietro, murmurando, observando sua imagem na janela – ‘hm... hm... ninguém sobrará... Hm... Alyssa... vai pegar...’


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Notas: a frequência irá aumentar, irei focar mais em ECLIPSE e finalizar até fim do mês Verônica.

Eclipse - Neville Longbottom e Alyssa MerlinOnde histórias criam vida. Descubra agora