Baque surdo

41 5 8
                                    

Jogando Harry no chão, o garoto ainda sentia todos os efeitos de estar sob Cruciatos – Amarra esse moleque, Crouch – Abel segurava Alyssa com toda sua força, o que impressionava para um senhor de idade tão avançada que andava com ajuda de bengala, mancando, a lançou dentro de um círculo que era desenhado com sangue, runas antigas, fazendo a garota se contorcer de dor – Você é um pequeno demônio, mas sua mãe fez ao menos uma coisa certa, te ter – Puxando o braço de Alyssa, prendeu com algemas pesadas de ferro, cravadas de runas e presas em correntes afincadas no chão e paredes próximas desgastadas, prendeu seus pés, a deixando imobilizada.

Olhando para a garota que mesmo imobilizada, gritava a plenos pulmões, socou seu rosto para lhe calar – Rápido Crouch! – Puxou Harry da mão do homem que tentava levantar o garoto magro contra uma estátua, o aprisionando, virou-se para receber os demais – Demoraram.

Comensais saiam das sombras, encapuzados, se colocavam em um círculo ao redor de um caldeirão.

Se recuperando do soco que lhe desorientou, Alyssa abria os olhos com calma, observando em sua volta, um velho cemitério abandonado, o cheiro pungente de carne podre, o céu escuro, o mato alto e ao longe, uma casa abandonada, podia ver algo a rodeando, uma aura de maldição, mas sua mente estava um turbilhão, tentando organizar o que faria, ao lembrar de Harry, por quem estava lutando, elevou seus olhos o buscando.

Vendo que ele estava ainda desacordado preso a uma estatua de anjo, se forçou a levantar, mas sua pele era queimada a cada movimento que fazia e as correntes e algemas se mexiam – Harry! Harry! – Caindo de joelhos, a magia de seu corpo era drenada aos poucos.

Abel ouvido os gritos de Alyssa, se virou para ela, soltando um sorriso de escarnio, se aproximou, segurando seu rosto com suas mãos calejadas – E no fim, os Merlins não passam de bruxos fracos escolhidos por algo grandioso, tanto poder para nada, péssima escolha de lado netinha.

- Eu vou te matar! – Cuspiu em sua cara, puxando mais as correntes que queimavam sua pele, fazendo o cheiro de carne subir – Ah!

Limpando seu rosto, Abel se pôs ereto novamente, com seu olhar de desprezo, acendeu o fogo abaixo do caldeirão – Harry é a peça-chave e você é o condutor, no fim, você e seu pai falharam e falharão para todo o sempre... Comecem! Nosso Lorde deve renascer agora!

Harry acordava em meio a movimentação e o cheiro que subia do caldeirão que borbulhava, torceu o nariz ao sentir que algo queimava, buscando ao seu redor, seu sangue congelou ao ver Alyssa aos berros, se puxando – ALY! – Seus olhos se encontraram, como uma súplica urgente, ela parou no mesmo momento de se debater.

- Precisa se soltar Harry, vai embora! Agora! – Puxava com toda a força que ainda tinha nas pernas, tentando se soltar a todo custo.

Harry forçou seus membros, mas estava tão preso que era até dolorido para respirar – Eu não consigo me soltar... – Seu coração disparado, via o sofrimento de Alyssa, vendo as queimaduras subirem em sua pele e mesmo assim, o desespero de tirar ele dali.

- Precisa, eu não consigo Harry, eu não sei o que fizeram, mas eu não consigo usar nada, por favor tenta fugir, faz algo, ele vai te usar para trazer Voldemort de volta – Puxou mais uma vez, seu corpo enfraquecido, seus olhos pesavam.

Os comensais perto de Abel sorriam e gargalhavam ao vê-la caída, retirando um a um o capuz, começou a identificar cada homem que estava ali, incluindo pai de Draco, que era o único com o rosto fechado e sem sinal que se ‘divertia’ com a situação – Calados, andem com isso – Resmungou, seu tom de voz aparentava ser de alguém preocupado com algo.

A lua, entristecida, removia as nuvens que a tapavam, vendo sua filha aprisionada e sofrendo, nada poderia fazer, nada poderia mudar. Olhando para ele no céu, silabou ‘me abandonastes?’.

Eclipse - Neville Longbottom e Alyssa MerlinOnde histórias criam vida. Descubra agora