ciclos

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Pov Amélia

—está melhor?–pergunto quando ela consegue parar de chorar e ela me responde balançando a cabeça que sim.

—eu não posso perder ela.–Catherine resmunga sem fôlego

—vem cá,minha estrelinha.–a guio até o sofá mas quando ela vê que Mara está aqui praticamente congela. Sei o quanto ela odeia chorar em público.

—já estava de saída...

—não!–catra a interrompe enxugando algumas lágrimas—pode ficar! Eu só tinha me esquecido que você iria dormir aqui para me ajudar amanhã cedo com amudança... Desculpa pela cena não sou tão melodramática quanto pareceu–Mara da uns de seus sorrisos atenciosos como resposta.

—foco em mim–chamo atenção de Catra e dou algumas batidinhas no sofá indicando que ela sente.

—narcisista–ela revira os olhos mas mesmo assim senta.

—não foi sua culpa essa briga.–começo e Catherine abaixa o olhar.—de nenhuma das duas na verdade,pelo menos não inteiramente. A nossa vida é feita de ciclos que uma hora ou outra vão acabar,se nem a nossa vida é para sempre imagina as relações que temos ao longo dela,algumas coisas tem que acabar para o nosso próprio conhecimento,acredite em mim quando eu digo que você não vai morrer por conta disso.

—acha que essa briga foi definitiva?–ela fala baixo.

—talvez tenha sido,isso o tempo vai te mostrar.

—não é porque perdeu algo que ele não possa voltar para você.–Mara entrega uma xícara de chocolate quente para Catra. Provavelmente ela fez enquanto a garota estava chorando no meu colo.

—como assim?

—a vida é feita de ciclos como sua mãe disse... Ou melhor de fases. Brigas são fases também,talvez não voltem a ser a mesma coisa mas talvez consigam superar isso. Já parou para se questionar o lado de Glimmer? Conseguimos ouvir a maior parte da briga inclusive a que ela diz que está aqui por você e sinceramente Catra isso deve ser sufocante. Sempre percebi que das suas amigas ela era a menos animada,mesmo que vocês se resolvam talvez seja hora de a deixar ir.

—eu não sei se consigo...

—você é uma garota forte! Tenho certeza que vai conseguir,talvez seja o melhor... Para as duas.

—sabe Mara? Não seria tão ruim assim ter que dividir a minha herança com você.

Pov Adora

—Londres? Você só pode estar brincando! Já basta o Adam tentando passar em uma faculdade em York agora você?

—Dora... Você sabe que eu sempre quis ir para lá só não tinha ido por causa da Amber e agora... Não tem nada me prendendo aqui.

—tem eu! Eu estou te prendendo aqui, Bow Davis!–ele ri enquanto estou quase em prantos—não pode me deixar sozinha–choramingo abraçando meu próprio corpo.—por quanto tempo?

—pretendo fazer um intercâmbio de um ano. Meus pais irão me ajudar a pagar...

—já até falou com os seus pais? Está brincando! George jamais aceitaria isso.

—foi um bem difícil convencer ele mas no final de certo.–e com isso oficialmente estou em prantos.—Adora...–ele me abraça—você ainda tem todos os nossos amigos,não vai ficar sozinha.

—eles não são você.

—que bom,não quero que me substitua,vou voltar e vamos fazer diversas ligações todos os dias.

—e se gostar tanto de lá que não vai querer mais voltar?

—caso isso aconteça sempre irei te visitar e as ligações ainda vão ser todos os dias.

—sem falta?

—sem falta... Vai pedir Catra em namoro antes que eu vá?–olho para ele espantada o fazendo rir.

—não é tão simples assim.

—o que falta?–fico pensando por um tempo mas realmente não sei a resposta para isso.—foi o que imaginei.

—a gente voltou a se falar não tem nem três meses.

—isso é o suficiente. Você já foi mais emocionada.

—e acabei quebrando a cara. Com ela é diferente dos meus outros relacionamentos... Boto minha mão no fogo por ela... Não quero me decepcionar.

—Não pode ficar se prendendo porque não soube escolher da última vez...–ele fala como se fosse fácil—vai ir no cemitério amanhã?

—uhum,e depois vou ver a Mara é sempre difícil para ela.

Amanhã completa mais um ano da morte da mamãe e da vovó e como sempre eu e Adam vamos fazer uma visita e deixar flores, depois a gente vai na Mara e come a torta que a vovó rizzo a ensinou. Minha tia nunca vai no cemitério comigo e Adam,ela não consegue ainda dói muito para ela.

...

Chego no local e já encontro Adam lá parado na frente do túmulo de nossa mãe. É possível ver algumas lágrimas em seu rosto.

—oi–o cumprimento e logo depois abaixo para deixar as flores.

—acha muito ridículo as vezes ficar conversando com ela como se ela escutasse algo?

—talvez escute... Se for ridículo nós dois estamos sendo.–ele dá uma breve risada.

—eu passei–ele sussurra.

Fico alguns minutos imóvel tentando impedir que algumas lágrimas me alcancem,não quero chorar por esse bobo... Céus eu odeio despedidas.

—precisa mesmo ir para tão longe para fazer educação física?–ele ri e me abraça de lado.

—sabe que eu sempre quis sair daqui bobona e são apenas três anos...

—já contou para Mara?–seu sorriso desaparece um pouco e ele balança a cabeça em negação—algum dia vai perdoar ela?

—eu não sei como você conseguiu... Ela nos fez de idiota por anos! Ela compactuo com nosso pai... Lembra quando ela mentia falando que ele tinha sido enterrado em outro estado e que não tínhamos dinheiro para uma visita? E você ficava chorando porque queria pelo menos o visitar?

—e você dizia que eu não deveria me preocupar porque você iria ficar muito,muito rico e a gente ia visitar ele...–sinto seu abraço apertar mais um pouco e faço o mesmo. Pode não parecer mas Adam é o mais sensível de nós.

—eu consegui contar para ele que vou para uma faculdade muito longe...–meu irmão fala depois de um tempo se referindo ao seu namorado

—e como foi?

—bem,eu espero que o meu relacionamento a distância seja melhor do que o seu e da catra.

—não tivemos nenhum relacionamento a distância idiota.–ele ri novamente,meu irmão é uma das únicas pessoas que sabem que eu e catra em algum momento não resistimos e resolvemos voltamos a conversar até perceber que aquilo era loucura,fiquei mal o suficiente para engatar um relacionamento doido com uma pessoa que eu nem gostava de verdade.

—eu e Nick vamos no shopping na semana que vem comprar algumas coisas para o tempo que eu for ficar para lá. Você vem junto né?

—claro!–fico um tempo olhando para o túmulo da mamãe e me vem um sorriso automaticamente—ela estaria orgulhosa de quem nos tornamos... As vezes queria que a vida fosse mais que mero ciclos.

E com isso fomos até a casa de Mara comer a maravilhosa torta em memória a vovó mas claro que antes fomos até o túmulo da vovó deixar margaridas que eram suas favoritas.

see you again-catradora Onde histórias criam vida. Descubra agora