Sinais

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"
Algo chama, eu quero me perder
E eu ouvi a sua voz vindo de cima
Luz do céu, espaçonaves, o meu guia
De joelhos, eu te peço
Me leva que eu te quero sempre mais
É um mistério, um instinto, eu não vejo
Mas eu sinto os teus sinais
"

. Thiago Fritz .

FlashBack ON

Eu ouvia batidas naquela casa, ouvia barulhos, e mesmo com meu ouvido morto, em silencio eu ouvia, mesmo assim, por muito tempo minha cabeça com barulhos e murmulhos que eu não queria ouvir, palavras e xingamentos me ofendiam na minha própria mente, pessoas com que eu não conhecia, me desejando a morte, silhuetas em volta de mim, como se só elas conheciam o que eu havia se tornado , me perdia nas minhas mudanças, e todo o meu medo, me rendia a coisas que nem sabia que existiam, me rendia aos meus sentimentos perdidos em meio ao fim, meu próprio pesadelo se tornava a minha rendição.

Meu olfato naquela noite tirava meu oxigênio, chamas e mais chamas naquela pacata rua que eu morava, minha cabeça parecia que ia explodir, e quando eu menos pude perceber eu acordei com minha casa pegando fogo, as 4 horas da manhã, ainda estava escuro, e sabia que tinha muita coisa errada, levantei da cama rapidamente, cheguei a pensar que era tudo um sonho de minha cabeça, mas na verdade era a mais pura realidade, a Ordem Realista me ensinou o que eu aprendi, quase não podia ver meu rosto, fumaças estavam por toda a parte, corri o mais rápido que pude, o meu cigarro que estava por cima da mesa ao lado de minha cama, cai.

E assim ouvia o último grito que entrou em minha cabeça por um instante.

- Thiago por favor!! Me Ajuda!! - Ouvi aquela voz doce, mas bastante desesperadora ao lado do meu quarto.

Thiago = - Calma, fica calma, já estou chegando!! - Grito e Respondo confuso, com a minha própria ficha caindo lentamente.

Saio do meu quarto, que naquele instante já estava cheio de fumaça, abro a porta do quarto ao lado, e vou correndo ao quarto ao lado do meu, quando vejo, lá estava aquela menina, com 1,70 de altura, cabelos pretos, e com um rosto miúdo, mas um pouco mais baixa que eu, Liz estava perto da cama, desesperada em sair de lá, pois o fogo já estava consumindo todo o quarto, o quarto um pouco pequeno, a cama estava quase totalmente preta, a janela entre aberta, existia uma madeira que caiu do teto, entre a porta que ocupava o espaço entre nós dois.

Thiago o que está acontecendo??? - Ela fala com aqueles olhos castanhos refletindo toda aquela chama em meio aquele quarto escuro, olhando para mim com os olhos cheios de lagrimas.

Thiago = - Calma eu já cheguei, vamos sair daqui o mais rápido possível.

Falo, com uma voz calma, e sem pensar duas vezes eu tiro aquela lasca de madeira com toda a minha força, rasgando um pouco daquele meu moletom cinza, mas não percebi que uma parte daquela madeira estava completa da chama do fogo, sinto minhas mãos arderem, uma dor imensa, faz minhas veias pulsarem mais forte, mas por sorte, logo a chama se apaga em minhas mãos, só foi um pequeno susto.

O fogo já não estava em meu caminho, com a minha mão em minha boca, que estava saindo suor entre meus dedos, a parede no canto superior perto da janela estava quase caindo, e quando me aproximo para agarrar a Liz e ajuda-la...

Liz = - Thiago eu vou... -

Ela imediatamente desmaia em meu colo, sinto um alivio ao chegar bem na hora para ampara-la, a pego no colo e tento sair o mais rápido possível de lá, coloco meu capuz do moletom, e com o lençol que peguei em meu caminho, jogado no corredor, coloco por cima da Liz, para assim, ter certeza que ela não vá se queimar, desço as escadas, com um pouco de dificuldade por causa de meu próprio desespero, quando vejo que o último, e segundo andar estava com aquela nevoa espessa, e com símbolos vermelhos e pretos feito lodo por todos os lados, da cozinha e sala, em todas as paredes possíves daquela casa em chamas, não conseguia prestar atenção muito nisso, mesmo que eu observei de relance, eu só queria que nós dois saíssemos vivos de lá, nem que fosse pra salvar minha melhor amiga.


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Ouço uma sirene de bombeiro logo na frente de casa. Conseguimos sair ilesos de lá, algumas pessoas estavam paradas na rua, havia carros para todos os lados, algumas pessoas gritando desesperadas, após ver o fogo que se espalhava rapidamente em minha casa, preocupadas, bem na hora que eu consegui sair, uma ambulância para no local, e um carro corça preto, vem logo atrás. Uma pessoa sai da ambulância e sem pensar duas vezes corre em minha direção, com jaleco de médico e uma máscara, ele logo pega a Liz no colo.

Thiago = - Por favor, cuida dela rapaz!! - Falo ofegante.

Thiago = - O que foi que aconteceu?, quem botou fogo na minha casa?!! - Pergunto a mim mesmo, enquanto olho para ela uma ultima vez antes de ser levada.

- Fique calmo Thiago. Liz está em boas mãos, um dos melhores hospitais aqui perto irá cuidar dela, a polícia já está chegando - Alguém familiar com a barba rasa, mas bem branca, cabelos grisalhos e uma cara séria, como sempre. Quando saindo do corsa preto corre em direção a mim.

Thiago = - Senhor veríssimo...O que... - O mesmo pega em meu ombro e me leva um pouco mais afastado da confusão.

Senhor Verissimo = - A Polícia é da ordem, já está a caminho, fique calmo.

Thiago = - Eu vou METER PIPOCO, em quem fez isso, anota aí, falo para ele - falo com a mão na cabeça, ainda confuso de tudo o que aconteceu, senhor veríssimo parecia com um olhar sereno, provavelmente, já sabia com o que estava lidando, e o que estava por vim.

Sinto calafrios ao olhar para ele, mas me acalmo finalmente, minha raiva logo se apaga, e a tristeza chega, e assim presto mais atenção no que estava acontecendo, não ouvia mas nada, começo a lacrimejar, e uma pequena parte de mim morre ali, uma pequena gota de lágrima cai. Em um presente, a Ordem vive uma cruel segunda Grande Depressão. Os que tem muito, vivem uma vida de luxo, longe dos que se alimentam do mal. O governo, que deveria ajudar as pessoas, parece estar do lado das grandes corporações e dos muitos ricos. A Ordem havia sumido, e nunca me contatado mais depois que eu quase morri em "Santo Berço" Assim, Liz, a única que eu ainda tinha contato veio morar comigo para investigar isso melhor, quem não tem muitas pistas precisa se arriscar nas ruas e tentar sobreviver a todo o caos. Encontrar Ocultistas nesses tempos sombrios é quase impossível, mas eu, Thiago Fritz aprendeu que, com disciplina e estratégia, ele pode conseguir qualquer coisa. Claro que tudo isso era mais difícil que eu pensava, que nós pensávamos.

Começo a andar na esquina de minha rua esperando respostas, e preocupado com a minha única e melhor amiga naquele momento, sento na primeira parte da calçada que vejo. Estava exausto, começo a tossir por poucos segundos, o cheiro de fumaça ainda inalada nas minhas narinas, eu não conseguia respirar, sou aquele tipo de cara que se sacrifica mas não espera nada em troca, gosto de ajudar as pessoas, as vezes me ferro por ser assim, mas as vezes eu nunca quis mudar que eu sou. Minhas mãos se queimaram com aquela madeira, mas por incrível que pareça consigo conter a dor, minha dor de medo de perder alguém que ama falava mais alto, pego o cigarro em meu bolso da minha calça jeans preta, acendo, e por mais que eu tente não consigo colocar na boca, eu não poderia me conter, lágrimas saíram de mim, e era só isso que eu poderia fazer, esperar, e lá no fim da rua eu vejo sirenes iluminando o asfalto e a cidade, vermelhas e azuis, Naquela hora eu tampo os ouvidos, abaixo a cabeça, não queria sentir mais nada, não queria ouvir, e nem falar.

Acho que tudo está indo em um lugar, onde eu não esperava.

Destino Mortal | LizagoOnde histórias criam vida. Descubra agora